Capítulo 21.

6.5K 751 55
                                    



— Marcia Howell. — Ela se apresenta como se fosse a rainha da Inglaterra e eu estivesse errando o seu nome. — Você fala um pouco estranho, de onde é mesmo? — Questiona unindo as próprias mãos em frente ao corpo de forma tão polida que chega a ser ridículo. Marcia tem a voz anasalada, como um auto-falante de supermercado, imediatamente não gosto dela. A forma como me olha é terrível.

Nem se eu estivesse nas minhas melhores roupas essa mulher me trataria decentemente.

— Sou da Itália, senhora Howell.

Como é indelicada essa mulher! Meu inglês pode não ser dos melhores, mas eu certamente falo espanhol, russo e francês omo ninguém.

— Oh. — Ela me olha de acima abaixo com seu olhar avaliador e sinto tristeza por Logan, confusa como ele e Anna podem ser tão doce vindo de uma mulher como esta. — Uma imigrante, então.

— Uma turista. — Corrijo-a friamente. — À propósito, gostei bastante do seu bairro, é muito... — Eu dou de ombros suavemente. — Rústico.

— Rústico? — A mãe de Logan aperta os lábios em desagrado e eu sorrio de forma doce, ela sem dúvida, entendeu meu ponto.

Faço gesto de mãos como se fosse uma coisa banal. — Rústico é bom, é diferente da arquitetura elegante de Verona mas ainda é muito... Interessante.

— Compreendo. — Ela praticamente rosna a palavra, nunca vi alguém se forçar tanto a ser educada como minha sogra. Que péssima sorte essa minha. Eu me sento novamente, de forma nada educada ou elegante e ela acompanha meus movimentos com descaso. — Boa noite..?

— Alessia D'angelo. Foi um prazer, sra. Howell.

Os olhos dela se alargam e ela pisca. — D'angelo, você disse..?

— Exatamente.

— Oh. — Marcia passa as mãos pelo vestido e posso ver um rubor subir por seu pescoço, ela une os lábios e me olha interessada. — Como os... Hotéis? O Grupo D'angelo? — Engole em seco. — Quero dizer, eu vi em uma revista esses dias.

Eu inclino a cabeça delicadamente pronta para confirmar e ver sua cara de tacho, mas me lembro das palavras de Logan e suspiro teatralmente. — Ah, quem me dera! Mas é só uma coincidência de nomes.

— Ah, certo. — Ela me dá as costas tão rápido como se eu estivesse queimando-a e eu bufo, deixando meu corpo cair sobre o colchão. Que mulherzinha mais arrogante e irritante essa.

Alguns minutos mais tarde a porta volta a se abrir e eu me apoio nos cotovelos para ver Logan entrando. Ele carrega com ele uma caixa de pizza e um fardinho de cerveja, abro sorriso, porque é tão tipicamente americano carregar um fardo de refrigerantes ou cerveja, ninguém toma tudo isso sozinho ou em duas pessoas. Na Itália, na verdade é muito raro ver alguém tomando cerveja propriamente dizendo, ela só são encontradas em mercados porque fazem sucesso com os estrangeiros.

— Você não toma cerveja não é? — Ele bate a mão na testa e se vira para sair.

Eu pego seu pulso puxando-o par abaixo e Logan cai sobre a cama também.

— Tudo bem, eu não preciso beber nada agora. Só fique aqui comigo. — Peço abrindo a caixa de pizza e retirando um pedaço. As pizzas daqui também são mais finas e não tem tanto molho. Confesso que eu amo a culinária do meu país, se tem uma coisa que um italiano sabe fazer bem, isso é se alimentar.

— Não precisa fazer essa cara, italianinha. — Ele me cutuca. — Essa não é das melhores! — Aponta para a própria pizza. — E você tem que comer algumas coisas boas americanas para ver.

Uma chance para o amor - Série 'Irmãos D'angelos'Onde as histórias ganham vida. Descobre agora