09.

508 51 57
                                    

- Luísa? - Rúben evocou.

A morena foi desperta dos seus pensamentos pela voz do jogador encarnado. Esta debatia se deveria, ou não, partilhar com Rúben o seu estado dos últimos dias que, passavam por enjoos, constantes dores de cabeça e falta de apetite.

Não querendo preocupar o lisboeta, ela optara por nada falar. Deveria ser normal dado o seu estado de saúde.

Ambos encontravam-se em casa de Luísa, em mais uma das noites onde viveram para se amar.

Chegados da escapadinha romântica a Londres, alguns dias antes, onde Luísa fora surpreendida com uma viagem surpresa à cidade de Manchester e uma passagem pelo estádio do Manchester City, onde, durante horas, a morena partilhou as grandes histórias e aventuras que vivera com o seu progenitor devido ao imenso amor do mesmo pelo clube inglês, acabando a chorar desalmadamente mas, de coração cheio por, antes de partir, poder despedir-se daquele que fora um local de grandes momentos para a família luso-britânica. Além disso, Rúben ainda proporcionara-lhe um almoço na companhia de Bernardo Silva, jogador dos blues e companheiro da selecção portuguesa de futebol do seu apaixonado e, por fim, para encerrar a passagem por Londres, Luísa chorou nos braços de Rui Patrício, assim que este se encontrou com o casal, ao relembrar da sua progenitora e da admiração eterna que ela teria pelo guarda-redes ex-sporting.

- Estás bem? - Luísa questionou ao notar o nervosismo no olhar de Rúben.

Tentando ajeitar-se no sofá que, de repente, parecera demasiado pequeno para os dois, a morena virou-se para Rúben, ficando, assim, de frente para o futebolista, podendo, daquela forma, estudar as suas expressões.

- Como sabes, o Natal está próximo e, eu nunca te disse nada porque, receava a tua reação e, não te julgarei se não te sentires preparada para o fazer.. - a universitária não permitiu que o central continuasse.

- Estás a divagar, Dias. - ela riu assim que o número seis revirou os olhos, aborrecido pela pressão da jovem do seu lado.

- Não estás a pressionar-me nem nada, Evans. - o lisboeta proferiu, em tom de deboche.

- Quem te vê, até parece que me vais pedir em casamento, rapaz. - a luso-britânica gracejou mas, logo parou de rir ao ver a expressão séria do atleta encarnado.

- Até que não é uma má ideia. - pensou alto.

Luísa não evitou um sorriso ao imaginar tal momento.

No entanto, ele nunca chegaria.

Perto dela estava um cancro e a morte, não um casamento e um felizes para sempre.

Suspirou pesado, não querendo que tais pensamentos atrapalhassem a noite na companhia de Rúben.

Ela entregara-se, novamente, a ele, sem quaisquer arrependimentos.

Luísa sabia que não havia lugar melhor para estar senão nos braços do prodígio do futebol europeu.

- Eu não vou ter tempo para me casar, Dias. - deixou escapar, logo praguejando-se, mentalmente, por isso.

- Terás, se casarmos já. - entre risos, ele proferiu.

- Não sejas tonto. - Luísa quis encerrar o assunto. - O que é que, realmente, queres contar-me? - insistiu, deixando transparecer a sua aguçada curiosidade.

Adeus Amor Adeus | Rúben Dias Onde as histórias ganham vida. Descobre agora