Novo lar

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Flor me olhou e pisquei pra ela, peguei a mão de Adam e o levei para o quarto enquanto ela foi pra cozinha.

-O que aconteceu com ela, tem tantos sentimentos misturados de uma só vez!

-Não fale nada que te contei, deixe que ela te conte quando estiver pronta!

-O que ouve, estou começando a ficar preocupado...

-Ela ganhou seu primeiro beijo!

Adam estalou os olhos e a boca se abriu.

-Mas ela é uma criança...

Revirei os olhos e passei meus braços no pescoço dele, lhe dei um beijo na ponta do nariz o que o fez relaxar.

-Ela já é moça, tem quase a minha idade quando você me transformou!

-Eu...

-Te entendo, também não queria que ela crescesse rápido, mas cresceu!

...

Estavamos no avião, Flor lia um livro, eu ouvia música e brincava com os dedos de Adam enquanto ele escrevia mensagens com a outra mão no celular, Flor baixou o livro e nos encarou, tirei os fones para ouvi-la.

-Onde vamos morar?

Adam riu.

-É surpresa!

-Ah pai, por favor conta!

-Não, quero ver seus queixos caídos quando chegarem lá!

-Não diz que comprou a cobertura de um prédio ou uma mega mansão!

-Hummm quase chegou perto, mas não é apartamento, queria algo sem vizinhos que pudéssemos ser nós mesmos!

Adam gosta de nos agradar, mesmo ele nos dando tantas coisas eu não me apego a elas, porque tudo o que preciso é ele, e noto que a Flor seguiu tão simples quanto a mim, isso é bom, mostra seu caráter.

...

Chegamos a Nova York e Adam nos levou para um hotel no centro da cidade, pois precisava resolver algumas burocracias, estava sentada na cama lendo um livro, quando Flor entrou no quarto com cara de tédio.

-Ai mãe, vamos fazer alguma coisa?

-Cheguei!-disse Adam entrando com papéis nas mãos.

-O que é isso?-perguntei.

-Passagens!

-Pra onde?

-Pro Japão, você não queria fazer sua tattoo?!

-Simmmmm!!!-disse Flor pulando.

Adam me estendeu as passagens.

-Mas só tem duas!-falei.

-Você aprendeu a falar japonês muito bem, até Flor sabe falar então enquanto resolvo algumas paradas aqui, vocês vão se divertir!

-Nunca nos separamos...-falei desanimada.

-É só por 4 dias!

-4!?

-Quando voltarem estarei com tudo pronto!

Fiz biquinho pra ele e ganhei um sorriso e um beijinho.

-Que horas é o vôo?

-Logo de noite!

-Vamos sair pra Flor comer alguma coisa!-falei.

-Toma!-ele me deu uma chave.

-É um mercedes vermelho que está no estacinamento!

-Comprou?

-Aluguei!

Lhe dei um beijo e sai com a Flor.

-Não queria ir sem o papai também!-disse Flor.

-São só 4 dias, vamos nos divertir!

-Vamos!-disse ela erguendo o braço.

Passamos o dia no shopping entre cinema e lojas, saímos atardinha caminhando pela time square, senti cheiro de medo em um beco ao longe.

-Amor entra neste café e me espera ai!

-Claro, onde vai?

-Me alimentar!

Flor me olhou com os olhos estalados, eu nunca tinha falado assim antes, mas se ela queria ser como nós teria que se acostumar, deixei as bolsas com ela no café e caminhei rápido até onde o cheiro vinha.

-Por favor, por favor levem a bolsa, tem dinheiro e celular...-Pedia uma mulher jovem, loira, bonita.

Ela estendia a bolsa pra dois homens.

-Não se preocupe, nós vamos levar isso também!-ronronou um dos homens abrindo a calça.

-Mas antes vamos brincar um pouco!-disse o outro que apontava a arma.

Um deles rasgou a roupa da moça e a primeira coisa que fiz foi ver  que tipo de armas eles tinham, fui silenciosamente por trás das lixeiras, num piscar de olhos deles eu havia quebrado as mãos que seguravam as armas a mulher se jogou para trás,  se encolheu em um canto chorando de olhos fechados, olhei nos olhos deles os hipnotizado;

-Não gritem e não se mexam!

Me virei pra moça, tirei meu casaco e coloquei por cima dela e a hipnotizei;

-Moça, você rasgou por assidente sua blusa, ela prendeu na porta do táxi e rasgou, uma moça te ajudou emprestando um casaco, você vai seguir seu rumo, tome mais cuidado ao andar perto de becos escuros, aprenda a se defender e seja feliz!

A mulher levantou, vestiu meu casaco e se foi, me virei aos dois homens que lacrimejavam sem se mover e gritar.

-Bom, hora do jantar. . .

Eu fui muito má, suguei o sangue deles ainda vivos e paralizados, senti o coração parar de bater aos pouquinhos, depois os coloquei em posição como se eles tivessem se matado, sai dali empazinada, entrei no café e Flor estava saindo do banheiro e tropeçou num pequeno degrau, um rapaz que segurava uma pasta a segurou antes que ela batesse no chão, com isso deixou um monte de folhas se espatifar, fui pra minha mesa devagar, analisando a cena e senti o coração dos dois acelerar, os olhei e eles estavam hipnotizados nos olhos um do outro, dei um pequeno sorriso lembrando-me de quando conheci Adam.

meu anjo mauWhere stories live. Discover now