25º Capitulo - só preciso que sejas verdadeiro

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(Carolina)

Acordei cedo para tomar banho, arranjar-me e tomar o pequeno-almoço para depois ir ter com o lisboeta. Marcava 8h20 no relógio da cozinha quando peguei na minha carteira e saí de casa, passei pelo carro do Lisandro que estava direito e segui para o Colombo. Já estava sentada junto à fonte quando ele chegou

- Bom dia – disse ele a sorrir

- Bom dia, podes sentar – assim o fez

- Então Carol, o que se passa? – agarrou-me a mão mas eu tirei logo e ele olhou imediatamente para mim

- É verdade o que a Filipa me disse?

- O que é que ela te disse?

- Não sabes? Ou estás-te a fazer de burrinho?

- Não sei mesmo o que ela te foi dizer

- É verdade que vocês se envolveram? – olhou de esgueira antes de me responder

- Sim, eu e ela já fomos namorados mas eu tinha te dito

- Não estava a falar disso

- Então?

- Tenho que ser mesmo eu a dizer?

- Sim, não sei o que estás a falar – engoli a seco para não me passar e respirei fundo

- Quando eu estive em coma, não te diz nada – endireitou-se, olhou em frente e por alguns segundos ficamos em silêncio.

- Diz...

- És um mentiroso, Pedro! Eu acreditei em ti, acreditei no que dizias sentir por mim, confiei em ti e é assim que tu ages? Pensavas o quê? Que eu nunca iria descobrir? – olhei para ele que começou a chorar – olha que lágrimas de crocodilo não me comovem!

- Mas eu...

- Mas tu nada! Tudo o que disseres a partir de agora não me vou acreditar, não há cá falinhas mansas para ninguém! Acabou-se a Carolina otária, a Carolina ingénua, acabou! – levantei-me – a minha vontade era te mandar a essa fonte e afogar-te ai! – virei costas mas ele agarrou na minha mão

- Deixa-me falar, tenho direito a isso! - sentei-me

- Fala lá vá

- Carol, eu sei que não tinha o direito de te ter escondido isto, devia ter contado logo de início mas quando soube o teu estado achei melhor não dizer nada e tentar reconquistar-te – olhou para mim – apesar do que aconteceu eu amo-te e sempre te amei, aquilo foi num acto de desespero e além do mais eu estava bêbado naquela noite – voltou a olhar para mim - Eu só queria que tu acordasses, que tu reagisses mas nada disso acontecia e os dias, semanas iam passando, então para me distrair fui sair com os meus amigos e como sabes copo puxa copo - ri-me porque me lembrei que o Licha me dissera o mesmo – a Filipa estava connosco, deu-me um ombro amigo e aconteceu. Fiquei super arrependido e disse-lhe logo isso, que tinha sido um erro e que nunca mais voltaria a acontecer, que eu e ela só éramos amigos nada mais do que isso – fez uma pausa – tudo o que te disse que sentia por ti foi sempre sincero! Eu amo-te, sempre te amei e vou continuar a amar! Acredita nisso por favor! Podes ficar chateada comigo mas por favor não duvides daquilo que sinto por ti!

- Não consigo acreditar em nada neste momento, estou magoada, estou chateada, estou revoltada! Até podes estar a ser o mais sincero possível mas não consigo acreditar numa única palavra que saia da tua boca neste momento! Desculpa mas não dá! Preciso de tempo, tempo para pensar, tempo para colocar as ideias no lugar, tempo para conseguir digerir tudo com calma e racionalmente!

- Dou-te o tempo que quiseres

- Ainda bem

- Desculpa Carolina, desculpa a sério – agarrou-me as mãos – por favor desculpa-me!

Rumo novo nesta estradaWhere stories live. Discover now