Um Visitante Em Rosa Branca - Parte 1

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"A senhora se encontra bem?" eu pergunto preocupado. Havia algo nessa mulher que me era familiar, como se fosse uma memória há muito esquecida.

"Sim...sim..." ela fala ainda parecendo um pouco perturbada "Me perdoa, você me lembrou alguém, foi só. Como...como posso ajudá-lo?"

"Eu estou procurando um livro sobre Rosa Branca, eu estou encantado com a vila, gostava de conhecer um pouco mais sobre ela." eu explico

"Nós temos vários livros sobre Rosa Branca. Eu vou buscar para você." ela se oferece

"Faz muito tempo que o senhor se encontra em Rosa Branca?" ela pergunta enquanto procurava os livros

"Nem uma semana faz ainda. Eu era apenas para ficar uns dias, mas acho que vou ficar mais tempo." eu falo, observando a senhora "A vila é linda."

"É. Rosa Branca certamente tem os seus encantos. Estão rodando um filme aqui, sabia?"

"É sério? Nossa...não sabia." eu falo surpreendido "Isso vai ser ótimo para a vila."

"Vai..." ela fala não parecendo muito estática com isso.

"A senhora não acha?"

"Margot, por favor. Me trate por Margot." ela insiste "Quer mesmo saber? Eu gosto da vila assim como está, calma, previsível. É bom que Rosa Branca tenha mais visitantes, nós precisamos deles, mas não muitos. Pelo menos é a minha opinião."

"Eu acho que compreendo. Eu viajo bastante no meu trabalho, e há uma certa paz em cidades pequenas, uma paz que não se encontra na capital." eu concordo

"Então você vai adorar Rosa Branca." ela fala, indo para trás do balcão transportando os livros nos seus braços. "Aqui estão seus livros."

"Muito obrigada Margot. Quanto lhe devo?"

"Não deve nada. Leve eles, e depois quando os tiver lido, os devolva." ela fala

"Mas a senhora nem me conhece. Como sabe que eu vou devolvê-los?"

"Eu gosto de pensar que sou uma ótima juíza de carácter. E eu gostei de você. Leve os livros, e se precisar de mais algum sabe onde me encontrar."

"Nossa, muito obrigado Margot." eu agradeço "Se houver alguma coisa que eu possa fazer não hesite em perguntar, eu gostei da senhora."

"Bem.." ela começa dizendo com um sorriso nos lábios " já que insiste podia me dizer seu nome pelo menos."

"Me desculpe, me passou completamente pela cabeça." Eu lhe dou a minha mão para apertar "Meu nome é Pedro. Pedro Varela."

O aperto da sua mão se intensificou ligeiramente.

"Pedro?" ela confirma, sua voz tremendo ligeiramente "Nome interessante."

"É o único que tenho." eu respondo brincando

"Você veio com seus pais? Namorada?" ela pergunta sem jeito

"Não. Vim sozinho mesmo. Meus pais falecerem quando era jovem, e nenhuma namorada atualmente." eu respondo

"Quem sabe você não encontra um amor aqui em Rosa Branca?" ela fala parecendo meia séria

"Quem sabe? Prazer em conhecê-la Margot, devolverei os livros rapidinho." eu me despeço

"Prazer foi meu" ela fala

Curiosos por saber mais sobre a vila eu voltei para a pensão, e passei o resto da tarde a ler os livros indicados por Margot. Houve um que me interessou mais que os outros. Nela falava sobre uma tragédia que aconteceu faz algum tempo aqui em Rosa Branca, era  uma história sobre o assassinato de Júlia Castelo. Não sei o que foi que me atraiu tanto nessa história, normalmente não me interesso por tais coisas, mas este caso me intrigava por razões desconhecidas.

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