cap. 37...

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Steve está com o olhar pesado e o rosto inchado Ele não havia dormido, comido e muito menos parou de chorar um segundo sequer. Rogers está em um daqueles dias que ele somente quer ficar deitado ao lado de Tony, conversando sobre seu dia e lhe dando mais uma razão para viver.

Steve não queria ir ao hospital, mas se ele não fosse visitar Tony, quem iria lhe dar um motivo para viver? Steve estava sendo o único com algum pensamento positivo ali e Bruce tirou isso dele quando disse aquelas palavras, mas o garoto apenas não consegue deixar Tony para trás

Mas e se Tony já tiver deixado Steve para trás?

Steve andava em passos curtos e lentos em direção ao quarto de Tony, sua respiração calma e ele parecia mais um corpo sem vida andando. Sua aparência estava um lixo. Os olhos cansados com sombras escuras ao redor indicando a falta de sono, as roupas amarrotadas, o cabelo completamente bagunçado. Ele estava tão destruído por fora quanto por dentro. Mas então, ele ouviu

- Eu preciso que você assine isso. - Steve parou no corredor assim que ouviu a voz da doutora Hill, ele colocou a cabeça perto da porta do quarto para ver o que estava acontecendo.

Maria e Alex estavam chorando baixinho enquanto a mulher segurava alguns papéis na mão

- E-eu... Não vou assinar! - Maria disse firme. O que está acontecendo? Steve pensou.

- Ela não tem nenhuma chance de sobreviver? - Alex perguntou, o tom de voz tão baixo que Steve teve que chegar mais perto para ouvir.

- Normalmente o paciente em coma evolui para melhora do nível de consciência ou para a morte encefálica, e Tony certamente evoluiu para a melhora, mas é como se tudo o que fizemos ou o que tentamos fazer é em vão. Ele já deveria ter acordado. - A mulher explicou e Steve teve que fechar os olhos e suspirar para não ter que chorar novamente. Ele já estava entendendo tudo. - Maria, Tony está em um coma profundo com 85% de chance de morrer..

- Mas ainda têm os 15% de chance - fora Steve quem dissera. As três mulheres desviaram o olhar para a porta onde havia um Steve acabado e com lágrimas acumuladas nos olhos. - E doutora, eu vou apostar tudo nesse 15%

- Isso não é um jogo, Steve. - ela rebateu. Odiava ter que fazer isso, mas é o seu trabalho - Você não pode apostar tudo e simplesmente esperar que ganhe, isso é uma vida, é a vida da Tony, não um jogo.

- Tony é a minha vida! - Steve gritou, olhando para Maria e a doutora. - Se você desligar os aparelhos e-eu... Eu vou morrer junto com ele...

- Querido...

- Você não pode esperar mais algum tempo? - Steve sugeriu e a doutora negou

- Vai fazer quarenta dias...

- Esperamos quarenta dias, então podemos esperar mais algum tempo, certo? - Steve limpou as lágrimas, ela não deixaria Tony ir.

Nāo estava em seus planos deixar Tony ir, de jeito nenhum. Por Deus, ele estava cansado de tudo aquilo. Estava cansado de ficar sozinho. Estava cansada de ter que olhar para Tony e não ver seus olhos castanhos, cansado de não ter o som da voz de Tony para lhe distrair de alguma aula. Ele estava cansado de tudo isso e mais um pouco.

Maria diria que está orgulhosa de Steve, mas ela apenas não consegue mais passar por tudo isso de cabeça erguida. Dói tanto ter que ver seu filho em um estado vegetativo como aquele, sem poder ver o lindo sorriso dele depois de um dia cansativo de aula. Ou não ouvir seu filho falar sobre suas bandas favoritas ou ter uma discussão com Alex ao amanhecer para saber quem usaria o banheiro primeiro. Era tudo tão ruim... E saber que seu filho não está acordado é apenas mais doloroso ainda

Depois de uns segundos se olhando, Maria puxou
Alex para fora do quarto, chamando a doutora e dizendo que elas precisavam de mais um tempo para pensar no que fazer. Hill suspirou e assentiu, ela sabia que eles iriam ser duros no começo mas iriam ceder no final

Então, Steve estava sozinha com Tony, mais um dia...

Steve se lembrava do primeiro dia. No hospital. Ele se lembra de quando a ambulância chegou no colégio e Bruce só sabia gritar com Steve, lhe dizendo coisas horríveis, mas ninguém olhava para Nicholas, o motorista do carro. Ninguém olhava para ele e transmitia seu ódio ou qualquer outro tipo de sentimento, era como se tivesse somente Steve estivesse ali e era ela que dirigia o carro. Então, quando a ambulancia chegou, Bruce disse que os encontraria no hospital, Steve nem sequer conseguia falar nada. Era como se tudo a sua volta fosse apenas imaginação... Você nunca acredita que algo possa acontecer, até que ela aconteça com você.

Steve assistia filmes em que um dos principais motria ou que sofria algum tipo de acidente, mas ele nunca achou que fosse acontecer de verdade. Aquilo parecia mais uma cena de filme do que realidade, e ela queria que fosse imaginação

Quando Steve descobriu que Tony estava em um coma induzido pelo efeito de concussão cerebral, ele não soube como reagir. Era como se as palavras tivessem sumido de sua boca e estava em estado de choque. Ele não conseguia imaginar o cérebro de Tony sendo jogado nas paredes do crânio quando ele caiu no chão. Era impossivel imaginar qualquer coisa do tipo. Mas ele só querla que Tony acordasse.

Não importa se Tony acordasse no primeiro ou no último dia, ele só queria ver o moreno mais uma vez fora daquele hospital

- Eu apenas quero ver você novamente e colecionar momentos novos... Isso não é um bom motivo? - Steve perguntou, sua voz sempre baixa e carregada de soluços - Porque eu acho que não temos momentos o suficiente para a vida, eu... Não vou te deixar partir, Steve. Não está na sua hora, não está..

Naquele momento, Steve prometeu para Tony que iria continuar lhe dando motivos para viver e que não importa o quão duro o dia possa ser, ele não iria desistir de Tony, não iria deixá-lo ir.

Não me deixe ir, Steve.

50 reasons to live ;; stony [book two]Where stories live. Discover now