fim.

396 26 10
                                    


eu quero dizer que apesar de tudo, aquele beijo que eu passei a última semana inteira tentando esquecer, martela na minha mente e principalmente no meu coração, dessa vez eu entendo os motivos e os compreendo. estávamos ambas frágeis, eu amava você, você amava ela. naquele momento você acreditava que ela não te amava mais e por segundos eu estava tão empenhada em te fazer ver que ela te amava tanto — que acabei esquecendo que eu te amava. então, nenhum de nós tínhamos amor. e esse pequeno motivo nos levou a fazer o que fizemos, era uma chama nova e não parecia má ideia, por que beijos no final das contas mostram a afetividade que um abraço não abrange. no meio daquele beijo, lembrei-me dos motivos que nos colocaram ali, lembrei que estava lá porque dinah disse-me o que eu esperava que você disse-se. você estava lá porque amava lucy tanto que doía. no meio dessa confusão, dessas dores, queríamos conforto que pensamos que encontraríamos uma na outra. quando nossos lábios se separaram tudo o que eu consegui sentir, era o gosto do batom dela e isso doeu tanto que eu fugi — eu estava me acostumando a fugir dos problemas, dos sentimentos. mas entendi que o singelo gosto do batom de cereja dela nos seus lábios — o que me deu a estranha sensação de tê-la beijado também — era da minha cabeça, mas era real. bem, entenda: de todos os beijos, foram os dela que eternizaram nos seus lábios; e a vida me deu um belo tapa na cara para entender que o que eu sentia por ti não era amor. no final, o amor não deve ser essa constante urgência para parar de doer, não deve ser essa esmola mendigada que foi por todo esse tempo, amor não é se queimar para aquecer outra pessoa.

então, vem cá, que isso não é um final triste.

nós encontramos mais tarde e conversamos também, pude te dizer tudo que eu demorei em entender e te vi concordar com cada palavra, te dei as resposta que senti que você precisava e no meio de uma frase você correu, não fugiu que nem eu, mas eu entendi totalmente. você foi atrás do conforto que só os braços dela dão. então, eu engoli o orgulho, me amei primeiro e sorri por dentro ao perceber que quando você transborda de amor próprio está pronta para receber o amor de outro alguém e saber que pode amá-lo na mesma intensidade. então, eu corri para aceitar o conforto que eu sabia que os braços dela me proporcionariam. no final das contas, aquele beijo confuso no telhado nos mostrou o amor que merecíamos, foi do jeito errado e difícil, mas ainda era amor, na sua mais verdadeira forma.

contudo, lauren, muito obrigada por ter sido meu melhor erro.

days • camren Where stories live. Discover now