18 (Hoseok) "acabou. acabamos."

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Eu não acreditava em finais. Sempre pensei: se penso duas vezes antes de fazer algo... Então, não há chances de dar errado. Era, pelo visto, só um pensamento estúpido.

Estava fadado de tanto trabalho. De tanta cobrança. De tanta intensidade.

Se um dos donos daquele restaurante, era bom. Me gerava uma boa renda. Só que eu precisava apenas de mais uma coisa... Eu preciso de Felicidade!

Eu estava começando a odiar a existência daquele ambiente e me sentia mal em entrar no estacionamento e antes de sair do carro, implorar que o dia passasse rápido.

Antes, antes de todo esse furacão interno...eu era apaixonado. Eu entrava dançando, sapateando pelo salão e cumprimentando todos ali presentes. Eu abria meu sorriso, e os levava na gargalhada.

Eu gostava de sorrir. Hoje, apenas sinto falta.

Sei exatamente onde está o erro. Erro... Eu não gosto de denominá-la assim. Por isso, sei exatamente o meu recomeço, ou quase isso, acredito.

—Boa noite, meu Hos!-Sorriu e colocou a chave do carro na mesa de centro. Tirou seu sobretudo e beijou minha testa. Suspirou tirando o salto.
Sentou-se ao meu lado e pôs o cabelo para o lado. Olhou para uma lista de preços e eu a encarei.

Puxei lentamente a folha de suas mãos. Meu coração estava apertado, minhas mãos trêmulas lhe assustaram.

As coisas, desde um dia exato do qual eu já não me lembrava tão facilmente, na loja de Madalene, me fizeram repensar.

Elis passou a não querer mais ir jogar na casa de Madah. Passou a negar qualquer encontro. Passou a negar ligações.
Tentou me afastar. Tentou me puxar só pra si. Meu coração já era dela, mas ela não acreditava e sua falta de confiança, me deixou longe.

A garota que eu havia conhecido, já não habitava ali. A Elis do olhar cheio de brilho e vida, tinha dado 'tchau' e me abandonado. E mesmo assim, eu aceitei a nova Elis, até por que eu achei que poderia aceitar todas as suas versões.

Conheci então, uma Elis que não demonstrava mais as suas fraquezas. E bom, demonstrar fraquezas com quem você se relaciona e confia é essencial para manter um ritmo de confiança e equilíbrio.

A "ponte" pendeu. Nosso equilíbrio estava por fora. E jantavá-mos agora, olhando pra tv.

—Olha pra mim.-pedi. Ela me olhou assustada e segurou minhas mãos.—Você ainda é feliz comigo?-Assentiu descontroladamente.—Seja sincera!

—O que você quer com isso?-Sua voz saiu trêmula. Levantou-se e se afastava do meu toque.

A conheci saindo de um curso de culinária, o qual nós dois fazíamos. Desisti do curso e ela continuou, mas mantínhamos uma relação contínua, já que eu comecei a fazer contabilidade no mesmo prédio.

Após um ano, começamos a namorar e logo apresentei para Madalene. Ambas pareciam ter o mesmo ritmo e logo uma amizade começou.
Ao total, são quatro anos que nos conhecemos.

—Quero sinceridade, por que eu vou ser bem sincero e isso pode doer!-Me mantive sentando e ela ainda em pé.

Vi na minha frente, tudo que restava indo embora. O resto de amor que me restava, o resto de desejo que habitava, o resto de paixão que caminhava em mim.

Senti meu coração saindo de suas mãos, e  voltando para o lugar que a quatro anos ele se encontrava.

—Hoseok... Você não vai fazer isso comigo, né?-Riu nervosa e começou a negar para os seus próprios pensamentos.—ME DIZ QUE NÓS VAMOS ENTRAR NAQUELE QUARTO E VOCÊ VAI ME BEIJAR E IREMOS ACORDAR COM MAIS VONTADE NA MANHÃ!-entrei no fundo de seus olhos e nadei tentando impedir as suas lágrimas, mas eu me afoguei e deitei na areia que era o seu soluço desesperador.

