Capítulo Um

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— Senhoras e senhores, temos a honra de apresentar nossa magnífica Fênix!

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— Senhoras e senhores, temos a honra de apresentar nossa magnífica Fênix!

Os gritos exagerados quando as luzes se apagavam eram minha deixa. Ao som do meu nome, caminhei até o centro do imenso picadeiro.

Queixo erguido. Para mostrar confiança.

Coluna reta. Para dizer que sou poderosa.

Sorriso no rosto. Para parecer mais bonita.

O foco de luz pairou sobre mim ao mesmo tempo que a música preenchia o silêncio da plateia. Todos ávidos por mais um espetáculo meu.

Apertei minhas mãos sujas de breu de resina e toquei gentilmente o tecido acrobático, sentindo o atrito. Esse era novo, de um dourado intenso. Lentamente, agarrei as duas partes do lençol e me ergui do chão.

E quando meus pés não tocavam mais o chão, tudo ficava... mágico.

No ritmo da música, eu subi.

Ali, eu já não era mais a garota intrusa em um circo de família.

E fui subindo.

No alto da minha seda aérea, eu não era a bastarda amaldiçoada. A renegada e maltratada, filha esquecida do falecido fundador desse circo.

Eu subi tão alto quanto pude. Me enrosquei no pano e joguei meu corpo em direção ao chão, ouvindo gritos e arfadas longas vindas da plateia. E isso nunca me cansava. O tecido me segurou na queda, parando antes que o chão estivesse a um metro do meu corpo.

E então eu tornei a subir.

Viver no circo era maravilhoso, incrível, sensacional, com todas aquelas viagens e risadas... Era tudo isso, para outro alguém. Porque para mim, era o inferno. E só aqui, no alto, tão longe daqueles que me julgam medíocre, eu consigo respirar.

Minha roupa vermelha brilhava ao toque da luz. As acrobacias eram legais de fazer. Ficar pendurada pelas pernas, me equilibrar usando a força dos pés e dois filetes de liganete. Mas a parte incrível mesmo, era voar.

Salva Pelo Fogo | HOMENS DE FARDA 《Degustação》Onde as histórias ganham vida. Descobre agora