Eu estava tão excitada que quando o primeiro dedo entrou eu quase me engasguei com o prazer e o casal olhou para mim à espera de uma resposta. 

Ahhh fala tu Brand, eu não consigo!

-É recente e lamento. - e desta vez cuspi mesmo o vinho de tanto rir e para disfarçar a minha vontade de gritar.

Ele estava literalmente a brincar com o casal e provavelmente nem perceberam. 

-Lamenta pelo o quê? - eles perguntaram confusos. 

-Por terem se conhecido tão cedo, imagino o quão aborrecido deve ser desde aí. - ele sorriu de lado e a cor da cara da mulher ficou tão vermelha que poderia rebentar. 

-Realmente o seu pai tem razão é um mal educado. - o homem defendeu-se. 

-Hm e diga-me quem é que acha que me educou? Já agora como está a sua filha, Raquel? - ele era provocador e encantador de ouvir. 

O segundo dedo entrou e ele riu-se quando um som estranho saiu da minha boca, o que é que me estás a fazer Brand? 

-O que tem a nossa filha!? 

-Nada... quer dizer ela costuma ter outra opinião sobre mim enquanto está de joelhos a chupar-me e

-Já chega seu-seu estupor! - o homem gritou e agarrou-o pelo colarinho enquanto a mulher estava chocada. 

Ele tirou os dedos da minha intimidade e levantou-se fazendo o pobre homem arrepender-se na hora de o ter ameaçado. 

-Já vi a quem é que ela saiu com essa raiva toda, era sexy até. - ele voltou a rir-se e eu senti uma pitada de ciúmes. 

-Largue-o! - era a senhora Olly. 

O Brandon quase não se mexeu com o senhor agarrado a ele parecia até divertido, talvez tenha ultrapassado um pouco os limites mas é o Brandon caramba. 

-Anda vamos dar uma volta Alice. - ele puxou-me pelo braço com delicadeza e riu-se da fúria dos convidados.

                                                                                               *

-Estás pronta? - ele perguntou-me ainda com os dedos nos meus olhos para eu não ver nada. 

Sabia perfeitamente que estávamos num jardim, sentia o cheiro fresco e o vento levantava-me o vestido arrepiando-me o corpo. 

-Pronta para quê? - eu nunca estaria pronta para o furacão que é o Brandon Portman. 

-Lembras-te quando disse que pintava? - o tom da voz dele era suave. 

-Uhum. - respondi e ele chegou-se mais perto de mim.

O cheiro dele invadiu-me e ficou difícil pensar em mais alguma coisa. 

Ele tirou as mãos dos meus olhos e vi onde estávamos. 

Sorri automaticamente quando percebi que tínhamos ido a pé até um parque e o quão tinha perdido a noção do tempo com as nossas histórias pelo caminho, e isto tudo sem ver absolutamente nada. 

O parque era tão bonito, nunca tinha estado lá, poucos candeeiros iluminavam a noite mas era a lua cheia que dava o toque romântico, as árvores eram enormes e alguns casais passeavam abraçados.

-Tu adoras mesmo parques não adoras? - perguntei com um sorriso doce. 

Ele sorriu embaraço e levou a mão à cabeça. 

-Costumava vir aqui quando as coisas em casa corriam mal. 

-É... - pensei- reconfortante. - olhei em volta e abracei a noite escura. 

-Foi por isso que te trouxe e também porque te quero mostrar uma coisa. 

Segui-o por entre os caminhos escuros e arbustos enormes até chegarmos a uma zona protegida e escondida.

-Como me chateava muitas vezes isto foi a minha maneira de sobreviver, passei grande parte da minha infância e adolescência aqui. 

Acenei e encorajei-o a continuar. 

-A pintura começou a ser a única fuga saudável da vida de merda que tinha, Alice eu não sou propriamente boa pessoa... houve uma altura do meu passado negro.

Nunca tinha chegado tão longe com ele mas se forçasse muito ele voltaria para a concha, prefiro esperar.

Talvez tenha até medo de descobrir o passado negro dele, já ouvi histórias mas ninguém me diz nada concreto o que é que ele pode ter feito que foi assim tão mau? 

-Está tudo bem Brandon não precisas de me contar mais. - toquei-lhe no ombro. 

-Obrigada, tu és uma pessoa incrível sabes disso não sabes? 

-Não sou incrível Brand e tu já viste isso... - disse timidamente. 

-És sim.

A mão dele subiu para o meu pescoço e com todo o tempo do mundo beijou-me, beijou-me com calma com um carinho diferente e se uma faísca não acendesse entre nós era estranho. 

Das outras vezes que o beijei ou estava bêbeda ou demasiado excitada para pensar no que estava a fazer mas desta vez entreguei-me não de corpo mas de coração.

Era tarde de mais ele tinha-me e eu tinha-o. 

Abrimos os olhos ao mesmo tempo e sorrimos um para o outro havia uma ternura na maneira como o fazíamos, aquela que passei anos a ler em livros de romance a que os meus pais tiveram... 

-Anda bebé vou te mostrar. 

O meu coração está cheio.

                                                                                   *

Olá tudo bem?

Eu estou a amar estes dois e talvez não esperem o que é ele vai mostrar à Alice mas que vamos todas ficar mais um pouco apaixonadas pelo nosso Brandon vamos. 

Obrigada por lerem e espero que tenham gostado.

Muitos beijinhos ❤



Choque frontalWhere stories live. Discover now