Pernas fracas e corpo no chão. Puf! Elis se encontrava caída no chão, dentre dois bancos cobertos de azulejos coloridos.

Me aproximei e com as mãos embaixo dos seus braços, a coloquei novamente de pé.

—Eu não sou mais feliz, Elis...-Joguei sincero. Ela começou a abrir a boca aos poucos.

—Você é tudo que eu mais amo...-Neguei.

—Isso tá errado!-me abraçou. E quando ela apelava para o abraço, era por que o estrago estava enorme. —você não pode jogar o seu mundo em mim!- encharcou minha camisa branca.

—Para! Cala a boca!-Se afastou.—Isso só pode ser brincadeira! O QUE EU TE FIZ?-Gritou novamente.

—ACABOU! ACABAMOS! ESTAMOS ACABADOS!-Engoliu seco e fechei meus olhos, sentindo uma lágrima escorrer.

—Vai correr pra onde agora? Sei que você não está suportando ver o meu rosto!-Dei de ombros.

Peguei uma mochila. Abri a porta e ela estava de costas pra mim.

—As coisas acontecem rápido...-Falou antes que eu pudesse sair.—Não aparece no restaurante amanhã, é tudo que te peço!-concordei.

Peguei meu carro e procurei algum lugar. Não achei. Liguei pra Madalene e eu já tinha um lugar pra dormir.

—Está tarde...-Ela resmungou abrindo a porta.

—Eu sei!-entrei.

—Que... O que você quer?-Olhou para o relógio.

—Abrigo e uma boa conversa!-ficou na ponta dos pés e me abraçou forte.—Acabou, Madah...-Se afastou e falou um mudo: "não pode ser...".

Podia. Foi. Acabou.

—Hos, isso está fora do lugar!- Encheu uma xícara e me entregou. Não sabia o que ela tinha colocado, eu só estava com sede.

Não estava fora do lugar. Voltou para o lugar.

Seu celular tocou e era Elis. Me encarou e logo depois o telefone.

—Atende... Ela precisa de você tanto quanto eu...-"alô?". Sua voz embargada ardia.

➡️ Madalena narrando⬅️

Hoseok estava sentando a minha frente e eu falava com Elis depois de algum tempo.

—Me sinto abandonada!-Ouvi.—Agora eu sei como seus ex namorados se sentem!-Revirei os olhos.

—Você não foi abandonada. Hoseok não saiu correndo! Não se compare!-Ela riu com ironia—Ele está aí, né?-Respirei fundo.

Elis começou a berrar do outro lado da linha.

—Agora... AGORA VOCÊ TEM ELE TODINHO!-berrou aos prantos.

—Pare de agir como uma criança! Eu não o quero! Devíamos ser unidas, mas eu não sei o que você se tornou!-Desliguei.

Ela estava sofrendo. Ok! Entendo! Tentei ajudar, mas ela se recusou.

Olhei para frente e Hoseok estava com a cabeça apoiada nas mãos e seu rosto vermelho. As lágrimas caíam sob o jogo americano e eu passei a mão sem suas costas.

—Foram quatro anos, Madah! Quatro anos! Eu odeio meu emprego! Eu odeio tudo o que se formou entre nós dois nesse ano!

Eu não entendia nada sobre términos. Pois, apesar de diversos relacionamentos, eu nunca tive o prazer de terminar dignamente algum.

—Vem, hobi!-o puxei até o quarto de hóspedes.—Vou ter pôr pra dormir!-Brinquei e ele deu um sorriso.

Hos, se deitou e o cobri com uma manta felpuda. A noite estava muito fria.

—Estou sem rumo...-Falou antes que eu apagasse a luz.

—Tudo bem, eu também estou!-Sorri.

—Vamos nos ajudar?-concordei.

Continua ....

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Amooo vcs xuxu's ❤

Até o próximo ❤

Boa noite ❤

Durmam bem ❤❤❤❤

Por todas as vezes que eu tentei amar. [MYG]Where stories live. Discover now