Lessye é uma confeiteira de mão cheia e pés no chão. Gosta de ter controle sobre sua vida, pois se acha refém da falta dele. Até conhecer Toni. Toni é como um copo transbordando e uma fogueira em chamas. Desperta nela coisas que jamais conheceu.
Qu...
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Lessye Anamarie | Santiago Bernabéu, Espanha ─ 01 de Dezembro, 2018.
" ─ Mano do céu, Claire. O que você fez?
Eu não consegui digerir de imediato quando vi minha melhor amiga encolhida no banco do uber, como se estivesse se escondendo de algo. Melhor: de alguém.
─ Eu quase fui flagrada, Lessye. Você não faz idéia, seria horrível. ─ Começou a me explicar, e eu apenas suspirei jogando a cabeça no escosto do carro. ─ Ele é famoso e...
─ Quem é famoso? ─ Questionei tentando compreender, mas minha cabeça já estava girando mediante as doses de vinho que não devia ter tomado.
─ Você está bem?
Claire aproximou seu rosto do meu, e eu afastei a cabeça para trás, no mesmo momento em que senti o gume subindo pela minha garganta. Abri a janela e despejei tudo que havia comigo o dia inteiro, e as bebidas que tinha feito o desprazer de beber.
Aí droga! Minha cabeça dói.
Fiquei com a cabeça na janela por mais alguns minutos, e então respirei fundo, me jogando de volta no assento.
─ Está bem, Lessye? ─ Neguei. Ai como minha cabeça dói. Talvez porque bebi, talvez porque corri. Talvez os dois.
─ Aqui, querida. ─ A motorista me ofereceu um lenço, e eu sorri asentindo e usando para limpar os cantos da boca. ─ Antes para fora do que para dentro.
─ Obrigada. ─ Não podia devolver o lenço sujo, então apenas o enfiei no bolso. ─ O que você estava dizendo mesmo Claire, sobre o cara famoso e quase ter sido flagrada?
─ Ah... nada não. Você não está bem. Deixa pra lá.
Eu queria insistir, mas minha dor de cabeça tinha outras idéias. Então apenas concordei e recocostei no acolchoado do carro, me perdendo num soninho que durou poucos minutos até chegar em casa. A hora não me pergunte. Eu cai na minha cama assim que pisei em casa."
Eu não costumo beber tanto nos finais de semanas, nem em dia algum. Ter seu próprio negócio consiste em ter suas próprias responsabilidades e o Porshen Cakes exige muito isso de mim. Ele abre de segunda a sábado, de sete da manha as seis da tarde. É assustador como o café está indo bem, e sempre está cheio de pessoas para que eu possa me ocupar. Sair para beber em uma sexta-feira a noite e chegar tarde em casa, bêbada e altamente envenenada pelo teor da noite, não é uma coisa responsável de se fazer para alguém que precisa estar de pé as sete. Sorrindo e sendo gentil.
