- Carol?
- Continua estou a gostar – murmurei
- Mas temos que nos levantar
- Porquê? – abri os olhos e estava o argentino bem na minha frente
- Temos almoço com os nosso amigos
- Porque é que marcamos isso? – virei-lhe costas, colocando a almofada em cima da cara, ele colocou o braço à volta da minha cintura aproximando os nossos corpos, depositando um beijo no meu pescoço
- Posso sempre ligar a desmarcar
- A Magda espanca-me – afastei-me dele, espreguicei-me
- O que se passou para ires parar ao sofá?
- Tive um pesadelo
- E acordares-me?
- Estavas tão tranquilo – sentei-me na cama
- Acordavas, não precisavas de ficar sozinha
- Como vim parar à cama outra vez?
- Trouxe-te
- Ao colo? Aguentaste?
- Não és assim tão pesada
- Estás a chamar-me gorda? – peguei na almofada, dei-lhe no braço
- Não sua gorda – começou a fazer-me cócegas que implorei para parar, mas só algum tempo depois é que o fez
- Temos que nos arranjar – levantei-me – oupa, levanta-te!
- Tu é que tens que ir tomar banho para depois irmos a minha casa, posso ficar mais um bocado
- Não, vais levantar essa bunda e arrumar isto aqui – apontei para cama – e preparar algo para comer, tenho fome
- Agora entendo essa resmunguice
- Senão queres ver o meu lado negro, vai tratar disso enquanto tomo banho – ia a sair do quarto – e não tenhas ideias de me interromper – fiz-lhe uma careta e saí a correr
Tomei um banho, enrolei-me na toalha para ir para o quarto me vestir mas senti o cheirinho a torradas acabadinhas de fazer e o meu estômago não resistiu então fui à cozinha onde o Lisandro estava de tronco nu à volta do fogão
- Assim fico mal habituada – comentei encostada no beiral da porta a observar aquela cena
- Assim eu não resisto – olhando para mim de alto a baixo
- Se o meu estômago ficar agradado com o que preparaste pode ser que a toalha caia – pisquei o olho e sentei-me
- Podes ir deixando cair – piscou o olho, sentou-se à minha frente, comemos sem abrirmos a boca, só nos olhávamos. A tensão estava alta. Dei o ultimo gole no sumo de laranja sem tirar os olhos dele, sabia que o estava a provocar, levantei-me, virei costas, dei dois passos, deixei a toalha cair, assim que a vi pousar no chão o som da cadeira arrastar se fez ouvir e no segundo a seguir senti as mãos geladas dele na minha cintura fazendo-me rodar para ele – tu adoras provocar-me – não me deixou sequer responder, roubou-me um beijo, fazendo com que os nossos corpos se juntassem. Coloquei as minhas mãos nas costas dele, cravando as minhas unhas à medida que os beijos se iam intensificando. As mãos dele terminaram no meu rabo apertando-o que me fez puxar para cima fazendo que eu colocasse as minhas pernas à volta da sua cintura, coloquei as minhas mãos à volta do seu pescoço para me segurar
- Estamos a ir por caminhos perigosos – sussurrei ao seu ouvido, depositei um kiss no seu pescoço e outro nos seus lábios. Ele levou-nos de volta para o meu quarto e mais uma vez deixamos que o nosso desejo falasse mais alto.
Quando terminamos, fui novamente tomar um duche, arranjei-me, fomos a casa dele para ele tomar banho e trocar de roupa, fomos ter com o Nico e Magda ao restaurante onde iamos almoçar. O almoço foi bem animado, com muita conversa à mistura, depois fomos dar um passeio pela zona que não acabou muito bem para mim e para o Licha. Acabamos por discutir porque ele queria andar de mão dada na rua e eu não quis. Ficou amuado sem razão, já devia saber que eu e ele somos só amigos, se quer mais do que isso é melhor por um fim na nossa aventura para não estragarmos a nossa amizade.
O Osvaldo acabou por nos ir deixar a minha casa, a mim e à minha amiga, que tinha de regressar ao Porto. Ela arrumou as coisas dela enquanto conversamos sobre o que se tinha passado de tarde.
- Achas que agi mal? – perguntei
- Não é uma questão de quem agiu mal mas começo achar que vocês deviam conversar seriamente antes que acabem por se chatear.
- Não quero isso, prometemos que assim que houvesse sentimentos falavamos e acabava
- Posso estar muito enganada mas já há sentimentos – fez uma pausa - ele gosta de ti
- Porra – deixei o meu corpo cair sobre a cama e tapei a cara com almofada – não quero estragar a nossa amizade
- Só se vai estragar se não falarem já sobre as coisas e esclarecerem tudo
- Pois terá que ser – olhou para o relógio
- Vou masé fazer-me à estrada antes que fique de noite
Ajudei a levar as coisas para o carro, despedimo-nos e foi cada uma à sua vida.
49º Capítulo - pesadelo
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