Quem Te Irrita Te Conquista

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- Eu acho que você está certo.

Draco fez um bico e se acomodou no sofá. Ele levantou sua varinha e murmurou "Incêndio", e o fogo apareceu. Harry se virou da janela para o loiro.

- Tudo certo com você? – ele perguntou.

- Sim, - o sonserino respondeu com um pequeno aceno de cabeça. – Tão bem quanto dá pra estar, sabe?

- Você está nervoso.

- É inútil tentar esconder isso de você, não? – Draco perguntou, estudando seus dedos.

- Podemos não ter sido nós a conjurar esse Laço do Coração, mas eu definitivamente consigo sentir o que você fica transmitindo tão livremente. – Harry disse levemente.

- Eu não fico transmitindo meus sentimentos! – Drado disse, indignado.

Harry olhou para a janela e disse calmamente, - Pra mim, transmite.

- É só que... eu fico andando de um lado pro outro, sabendo que ela pode vir basicamente a qualquer momento, e isso é irritante. Uma parte de mim na verdade quer que ela venha. Simplesmente superar isso. Mas a coisa é, eu não vou superar. Vai acontecer de novo e de novo... – Draco olhou tristemente para suas mãos. – Eu não entendo; por que eu tenho essas Visões? Eu achava que essa era sua área, não minha.

Harry de repente percebeu que não tinha contado ao loiro o que tinha descoberto através do Diretor.

- Dumbledore me disse que seu pai tinha uma ligação igual com Voldemort e os Comensais da Morte. – ele lhe disse. – Quando eu... quando ele foi morto, você meio que herdou a ligação. Não me pergunte de onde a ligação do seu pai com Voldemort veio, porque eu não sei.

- Eu... eu ganhei isso do meu pai? – ele perguntou com um sorriso sem humor. – Essa deve ter sido a primeira coisa que eu ganhei dele que realmente durou.

- Você não tinha a melhor das relações com seu pai, eu suponho, pelo que você me disse até agora. – Harry falou.

- Não, eu não tinha "a melhor das relações com meu pai", como você tão gentilmente colocou. – Draco desdenhou. – Eu estava feliz se o visse uma vez por semana, e nessas vezes, eu não podia falar ou agir sem a permissão dele. Eu sou; era, que seja; seu servo, nunca seu filho. Eu aprendi a seguir ordens antes mesmo de falar.

- E você está feliz que eu matei ele. – Harry disse devagar.

O loiro levantou o rosto e olhos cinzentos se chocaram com verde. – Não Harry, eu não estou feliz. Eu nunca poderia ficar feliz sobre meu pai estar morto. Ele ainda é uma parte de mim. O que eu posso ser é... indiferente. Parece que eu sou feliz aqui nesse futuro, então a morte do meu pai não foi a minha morte também. Mas eu nunca poderia ficar feliz sobre isso.

Harry achava que entendia o que Draco estava lhe dizendo. Fazia sentido que o loiro não pudesse estar realmente contente que seu pai estivesse morto. Mesmo que o homem nunca tivesse realmente agido como um pai, Draco sentiria falta de sua figura paterna e tudo aquilo pelo que Lucius vivera. E, como Draco dissera, Lucius ainda era uma parte dele. Harry imaginou onde estaria a mãe de Draco agora. Ele colocou a pergunta em palavras, e Draco voltou a olhar para suas mãos.
- Ela está na Ala Psiquiátrica de St. Mungus. – o Sonserino respondeu com uma voz desprovida de emoção. – E-eu achei um diário que o Draco desse tempo escreve, e ele disse nele que foi visitar mamãe em St. Mungus. Eu acho que ela enlouqueceu depois que meu pai foi morto.

Os ouvidos de Harry se ligaram em duas coisas: uma, em como Draco tratara Narcissa por "mamãe", enquanto Lucius sempre fora o muito menos afeiçoado "pai". A segunda coisa em que seu cérebro parara fora que Draco achara um diário desse tempo – e não lhe falara.

Tempo fora de lugar - Drarry - FINALIZADA Onde as histórias ganham vida. Descobre agora