Frio Na Barriga

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Eu fiquei uns bons minutos olhando a enorme cama, se eu pudesse dividiria ela ao meio com certeza. E pensar que uma hora ou outra a noite chegaria e seria improvável dormirmos separados me deu um gelo na barriga.
Parecendo ler meus pensamentos o Marcos se aproximou atrás de mim, suas maos massageando meus ombros. Ele tirou meus cabelos do ombro e deu um beijo quente em meu pescoço.
- Foi tudo pensado nao é? - virei para ele e o olhei fixamente.
- Voce se refere a cama? - ele saiu andando no quarto, tirando sua carteira do bolso, colocando em cima da mesa e indo ao bar pegar uma bebida.
- O que queria Julia? - Ele encheu o copo e deu um grande gole. - Queria que eu fizesse reserva em um hotel para Sr e Sra Prostakov, "Um casal" um quarto com 2 camas?
Ele abriu um champanhe e me ofereceu.
- Nao! Prefiro estar sóbria!
- Com medo Julia? - ele foi se aproximando. - Medo de eu fazer algo que nao queira ou medo de voce mesma por me querer tambem? - Ele passou a mao em meu rosto de uma forma carinhosa, sentindo minha pele como se fosse devorá-la.
- Nao sei do que voce esta falando - me desvencilhei de seus braços. - Preciso de um banho. A viagem me deixou exausta! - mudei de assunto.
Ele percebeu que me deixou encabulada.
- Claro! Tambem vou tomar um banho. - Apontou para o outro banheiro. - Podemos depois sair para jantar em algum restaurante, explorar um pouco a cidade, o que acha?
Minha vontade era descansar, pedir algo no restaurante do hotel mesmo e ficar por aqui. Mas só de pensar em ficar mais tempo no quarto sozinha com o Marcos, fez eu optar por jantar fora.
- Sim, seria legal.
- Vou reservar uma mesa para nós entao em um lugar que sei que irá adorar. - Me deu um sorriso e eu retribui, entao entrei no banheiro e tranquei a porta.
Já no chuveiro fiquei pensando como foi que deixei ele me trazer nesta viagem. Eu deveria ter me posicionado mais em nao aceitar vir com ele. Agora eu estava nesta enrrascada que só de pensar me dava dor de barriga.
Tarde demais para choramingar. Agora é ser forte e encarar a fera!
Assim que desliguei o chuveiro reparei que nem roupa eu havia pego. Coloquei o roupão e amarrei forte na cintura.
Saí do quarto e ele já estava de calça e sapatos, sem camisa. Foi inevitável nao olhar para seu tanquinho e ficar corada entao virei o rosto.
Peguei um vestido social na mala e corri para o banheiro me vestir.
Assim que já estávamos prontos para sair, o Marcos veio até mim e pegou minha mao.
- Quero que use isto. Nao somente hoje, mas sempre!
Olhei para minha mao e havia uma enorme aliança em meu dedo anelar, juntamente com um lindo anel de esmeralda.
Mais um ato de posse dele. Uma aliança! Claro! Como nao pensei que uma hora ou outra ele me faria usar uma.
Disfarcei meu desgosto em relaçao a aliança e elogiei o anel:
- É lindo!
- Nao adianta disfarçar Julia. Sei que nao gostou de ter que usar a aliança, mas nao se esqueça que é minha mulher e quero que todos a respeitem como tal. Nao quero nenhum engraçadinho de olho em você ou entao nao respondo por mim.
Eu nada disse, somente engoli em seco.
Seguimos para o restaurante em um luxuoso carro alugado pelos dias que ficariamos no país.
A cidade era ainda mais linda a noite. Muitas luzes e grandes edificios exóticos decoravam o centro da cidade.
Era pura ostentaçao! Nunca vi tanta ferrari entre outros carros esportivos na vida!
- Aqui é sempre assim? Tanto luxo e ostentaçao? - Quebrei o silencio dentro do carro.
- Sim! Estamos no centro da cidade Julia. Aqui é sempre assim.
O restaurante, como imaginei era de cair o queixo. Nao tinha palavras para descrever a beleza do local.
Um manobrista pegou o carro e adentramos dentro do restaurante.
Nossa noite foi muito agradável. A comida estava divina e a companhia também. O Marcos mostrou um lado dele que eu nao conhecia. Ele me fez rir com historias engraçadas e também soltou algumas poucas palavras de seu passado. Descobri que já havia sido casado e que quando criança nao tinha o dinheiro que tem agora. Ele havia crescido com muito esforço e trabalho próprio.
Senti muita mágoa em suas palavras enquanto falava um pouco de seu passado, mas nao tive coragem de perguntar mais nada sobre, entao mudei de assunto.
Fomos embora quando já passava das 22h. Eu estava muito cansada e estava louca para descansar, mas só de pensar em ter que dormir acompanhada do Marcos me deu um gelo.
Eu estava muito tensa dentro do carro na volta para o hotel e creio que ele notou.
- Nao sofra por algo que ainda nem aconteceu Julia! - Ele me olhou e em seguida voltou a atençao para a rodovia.
- Do que voce esta falando?
- Voce sabe do que estou falando! - Ele deu um sorriso cínico.
Se antes eu estava nervosa, agora eu estava a ter um mini infarto!

Amante obsessivoOnde as histórias ganham vida. Descobre agora