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- O que é que estás aqui a fazer? - com um sorriso, Luísa questionou, ao notar a presença de Rúben no exterior da sua faculdade.

- Não posso vir buscar a minha miúda? - ao ouvir tais palavras, a morena derreteu. Esboçou um sorriso, envolvendo os seus braços na cintura do central encarnado.

- Todas as vezes que quiseres. - num murmúrio, proferiu. - Mas, por favor, vamos embora. - pediu ao rapaz ao notar os olhares, nada discretos, dos universitários.

- Tudo bem. - Rúben concordou, deixando um beijo rápido nos cabelos escuros de Luísa.

Pegou a mão da rapariga e dirigiu-se até à sua desportiva viatura.

- Não te sentes incomodado com toda a excessiva atenção? - Luísa questionou, enquanto se ajeitava no banco do passageiro, levando o cinto ao local correcto.

- Isto é um pouco de ciúmes que eu estou a sentir, menina Evans? - a luso-britânica revirou os olhos aquando da fala do jogador mas, acabou a rir junto com ele.

- Não conheço tal palavra. - Luísa refutou, decidindo que mirar pela janela, era o melhor a ser feito evitando, assim, o intenso olhar do lisboeta.

- Luísa. - Rúben chamou e, alguns segundos depois, a rapariga decidiu virar-se para ele.

Não evitou um sorriso ao ver dois copos do Starbucks, ambos com a decoração alusiva à época natalícia, sensação das próximas semanas do estabelecimento americano.

- Delicioso. - a morena apreciou, após beber um gole da bebida quente. - Brownie! - exclamou ao dar-se conta do sabor. - Como é que tu sabias? - curiosa, questionou pois, era o seu favorito.

- Lembro-me de, alguns dias atrás, quando estávamos a falar, tu partilhaste comigo o quão adorava os brownies confeccionados pela tua avó, sendo este o teu doce de eleição. Sei que, nada se compara aos dela mas.. - Luísa não permitiu que Rúben continuasse, ao colar os seus lábios aos dele, beijo que o central não hesitou em intensificar. - Acho que vou passar todos os dias no Starbucks. - brincou. A luso-britânica não evitou uma risada feliz, não apenas pela tentativa de piada por parte do jogador encarnado mas, sobretudo, por poder estar com ele, por ele se ter lembrado e guardado consigo pormenores que, à partida, já deveriam estar esquecidos.

Rúben era uma caixinha de surpresas.

E era o melhor presente, não só de Natal, mas da vida, que Luísa já tivera a sorte de receber.

Ela tivera mais do que, alguma vez, pedira.

- Não precisas de ir comprar café para que eu te beije. Basta pedires. - a estudante universitária entrou na brincadeira do rapaz que, logo, sorriu. - Eu nem acredito que te lembraste de tão mais pequeno e insignificante pormenor como o meu doce preferido. - acabou por confessar.

Rúben sorriu, passando o seu dedo indicador na bochecha da rapariga.

- Nunca ouviste dizer que são estes que fazem a diferença? - deixou-lhe um beijo na testa. - Além disso, eu não me esqueço de nada que esteja relacionado contigo. - desta vez, no nariz. - Porque eu adoro-te. - por fim, colou as suas bocas, não dando qualquer hipótese de Luísa reagir à súbita confissão.

Ao invés, a morena puxou-o para si, ao envolver os seus braços no pescoço do atleta que, sem refutar, deixou-se guiar pelos movimentos da jovem.

Assim que o ar os obrigou a separar, ambos encostaram as testas, respirando ofegantes.

- Além da minha família que, infelizmente, já não está comigo, fisicamente, tu és a única pessoa que me importa, Rúben. - instigada pela declaração do internacional português, a órfã confidenciou. - Tornaste o meu nada em tudo, num abrir e piscar de olhos. Não tenho como te agradecer por isso. - passou o seu dedo por todo do moreno, contemplando o rosto bem esculpido e atlético do jovem da Amadora que, apesar das imperfeições, era tão perfeito aos olhos dela.

- Então, posso tornar o teu agora no nosso para sempre? - num murmúrio, Rúben inquiriu.

Luísa desviou o seu olhar para as mãos do moreno, segurando as mesmas.
Pegou os seus dedos, começando por brincar com eles. Era o seu hábito de quando estava nervosa. Além disso tentava, a todo o custo, conter as lágrimas que, ameaçavam querer cair.

- Eu não tenho um para sempre, Rúben. - após alguns segundos de silêncio, a universitária acabou por sussurrar.

- Eu quero mudar isso. - com a habitual boa disposição no seu tom de voz, o atleta proferiu, este inocente diante de toda a dramática. - Deixa-me fazê-lo. - já sério, o jogador insistiu.

Levemente, inclinou o queixo da morena, não evitando a preocupação assim que observou os seus olhos marejados.

- Luísa. - ela apenas abanou negativamente a cabeça.

- Não me faças dizê-lo. - entre lágrimas, num sussurro, e com um aperto no peito, a rapariga suplicou.

- Mas dizer o quê? Luísa, tu tens esta aura de mistério à tua volta que eu não consigo decifrar. Eu sinto que algo de errado se está a passar. Mas tu não me contas! Não queres que eu te faça dizer o quê? - com as mãos, agarrou o rosto da rapariga que, naquela altura, já soluçava.

Que eu vou morrer.

Que eu vou morrer.

Que eu vou morrer.

As palavras ecoavam na cabeça de Luísa.

- Que eu vou morrer.

E ela, finalmente, dissera-o.


A/N: pequenino eu sei mas, não acho que fazia sentido acrescentar mais ou iria tirar a essência de todo o capítulo. É apenas um pedacinho do que aí vem.. Parece que a Luísa não conseguiu guardar mais o seu segredo..
Espero que estejam a gostar! ❤️
Adoraria imenso saber as vossas sinceras opiniões!
Imensamente grata, sempre.
D. ❤️

Adeus Amor Adeus | Rúben Dias Onde as histórias ganham vida. Descobre agora