A Filha Do Diretor (Livro 2)

Capítulo 19

Ao sair da escola, vejo Ruan encostado em seu carro de braços cruzados.
Me aproximo dele e o mesmo sorri fraco ao me ver.

_ Quer carona? _ Pergunta e afirmo. Entramos em seu carro e ele dá partida.

_ Sumiu o fim de semana, nem me avisou para onde ia. _ Ele comenta.

_ É... Estava precisando relaxar um pouco. _ Falo.

_ E conseguiu?

_ Não. _ Suspiro.

Fomos o resto do caminho em silêncio, Ruan para o carro em frente à minha casa.

_ Bêh eu sinto muito mesmo por tudo isso que está acontecendo. _ Diz ele.

_ Tudo bem. _ Sorrio fraco. Viro para o olhar nos olhos _ Você sabe que eu te amo, não é?

_ Eu sei, também te amo muito. _ Ele diz.

_ Eu tenho muito medo de te perder, Ruan. Promete que não vai me abandonar, por favor.

_ Eu prometo, Bêh. _ O beijo. Seu celular começa a tocar e logo nos separamos _ É a Bianca. _ Atende. Depois de alguns minutos, me olha _ Preciso ir, o Cauã está doente.

_ Tudo bem. _ Lhe dou um selinho demorado _ Pode vir jantar aqui hoje? _ Pergunto já abrindo a porta do carro.

_ Claro. _ Sorri _ Tchau, te amo.

_ Te amo também. _ Desço do carro e o observo ir embora.

(...)

Depois de passar toda a tarde trancada em meu quarto, tomei um banho relaxante e escolhi uma roupa para o jantar com Ruan. Espero que ele venha e não me deixe esperando mais uma vez.

Mando uma mensagem para Ruan perguntando se ele vem mesmo. No mesmo segundo, me responde que já está no carro saindo de casa. Sorrio animada.
Termino de me arrumar e desço para o esperar na sala.
Ao chegar no fim da escada, percebo uma movimentação na sala de jantar, sigo até lá e vejo meu pai, Fernanda, Natan e Paloma reunidos conversando animadamente.

_ Isa, que bom te ver. _ Diz Natan se levantando e vindo até mim, ele me cumprimenta com um beijo no rosto e senta novamente.

_ Boa noite. _ Cumprimento _ Olá Paloma. _ Olho diretamente para ela com meu melhor sorriso falso _ O que significa isso aqui? _ Pergunto sem tirar o sorriso dos lábios.

_ Viemos jantar na casa do meu pai, algum problema nisso? _ Paloma pergunta sorrindo também. Ela sabe que não posso fazer nada com ela, muito menos com meu pai e Fernanda por perto.

_ Sim, vários. _ Respondo.

_ Isabella, podemos trocar umas palavrinhas rapidinho? _ Meu pai pergunta se levantando _ Ótimo. _ Me puxa pelo braço para a sala de estar antes que eu pudesse falar alguma coisa.

_ Está me machucando. _ Ele solta meu braço no mesmo instante que falo isso.

_ Olha, sei que não suporta a Paloma, mas tente se comportar esta noite. Não sabe como foi difícil convencer Fernanda a vir jantar aqui depois do que aprontou hoje mais cedo, não quero saber de você respondendo, provocando ou olhando diretamente nos olhos de Paloma. _ Diz.

_ Fez o mesmo discurso para ela, ou me considera a única culpada de todos os nossos problemas? _ Meu pai não responde _ Ótimo, vou sair. _ Aviso indo até a porta.

_ Nem pensar. _ Se coloca na minha frente _ Hoje é a nossa noite em família. Você vai voltar para aquela sala de jantar, cumprimentar todo mundo como deve, jantar conosco e vamos nos divertir, como uma boa família feliz que somos.

_ Família? _ Sorrio de lado _ Não pode me obrigar a nada.

_ Sou o seu pai, você mora debaixo do mesmo teto que eu, usa e abusa do meu dinheiro. _ A campanhia toca e respiro fundo várias vezes. Meu pai abre a porta e cumprimenta Ruan.

_ Tudo bem por aqui? _ Ele pergunta assim que entra. Meu pai me olha.

_ Tudo sim, Ruan. Fica a vontade. _ Diz ele _ Veio jantar conosco?

_ Sim, a Isa me chamou. Pensei que havia te avisado.

_ Não, não me avisou, deve ter esquecido. Vou deixar vocês a sós um pouco, espero na sala de jantar. _ Sai.

_ Oi, meu amor. Tudo bem mesmo? _ Ruan me beija.

_ Oi, Mozi. _ Suspiro _ Fernanda está aí com os filhos. _ Falo.

_ Ah. _ Respira fundo _ Achei que fôssemos jantar apenas nós dois e o Rogério. _ Diz.

_ Eu também, mas podemos sair para jantar apenas a gente. Eu e você. _ O abraço e dou um beijo em seu ombro.

_ Seu pai disse que está nos esperando, vamos jantar com eles hoje e amanhã vamos só nós dois. _ Retribue o abraço.

_ Não sei se estou com cabeça para esse jantar. Se não percebeu o clima estranho quando chegou, saiba que você atrapalhou uma discussão entre pai e filha que não acontecia a meses.

_ É, eu percebi sim. _ Diz _ Eu estou aqui se precisar desabafar e, se quiser fugir para minha casa de novo, compro um apartamento novo só para ficar contigo. _ Solto uma risada.

_ Obrigada Mozão. _ Beijo seu rosto.

_ Vamos jantar. Quanto mais cedo formos, mais cedo saimos. _ Nos separamos do abraço e fomos de mãos dadas para a sala de jantar.