•° 1 °•

808K 34.8K 30.8K
                                    

Amy Carter•

" Livre arbítrio, quanta responsabilidade exige para essa ação. Nos temos inúmeros caminhos que podemos escolher em nossas vidas, um leque de escolhas que temos , devemos sempre ter muita calma e destreza para saber o que é bom e o que é ruim. Antes de que você faça qualquer escolha, pense, analise e respire. Depois que estiver certa que o que escolheu lhe fará progredir então siga em frente .Nunca tome decisões importantes para sua vida enquanto o desespero lhe domina, espere ! Com serenidade você conseguirá saber o que é bom para você. "

Uma vida normal, era assim a minha. Uma casa bem pequena e confortável com um gramado verde e macio onde cresci correndo de um lado para o outro. A cidade de Winchester tem poucos habitantes e aquele ar de cidade pequena, a calmaria onde boa parte das pessoas se conhecem. Morava apenas meu pai e eu, minha mãe se foi quando eu tinha 8 anos. Eu era apenas uma criança e aquilo foi diferente, eu não entendia muito bem o que tinha acontecido, apenas senti a sua falta em seguida e muita. Por sorte eu tinha um pai que se esforçou ao máximo para suprir aquele vazio, eu sei que era impossível mas se tornava menos doloroso.

Aos meus vinte anos, meu pai descobre um câncer avançado e mesmo que nunca tivesse nos faltado nada não teria todo esse capital para investir em seus tratamentos por inteiro, fizemos todo o possível mesmo assim mas não demorou muito para ele vir a falecer e tudo que eu não senti por falta de maturidade na época da minha mãe, estava sentindo dez vezes mais naquele momento, ou melhor, mil vezes mais. O vazio que ficou depois que ele se foi era imensurável, não sei onde encontrei forças para voltar para a minha casa e olhar a velha garagem onde ele consertava carros, o sofá onde ele assistia seus olhos com uma garrafa de cerveja em mão e muito menos o seu quarto onde tinha suas roupas e objetos pessoais. O silencio tomou conta daqueles cômodos.

Logo passaram-se quatro meses após a morte do meu pai, nos três primeiros tinha conseguido me virar com o que restava más depois tive que me virar de alguma forma. Depois de procurar bastante por emprego a única coisa que eu encontrei foi uma pequena cafeteria a algumas quadras de onde eu morava, não era muita coisa mas era um começo. Já estava com quinze dias trabalhando lá, tinha que fazer de um tudo para ganhar poucos dólares que já era para a minha alimentação. Era cedo, estava saindo de casa para ir ao trabalho quando a minha vizinha corria em minha direção.

– Amy...Amy...– Ela chamou.

– Sim Senhora Parker?! – fiquei intrigada.

– Ontem tentaram lhe entregar esses papéis, mas como você não estava. Recebi para lhe entregar.– Ela estende a mão entregando-me.

– Obrigada ! –

Ela voltou em direção a sua casa e eu olho o papel em mãos, meu coração apertou quando vi o que se tratava. Meu pai fez um empréstimo para o seu tratamento colocando a nossa casa como garantia pois não tinha outra saída, como não conseguimos pagar estava reivindicando a casa. Não abri ele, comecei a fazer o caminho para a cafeteria pois ja deveria estar atrasada.

Depois que cheguei no lugar,fui até uma despensa e abri os papéis para ler com mais atenção e lá dizia claramente que em dois meses se não quitasse todas as parcelas que estavam em atraso iria perder definitivamente o imóvel. Eu iria ficar literalmente sem teto.

Chorei copiosamente por minutos, a casa onde eu preservo toda a minha história, onde podia sentir um pouco dos meus pais e assim não me sentir tão sozinha. A família do meu pai morava em outro país e não tínhamos contato e da minha mãe que era filha única, seus pais já se foram também a muito tempo. Eu não tinha a quem recorrer e naquele momento a única coisa que me restou era limpar o chão e arrumar tudo ali pois esqueceria um pouco da minha desgraça.

●COMPRADA POR ELE●Onde as histórias ganham vida. Descobre agora