First Impressions

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Oi oi, voltei com mais uma BangChangLix e dessa vez ela tem um tema mais "dark". Espero que gostem e deem muito amor à Bad Kids e BangChangLix

Tentei novamente me focar na leitura do livro. Paixão Sem Limites, um daqueles clichês que deveriam fazer os adolescentes suspirarem e pedirem por um romance igual ou tão bom quanto o do livro. Eu não gosto de clichês, então não acho esses livros interessantes ou que valham meu tempo, mas prefiro mergulhar em uma leitura qualquer a escutar a gritaria da sala de aula — não que eu lendo não escute todas as vozes, leio apenas para não ser chamado. Só —. Tentei pela quarta vez ler a página 55 do meu livro. Sim, a quarta. Eu não conseguia me concentrar com os berros dados pelos colegas de sala. De maneira inusitada a sala fez todo um silêncio, e assim, tentei aproveitar para (re) ler a mesma página, mas estranhei. Por qual motivo a sala estaria tão calada? Curioso levantei meu olhar e rodei a sala, parando em uma pessoa desconhecida ao mesmo tempo que muito conhecida por todos na escola. ChangBin, Seo ChangBin. Mais conhecido com Yin — explico mais pra frente o motivo —. O garoto problema da escola. E de repente, assim, reparando nos seus traços delicados notei que ele ficava incrivelmente bonito com os cabelos um pouco bagunçados e sua inseparável jaqueta de couro. Balancei a cabeça e voltei a ler meu livro, mais precisamente a página cinquenta e cinco

–Senhor Seo, peço que se sente ao lado do Senhor Lee–levantei o olhar surpresa com a fala da diretora, justo eu?

O mais baixo caminhou em minha direção e se sentou a carteira ao meu lado. Vendo a diretora se retirar voltei a fazer minha leitura, ignorando totalmente o garoto de cabelos pretos como a noite ao meu lado. Vamos lá, estou de volta página cinquenta e cinco

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Me acomodei na cadeira nada confortável e voltei a pegar meu livro, o mesmo de mais cedo, dessa vez iniciando a leitura da página setenta e dois. Apesar de tentar de tudo para me concentrar na leitura do clichê insuportavelmente romântico, acabei por vagar com o olhar em todo refeitório até acabar com a visão presa nele. Os cabelos ainda bagunçados, a lata de refrigerante na mão e claro, a jaqueta. Lá estava Yin, dessa vez acompanhado de seu amigo e — palavras da diretora e de toda escola — cúmplice nos crimes, BangChan, ou apenas Yang. Deve ser difícil pra você entender porque ninguém os chamam pelo nome real. Vou explicar para você

Quando ChangBin entrou na escola após ser transferido, ele se isolou não deixando ninguém se aproximar. Daí, os boatos começaram. Mas não tiro a razão dos alunos, imaginem só: um aluno transferido de cabelos totalmente pretos e raspado de um lado, cara fechada, algumas tatuagens e que sempre — sempre — vinha com sua inseparável jaqueta. Obviamente todos o achariam estranho. O que isso tem haver com o apelido dos dois garotos?, você deve se perguntar. Nessa jaqueta há a estampa de um garoto azulado com "chifres" escrito "Bad Boys Club" e o desenho de apenas uma parte de Yin e Yang, a parte do Yin. A parte que significa negatividade, frieza. Ah, agora tudo fez sentido certo? Devido a sua jaqueta — a qual eu secretamente sempre achei magnífica, entretanto nunca tive ninguém a compartilhar minha admiração — com o Yin o garoto começou a ser chamado de Yin. Simples

Okay okay. Yin está explicado, mas agora vamos dar um pouco de atenção a Yang. De um dia para o outro, o menino bom exemplo com as maiores notas do meu ano aparece com uma jaqueta idêntica à de ChangBin mas com a parte de Yang — positividade, luz— estampado. Preciso explicar mais? Assim, eles ficaram conhecidas quando juntos como os BBC's e quando separadas como Yin e Yang

—Felix o que está fazendo? Já está na hora de ir para a sala–fui cutucado e assenti. Nem sequer dei importância para quem era, eu apenas acenei com a cabeça e peguei meu livro o marcando na página setenta e dois e sai em direção a sala de aula com a cabeça cheia

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Arrumei o material lentamente em minha mochila e sem nem pensar, desviei meu olhar para o garoto parado no canto da sala. De longe dava para ouvir uma musica estourando em seus fones de ouvidos. Era uma boa música, mas eu não sei de qual música exatamente se trata. Fechei a mochila e conferi em minha mesa para ver se não havia esquecido nada. Ao ter certeza, coloquei a mochila roxa — eu achava que era lilás, mas minha mãe insistia em dizer que aquilo era roxo. E, eu não sou nem louco de contrária-lá. Ela não é do tipo que aceita que o filho se "rebele", afinal, ela não me criou assim — nos ombros e sai parando no portão da escola. Observei de cima da escada e me senti enjoado ao ver tantas pessoas reunidas. Não é como se eu repugnasse seres humanos, querendo ou não, eu sou um humano. Eu apenas não gostava de ver tantos adolescentes juntos. Gritando, fazendo brincadeiras idiotas e outras coisas infantis. Balancei a cabeça para afastar os pensamentos e caminhei em direção a rua que iria me levar para minha casa. Mesmo não tendo a mínima intenção, reparei nos garotos encostados no muro conversando sobre algo e, eu podia jurar que eles pareceram por um minuto gentis. Não que eu tenha certeza que eles são pessoas de má índole, é só que os boatos sempre disseram e deixaram claro que eles eram o tipo de pessoa que se você desse um mísero oi, poderiam te esfaquiar com uma escova de dente pontiaguda — tipo aquelas em filmes onde ocorrem alguma briga na prisão —, ou talvez eu apenas tenha aumentado a palavra das pessoas. Mas não importa, esqueçam meus pensamentos idiotas

No fim, o que eu quero dizer é que eles pareceram comum. Pareciam adolescentes conversando, combinando de sair no final de semana para ver um filme ou apenas contando novidades sobre suas bandas favoritas. Os encarei por mais alguns segundos antes de seguir meu caminho para casa. Caminhava murmurando coisas aleatoriamente quando me assustei ao ter meu ombro tocado

–Você é o Felix não é?–olhei para o lado e lá estava ele. Se você disse o Yin, eu sinto, quem me acompanhava agora era Yang. Concordei com a cabeça e me perguntei o que ele queria comigo. Comigo

–Sim, você é BangChan certo?–perguntei mesmo tendo certeza de quem ele era

–Sim, mas pode me chamar de Yang–sorriu–Eu sei que você deve estar se perguntando o que eu quero tão de repente mas é que.....eu achei que você parecia legal e queria fazer amizade

Levantei uma das sobrancelhas mas acenei em concordância. Caminhávamos em silêncio quando ouvi a mesma música que ChangBin escutava na sala mais cedo

–Huh, que música é essa?–perguntei e ele olhou para os fones pendurados sorrindo em minha direção

–COPYCAT, da Billie Elish , o Yin quem me mostrou. Ele dizia que define a vida dele–sorriu olhando pra frente

Parece uma boa música

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