Olhos de sangue

262 30 8
                                    

Com um gesto de sua mão, Mr. Madison convidou Thomas para se sentar em sua frente.

"Sabe o motivo de sua estadia, Sr. Jefferson?" Tirou seu bloco de anotações do bolso direito.

Jefferson descansou a cabeça no queixo, inclinando-a para o lado maliciosamente, passeando seus olhos sobre seu perdido psiquiatra.

"Por quê pensar no passado quando os maiores sonhos apenas acontecem no futuro?"

James derrubou a caneta no chão, juntando-a na velocidade da luz.
"Okay, vejamos" O nervosismo atacara novamente, nada bom "Qual são os seus pensamentos sobre todos na qual" Thomas fez as honras de interrompê-lo, cantarolando palavras prontas e sem despreparo algum. Diferente de Madison.

"Os homens tímidos preferem a calmaria do despotismo ao mar tempestuoso da liberdade" Jefferson encarou-o com um ar de superioridade, baixando o bloco de suas mãos a força. "Por Deus, quem escreve essas perguntas?!"

James suspirou. Aquelas citações estavam o deixando quase sem paciência.

"Se os homens fossem anjos, nenhum governo seria necessário." Puxou seu bloco de volta, incentivado a continuar.

Pôde enxergar Thomas se jogando para trás, um sorriso satisfeito por cima das perguntas mal escritas. E que sorriso.

"Viu? Agora sim estou falando com o meu profissional prometido. Mr. Ma-di-son!" O rapaz abriu os braços sarcasticamente, como se o apresentasse a uma platéia imaginária. Corando quase que por despercebido enquanto pronunciava as sílabas.

"Está tudo bem?" Madison perguntou com um olhar preocupado, retirando seus óculos.

Foi aí que Jefferson percebeu. Seus olhos. Sobre os olhos de qualquer pessoa eram castanho escuros, sobre os de Thomas, eram cheios de iluminação, não coloridos, mas brilhantes. Mas isto não foi o que mais chamou a atenção dele, o que havia de diferente naquele olhar era uma leve cor avermelhada, uma cor vermelha vibrante que ninguém havia reparado antes, uma cor vermelha assassina que destruía a imagem do anjo à sua frente, o que surpreendentemente era atraente, aos olhos do paciente. Também pôde perceber que o rapaz demonstrava esperança e calma, (o que, em sua representação pessoal, seria um dom dado a ele) mas o que importava? Ainda existia uma leve coloração cor de sangue que pedia por atenção, e Jefferson queria vê-la brilhar mais do que o castanho.
"Mr. Jefferson? Podemos prosseguir?"
Thomas apenas sorriu e acenou a cabeça positivamente. E que sorriso.

Jeffmads (Yandere! Thomas Jefferson) Where stories live. Discover now