04. Woman like me

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Totalmente fora de série.

Quando acordei está amanhã, achei que ter que me arrastar até a Porshen Cakes para trabalhar fosse ser meu pior problema. Mas Claire deixou claro que não seria assim que pisou no café, implorando que eu a acompanhasse até o Santiago Bernabéu, o que lógico, gerou apenas recusas.

─ Sem condições, Claire. Não vai me convencer. ─ Enchi uma xícara de café, pondo numa bandeja com bolinhos e biscoitos.

─ Não vai ter graça sem você, Anamarie. Precisa ir comigo.

Passei pela portinha do balcão, indo até uma das mesas, entregando a bandeja. A cliente me sorriu e eu achei a coisa mais fofa do mundo as curvinhas em sua bochecha. Então voltei para o balcão.

─ Vamos, Lessye. É sua chance de ver como isso é importante para mim.

─ Eu sei o quanto isso é importante para você, só que também sei que não é tão importante para mim. ─ Claire me passou outra bandeja com duas fatias de torta e dois achocolatados quente.

Entreguei na mesa dos fundos, onde uma dupla de garotas conversava animada sobre o final de um seriado que não haviam gostado nenhum pouco. Coloquei as tortas, em seguida as canecas. As meninas agradeceram, e então voltei para o balcão, onde Claire me aguardava com um olhar suplicante.

─ Claire, eu não vou aguentar aquele lugar lotado de torcedores. Você não pode me forçar a ir.

─ Não quero te forçar, mas eu preciso de você. ─ Juntou as mãos em sinal de súplica: ─ Aaron e Dannah vão me deixar louca. Preciso de você.

Respirei fundo. Não queria mesmo ir, tinha coisas do evento beneficente para resolver. Meu tempo estaria corrido por ser primeiro de Dezembro, e realmente não tinha nenhum interesse em por "Jogo de futebol" na lista de ocupações do mês. Respirei fundo e acabei negando.

─ Eu sinto muito Claire, mas eu... ─ Meu celular tocou, e eu o peguei no bolso do avental. Alex estava estampado no visor. Olhei para Claire uma última vez: ─ Preciso atender. Conversamos depois.

Sai do salão, me preocupando em não alarmar tanto com os sinos quando sai pela porta. Tive que pegar meu casaco na entrada, era impossível por os pés do lado de fora sem ter contato com o ar gelado e frio. Algumas pessoas passavam na calçada e sorriam. Os madrileños eram um povo muito caloroso, apesar do clima.

─ Alex, oi. ─ Falei assim que aceitei a ligação.

Oi, tia Lessye. ─ Era a voz empolgante de Theo do outro lado, o que me fez relaxar e sorrir.

─ Meu amor, você está? Estou ansiosa para vê-lo aqui comigo em breve.

Eu também, tia Less. Papai falou que você vai ter problemas comigo e essa bancada de doces. ─ Pude ouví-lo sorrir abafado do outro lado.

─ Fica tranquilo que irei interditar tudo antes que você chegue.

Injustiça. ─ Clamou, e eu não evitei sorrir.

A última vez que vi Theo pessoalmente ele nem ao menos falava. Vovó ficaria louca com esse menino correndo pela casa. Podia ficar horas imaginando como ele era travesso e brincalhão. Vovô Steven devia ser um avô que mimava muito o primeiro e até então, único neto. Theo era o único na nossa vida, e eu sentia tanta falta de tê-lo comigo.

Für Dich ∞ Toni KroosWhere stories live. Discover now