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Quando cheguei, peguei no sono imediatamente, só deu tempo de tirar aquele vestido e me deitar na cama, chorando até adormecer de exaustão.

Acordei ainda pela manhã com o semblante abatido e tomo um banho demorado, coloquei alguns sais de banho na banheira enorme que havia ali, ao lado uma janela deixava a vista para uma parte onde havia várias árvores, assim poderíamos apreciar a paisagem, mas sem ser vista do outro lado.

Demorei um bom tempo ali, não tinha a mínima vontade de sair do quarto e dar de cara com ele, mas seria inevitável. Resolvo sair da banheira, depois de me recompor. A escolha do dia foi um vestido confortável e solto em azul claro, os cabelos amarrados em um rabo de cavalo e nos pés, um par de tênis brancos casuais.

Encontro Mary e pergunto sobre Mat , ela diz que ele saiu logo cedo, aquilo me deu um certo alívio pois ao menos não iria começar o dia tão mal. E assim seguiu o dia, sem ve-lo . Fiquei com Mary um bom tempo na cozinha, depois procurei alguma série que me fizesse esquecer um pouco de tudo . Entre esse tempo, pensei em algo produtivo que eu poderia fazer para ocupar mais o meu tempo

Quando ele chegou já era tarde e foi direto ao seu quarto. Muitas das vezes eu apenas escutava os seus passos quando estava por perto ou quando Mary lhe consulta alguma coisa. E assim seguiu durante toda a semana , via ele poucas vezes e não trocamos muitas palavras. Estava me sentindo péssima, me sentindo um peso morto naquela casa, ele deveria estar muito ocupado com a loira daquele dia ou qualquer uma outra, enfim mas isso era problema dele . Eu queria trabalhar, fazer alguma coisa útil.

Já tinha dez dias ali e seguia da mesma forma. Ele chegava tarde as vezes, ficava imaginando se estava indo a aquele lugar . Ele poderia estar com outra daquelas garotas e não sabia o que fazer comigo. Muitas coisas passavam em minha cabeça e aquela noite estava decidida a conversar com ele pois aquilo deveria ter uma solução. Não era justo eu ficar ali dia após dia sempre a mesma coisa. Mary tinha colocado o jantar, ele não tinha chegado então acabei me alimentado logo. Quando era por volta de onze da noite, sai do quarto afim de saber se Matt tinha chegado, usava um short e blusa de dormir . Desci as escadas e a iluminação estaba baixa . Olhei para o lado e vi a grande porta de vidro que dava na área da piscina estava aberta. Fui em direção a ela e olhei para o local querendo encontrá-lo.

Ele estava lá, sentado em uma das cadeiras a beira da piscina, usada uma camisa social com botões abertos e uma calça também social escura. Ele não me viu chegando, me aproximei devagar notando que ele bebia algo , deveria ser seu whisky de sempre. Parei um pouco mais de um metro de distância dele e respirei fundo antes de falar.

- Matt...posso conversar contigo ?- falei baixo.

Ele virou apenas um pouco do rosto, me olhou de canto e deu mais um gole na bebida.

- Sim...- Foi direto.

Me aproximo um pouco mais, sento em uma das cadeiras ao lado e olho para meus dedos nervosa ,tentando saber como começar.

- Bem...sei que é ocupado. Não quero lhe causar transtornos. Mas, estou aqui todos os dias me sentindo...inútil. As horas demoram a passar...queria ter uma utilidade, queria preencher um pouco esse vazio ...- Dei voltas nervosa.

Por sorte ele parecia calmo aquela noite, se virou lentamente para mim. Ficamos frente a frente um do outro e ele se inclinou se apoiando em seus cotovelos sobre o joelho.

- O que você quer dizer Amy...-

- Quero trabalhar, fazer alguma coisa. Eu me sinto um nada !- Abaixei a cabeça.

Ele tocou meu queixo e levantou , me fazendo olhar para ele. Não queria admitir mais estava com tanta saudade dele aqueles dias. Ele era a única pessoa que poderia contar naquele momento . Embora cogitei todos os dias fugir daquele lugar, só não tinha para onde pois minha casa ainda pertencia a ele.

●COMPRADA POR ELE●Where stories live. Discover now