Um Visitante Em Rosa Branca - Parte 1

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Você sabe a sensação de já ter estado em um lugar?

De já ter conhecido alguém?

De já ter vivido um momento antes?

Era assim que me sentia desde que cheguei a Rosa Branca. E desde que vi ela pela primeira vez.

Ela que ocupava meus pensamentos.

Eu não sabia seu nome. Ela nem sabia que eu estava na vila ainda, quanto mais que existia. Nada explicava minha obsessão por ela. Existem mulheres mais belas do que ela, mas de alguma forma ela capturou minha atenção. Eu cheguei de noite na vila, era tarde, por isso já não havia muita gente na rua, mas um senhor, já velhinho, bastante amável me indicou a pensão.

A senhora que me atendeu, Gentil é  seu nome, não foi muito amável quando me recebeu, mas também coitada, eu provavelmente a acordei. Era bastante tarde mesmo, mas consegui um quarto. Eu sou fotógrafo de paisagem, adoro fotografia. Percorro o Brasil em busca das mais belas paisagens para fotografar, eu nem planeava vir a Rosa Branca, nem sabia da sua existência, mas quando passei pela placa com seu nome eu me vi atraído a visitá-la.

Quando passeei pela vila eu tive a mais estranha sensação. Eu senti como se já tivesse estado ali antes, percorrido as mesmas ruas. Eu vi ela pela primeira vez num desses passeios. Eu não sei o que foi, mas ela despertou logo a minha atenção, sem pensar eu já tinha erguido minha câmara e tirado umas fotos dela. Ela era bela, isso não se questionava, mas havia algo mais nela..sua alma, era como se ela brilhasse. Eu a observei passar a rua, e ajudar uma senhora que tinha caído a levantar-se, ambas se riram do incidente, e continuaram seus caminhos.

Eu não a vi mais depois desse dia, mas ela nunca estava longe dos meus pensamentos. Esta vila me encantava. Eu não planeava ficar muito tempo em Rosa Branca, era apenas para ser uma paragem rápida, um, dois dias e ia embora, mas eu já cá estou há quase uma semana e ainda não tenho planos para ir embora.

"Dona Gentil, eu estou procurando um livro sobre Rosa Branca, sabe onde posso encontrar um livro desses?" eu pergunto à dona da pensão

"Oh Senhor Varela..." ela começou

"Pedro. Por favor, me chame de Pedro." eu insisto

"Então...Pedro, minha irmã, Margot, ela tem uma livraria aqui na vila, se procura um livro ela tem bastantes." a Dona Gentil responde

"Irei lá então. Muito obrigado Dona Gentil."

Saí da pensão e fui em busca dessa tal livraria. As pessoas da vila foram muito amáveis me indicando o caminho. Ao me aproximar do prédio onde se situa a livraria, eu não pude evitar voltar a sentir um sentimento de saudade. Estranhando esse sentimento, eu o ignorei e entrei na livraria.

"Com licença?" eu falo não vendo ninguém atrás do balcão "Está aqui alguém?" eu chamo

"Só um minutinho!" eu ouço alguém gritar das traseiras

Eu relaxo sabendo que já seria atendido. Entretanto eu admiro a livraria, havia algo bastante familiar na sua estrutura, era bastante acolhedora, eu gostei bastante dela.

"Me desculpe a demora, estava arrumando uns livros lá atrás." eu ouço uma senhora falar "Em que posso ajudar?"

Eu me viro, e encaro a mulher. Era uma mulher mais velha, seus cabelos já estavam cinzentos, mas nem isso a fazia menos elegante.

"Bom tarde." eu falo

"Ai Meu Deus!" ela fala assim que me vê direito. Ela parecia espantada por me ver, como se não acreditasse que eu fosse real.

Amor InfinitoOnde as histórias ganham vida. Descobre agora