Lessye é uma confeiteira de mão cheia e pés no chão. Gosta de ter controle sobre sua vida, pois se acha refém da falta dele. Até conhecer Toni. Toni é como um copo transbordando e uma fogueira em chamas. Desperta nela coisas que jamais conheceu.
Qu...
Era meiado de novembro, o que significava que o frio já estava se sentindo em casa. Noite passada caiu uma pequena fresta de neve, o que me assustou de início, já que ela costumava vir apenas em Dezembro. Então amanheceu frio como já era de se esperar.
E cá estava eu, desfilando pelas ruas agasalhada como a ocasião pedia e carregando junto a mim, um copo de café do Expresso da esquina. No ouvido os fones, enquanto cantarolava uma canção natalina qualquer de uma playlist com dezenas delas, até me dar conta de que já estava em frente a confeitaria.
PEGGY PORSCHEN CAKES. Era o lugar mais encantador do mundo para mim, e logo na chegada do mês de Novembro, a decoração Natalina já era uma das mais chamativas. O Natal é chamativo, então não podia ficar atrás dele. Rodei a maçaneta, abrindo a porta e fazendo soar o sino da entrada. Virei a placa de FECHADO para ABERTO, e me direcionei ao balcão.
─ Bom dia, Lessye. ─ Claire me cumprimentou, assim que me aproximei, deixando o copo de café em sua frente.
─ Para você. ─ Abri a portinha e passei para o outro lado. ─ E bom dia, Claire.
─ Telefonei ontem a noite, mas você já devia estar dormindo.
─ Não fique surpresa, estou acumulando energias. ─ Comentei, e tirei o casaco, pendurando no cabide atrás da porta. ─ Alex vem com Théo passar o Natal comigo.
─ Sério? ─ Peguei o avental no armário e voltei para o balcão, vendo Claire continuar: ─ Estou surpresa. Pensei que não estivessem se dando bem.
─ Não estamos. ─ A vitrine do balcão estava toda colorida com diferentes tipos de biscoitos, bolos e doces. Alguns com formato de boneco de neve. Era lindo até de ver. ─ Apesar de não nos darmos bem, Théo não tem nada haver com isso. Então eu fiz o convite para o meu sobrinho. E o pai se ofereceu para fazer companhia.
─ Estranho.
─ Ficaria surpresa. ─ Concordei, e no mesmo instante a porta da cozinha atrás de nós se abriu, revelando um Mauro nada sorridente. ─ Bom dia, Maurinho.
