Capítulo 2

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6 de Junho de 2010

15: 35 PM

Grace e Sean esperavam pelo diagnóstico da filha na sala de espera, o médico abriu a porta e a fechou logo em seguida olhando para os pais preocupados, ele sentou-se na cadeira a frente deles e suspirou antes de falar.

A Lana está melhorando a cada dia, é bom que ela lembre de vocês, mas teremos que fazer mudanças drásticas.

— Como assim, doutor?— perguntou Grace.

Ela não se lembra de seus amigos ou qualquer outra pessoa que conheceu além de sua família, para não deixá-la confusa ou com qualquer sintoma ruim, eu os aconselho a se mudar e começar outra vida com ela.

M-mas... Nós sempre moramos aqui, não vamos poder fazer isso!— pronunciou-se Sean, atordoado com as palavras do médico.

Eu acho que essa é a melhor solução para ela, caso ao contrário, vocês terão que conviver nesse hospital por muitos anos.

Houve um silêncio no local, Grace começou a chorar e Sean olhava para o médico, pensativo e infeliz, era como o mesmo estava agora. Conversaram mais um pouco sobre o desenvolvimento de Lana e voltaram para o quarto da garota, ela estava deitada olhando para a janela.

Olá, querida!— disse Grace, beijando sua testa.

Oi, mãe.- respondeu com a voz fraca. Quando nós vamos embora daqui?

Logo, logo... Estamos só conversando sobre mais algumas coisas.

Eu acho que estou estranha.

Como assim?— perguntou Sean preocupado.

Eu sinto que tenho que lembrar de algo, mas não sei bem o que é.

Não force muito, você ainda está de repouso... Sua avó virá te visitar.

Mesmo?— perguntou com um sorriso radiante, Grace concordou.

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Enquanto a avó de Lana ficava com ela no quarto, os pais da mesma discutiam sobre a mudança, para eles, afastar sua filha de todos que já conheceu era algo muito difícil de se fazer. Eles queriam que sua filha ficasse bem e não que levasse mais agulhadas, então decidiram que se mudariam assim como o médico mandou, sair de sua cidade natal era uma passo grande para ambos, ainda tinham que resolver várias coisas e sair de lá o mais rápido possível. Sean estacionou o carro na casa de seu velho amigo, sua família merecia saber de sua mudança e de como estava Lana, desceu do carro e bateu na porta da casa, logo foi atendido pelo mesmo com um abraço carinhoso, pediu licença e adentrou a casa, logo sua esposa e seus dois filhos vieram cumprimenta-los.

Como você está crescido, Noah! Faz muito tempo que não o vejo. disse sorrindo para o garoto, o mesmo somente agradeceu.

Como está, Lana?— perguntou seu amigo.

Ela está melhorando a cada dia, mas...— fez uma pausa, suspirando em seguida Por ordem do médico, temos que mudar de cidade.

Como?— perguntou o mesmo surpreso por tal notícia.

Ele nos disse que ela não ficaria bem aqui, as memórias dela não estão voltando corretamente e deixá-la aqui, num lugar onde conheceu todos não vai ser bom.

Todos escutavam atentamente as palavras de Sean, menos Nick o irmão mais novo de Noah que brincava com seus carrinhos no chão da sala, Sean estava prestes a chorar contando suas experiências para seus amigos, o mesmo tinha que resolver tudo de uma vez.

Não vamos poder nos ver a partir desse dia, eu não queria que acabasse assim, mas se for para protegê-la eu terei que ser forte!

Como o senhor pode dar as costas assim pra esse problema?— perguntou Centineo, as lágrimas começavam a cair.

Não fale assim, Noah! Sean está fazendo de tudo para ajudar Lana. repreendeu seu pai.

Ajudando? Como ele está fazendo isso se não liga para o que ela vai deixar pra trás? Minha amizade com ela não vai ser acabada assim!— gritou o garoto, correndo para longe dali, sua mãe ia até ele, mas foi impedida.

Eu sinto muito mesmo, sei como minha filha e seu filho são próximos, peçam desculpas por mim.

Abraçou seu amigo e logo depois sua esposa, deu um beijo em Nick que não estava entendo situação alguma, mas continuava brincando no chão, Sean sorriu com tal cena e lembrou de quando sua pequena tinha essa idade. Saiu pela porta se despedindo mais uma vez, entrou no carro e dirigiu até sua casa.

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Lágrimas não faltavam no rosto de Centineo, ele estava muito arrasado, deitou na cama e pegou o porta-retrato no criado-mudo ao seu lado, sorriu vendo a foto, foi o dia em que ele e Lana saíram com sua família para pescar, ela levantava um peixe pequeno como se fosse um troféu enquanto o mesmo a abraçava radiante pelo seu esforço, mas agora para a garota ele nem sequer existia, tudo o que passaram seria esquecido por ela e isso era o que o fazia se sentir mais infeliz ainda.

Noah, você não vem jantar?— perguntou sua mãe, quando abriu a porta do quarto.

Não!

Você não pode ficar assim, querido. Tem que comer alguma coisa!

Já disse que não quero, mãe! Me deixa em paz.

Houve um pequeno silêncio e depois o barulho da porta se fechando, Noah virou de lado encarando a parede branca, onde continha alguns desenhos que ele fez, voltou seu olhar para a foto e chorou mais uma vez.

Será mesmo que vou te perder pra sempre?— perguntou para sí mesmo, quase em um sussurro.

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