Capítulo 4

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           A tarde eu já estava na casa em que a minha mãe insistia em
dizer que também é nossa agora, mas eu não ia sair do quarto,
só sairia se ela ao menos me deixasse morar com os meus avós,
no Brasil, que foi de onde viemos e não deveríamos ter saído.
--- Como foi a escola querida? – Minha mãe entra no quarto
sem ao menos bater fazendo eu me assustar.
--- Você me assustou. – Falo colocando a mão no peito sentindo
os batimentos acelerados.
--- Me desculpe, mas me conta, como foi? Fez amigos? – Ela diz
dessa vez sentando em minha cama e colocando uma sacola na
mesma.
--- Tirando o fato de todos estarem me olhando e comentando
toda hora, foi tudo ok. Não fiz amigos. – Falo olhando o meu
celular.
--- Na sacola está o seu uniforme, vá tomar um banho, vista-se
e desça, a Maria disse que o almoço está quase pronto. – Ela diz
e por fim sai do quarto.
Eu não achava o Carlos uma má pessoa e nem a filha dele, só
que o mundo deles não é compatível com o meu, eu gosto de
coisas simples, gosto de livros, gosto de andar de Bike, gosto de
passar o meu fim de semana grudada na TV assistindo alguma
coisa legal, não ficar participando de almoço em família ou
fingir que estou em uma família “Perfeita.”
Mas o que eu faço durantes todos esses anos é ficar e apoiar
completamente a minha mãe, desde que o meu pai se foi, ela
se sentiu insuficiente, eu até que agradeço ao Carlos por ter
aparecido na vida dela, desde que se conheceram a dois anos
atrás a minha mãe mudou bastante. Então a única coisa que
faço é tomar um bom banho, me arrumar e ir para o almoço em família. Quando desci minha mãe e o Carlos já estavam em seus
devidos lugares, o almoço já estava na mesa e estavam apenas
esperando a mim e a Clara.
--- Eu não demorei muito não é? – Pergunto um pouco
preocupada.
--- Claro que não, a Clara ainda nem desceu. – Assim que Carlos
termina de falar Clara desce toda arrumada.
--- Estou indo pra casa da Sarah, volto mais tarde. – Ela diz
quase saindo da cozinha, mas o Carlos a impede com uma
simples palavra.
--- Senta. – Assim que ele diz isso eu e minha mãe no olhamos.
--- O que? – Clara pergunta sem entender.
--- Eu disse para você sentar, vamos almoçar em Família. – Ele
diz calmo mas sem tirar os olhos dela.
--- Mas pai...
--- Mas nada, eu te avisei sobre almoço cedo, depois que
terminar pode ir encontrar as suas amigas, mas vai levar a
Gabriela com você. – Ele diz continuando calmo.
--- Não precisa se preocupar comigo, eu não quero sair. – Falo
imaginando até onde essa situação vai.
--- Filha, eu concordo com o Carlos, você precisa sair, então vai
com a Clara e sem discussão. – ela diz colocando salada em seu
prato.
--- Cheguem cedo, teremos um jantar mais tarde.
Eu e Clara apenas nos olhamos pensando em como aquela
situação toda é desnecessária, eu não quero sair, a Clara
também não quer me levar. Durante todo o almoço o Carlos e a
minha mãe ficavam rindo e falando sobre coisas aleatórias.
Clara terminou primeiro, eu não estava com tanta fome e disse
que também tinha acabado e que iria apenas trocar de roupa
para acompanha-la.
Antes de me mudar para essa casa Carlos fez questão de que a
minha mãe comprasse varias roupas para mim, de acordo com
ele eu não me sentiria muito confortável de ir para “encontros"
com as minhas roupas, pois eram muito simples. Confesso que
fiquei ofendida.
Assim que desci Clara já estava dentro do carro me esperando,
ela apenas fez um sinal para Taylor e o mesmo deu partida no
carro.

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