Capítulo IX - Sua mãe nunca te ensinou a mentir, mas deveria

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Seus ouvidos apitaram, seu coração acelerou e apertou mais a mochila contra seu próprio peito.

-Não deve lembrar de mim, sou seu tio. Takashi.

Izuku sabia que era errado encarar, mas na sua situação seria perdoável.

Negou devagar, porque ele realmente não lembrava.

Ou mais especificamente, ele nunca havia sido sequer mencionado.

-Não sabia que vovó Hisa tinha outro filho. – Sua voz saiu suave e controlada apesar da situação, mesmo que ainda apertasse a mochila com força. Outras pessoas conversavam ao redor, mas ele focou naquele momento.

O homem sorriu, os olhos brilhando de uma forma que não entendia totalmente.

-Que eu lembre bem minha oka-san se chamava Itsumi, Izuku. – Sentiu seu rosto corar. – Você é bem esperto, tentando checar os fatos, hum?

-Alguém tem que checar. – Sussurrou e os olhos do homem escureceram. Ele se ergueu e sentou ao seu lado no banco, os dois fitando a parede branca no corredor agora quase vazio. O garoto dos dedos de lanterna ainda estava no outro banco, esperando alguém. – Nome de heroína que oka-san queria quando criança?

O homem olhou para baixo, mas seu sorriso parecia menor.

-Órbita. Porque ela atrai coisas para ela. – Pausa – Como uma estrela.

As pernas dele eram tão longas que dobravam, e ele usava um terno impecável com sapatos lustrosos demais. E era um completo desconhecido até então.

- Passei em seu teste?

- Faz diferença? Vão me mandar com você de qualquer forma.

-Faz para mim. – A voz dele ficou séria, sem o tom de diversão que havia ouvido até então. – Eu quero saber o que você quer.

O que ele queria?

Ele queria que esse dia nunca houvesse acontecido. Ele queria que nenhum deles tivesse saído de casa para comprar presentes. Ele queria ter pedido a sua oka-san para ficar com eles, que ela não precisava pegar nada para ele.

Ele queria que sua oka-san não tivesse tentando o proteger e se machucado no processo.

Ele queria ter uma quirk forte o bastante para ter tirado os dois dos escombros, quando o máximo que ele conseguiu fazer foi escavar sua saída e deixar sua oka-san para trás.

Ele queria que seu otou-san estivesse ali.

Ele queria tantas coisas.

-Eu quero minha oka-san. – Sussurrou, mais para si mesmo no momento. Podia sentir seus olhos arderem novamente. Não se importava de parecer um bebê. Ele nunca havia se importado.

-E eu vou te trazer de volta para ela. Um dia. – Sentiu a mão em sua cabeça e olhou para cima. O rosto do outro parecia mais suave, os olhos mais tristes.

Izuku era um garoto inteligente. Mais do que havia sido anos atrás, isso era fato.

E ele era bom em ler pessoas, uma questão de sobrevivência em um mundo perigoso demais para alguém como ele, isso também era fato.

-Eu vou proteger você.

Izuku sabia que Takashi era perigoso. Ele tinha uma boa aparência, uma voz macia e era carismático.

Izuku sabia que ele não tinha escolha ali, sobre ir ou não. No final daquela conversa ele entraria no carro de um completo estranho, que nem mesmo tinha certeza se tinha algum parentesco com ele, porque ninguém dava a mínima do que acontecia com uma criança sem quirk no meio do caos. E ele teria que sobreviver a isso, porque ele iria voltar para sua oka-san.

A teoria do caosOpowieści tętniące życiem. Odkryj je teraz