A semana passou voando e enfim chegou o meu dia favorito da semana. Está na hora de me arrumar para encher a cara, curtir aquele modão e esquecer que existe amanhã. Entro em casa e falo com o meu companheiro. O único macho que permito passar mais de uma noite sob o meu teto.— Encantado. Meu lindo — digo o pegando no colo. — Hoje vou trazer mais um cara para cá e por causa disso precisamos conversar. Olha só: você tem que largar esse ciúme de mim. A escada não é o seu lugar e não quero você derrubando ninguém hoje. Está bem?
Ele tenta saltar do meu colo, bastante irritado com a conversa.
— O que foi? — ele consegue escapar me ignorando. Sai com o rabo peludo para o alto em direção a cozinha. Tenho que me lembrar de prender ele antes de sair de casa.
***
Saindo de casa, vejo que o carro do aplicativo de celular chegou na frente da minha casa. As amigas de balada ligam para confirmar os VIPs que reservei para nós quatro. Respondo que está tudo certo e que estou chegando um pouco antes das onze. Olho as horas no telefone e vejo que já são onze da noite. Tô atrasada. Que Merda!!!
— Letícia? — pergunta o motorista assim que me vê.
— Sim. Thiago, não é? — Pergunto olhando para o telefone. O cara me confirma com a cabeça e entro no carro no banco de trás.
Sexta-feira é o dia do crime e vou armada com um vestido preto curto com decote V profundo na frente e uma bota cano alto branca, com salto bloco. Maquiagem forte e cabelos ondulados bem naturais. Estou retocando o batom quando o motorista me diz.
— Você é muito linda.
Dou um sorriso agradecendo o elogio pelo espelho retrovisor que está na minha direção. Logo em seguida o ignoro pegando o telefone para ver as minhas notificações. Ainda está cedo para voltar para casa. Você não é o sortudo da noite.
Depois de mais de meia hora chego em frente à boate. Rapidamente encontro Cris que está vestido estilo playboy. Paro um momento para observar isso tudo. Não sei como ele consegue estar mais bonito que o normal. Para de babar, Letícia. Concentra. Quando percebo que ele me viu saio do torpor e vejo o seu sorriso de covinhas inclinar no canto de sua boca ao me aproximar.
— Oi, Lelê. Tudo bem? — cumprimenta ele, me reparando — Você está muito bonita.
— Você não disse que iria me ver como um amigo homem? — ralho com ele brincando.
Ele abre a boca, e novamente aquele sorriso dobra-se no canto de sua boca. Percebo que há algo diferente. Não nele. Alguma coisa diferente na minha barriga. Um tipo de sentimento estranho que revira atrás de meu umbigo.
— Desculpa o elogio, bro — diz ele, brincando. — É que você está muito show.
— Se você fala assim com seus amigos homens, vou começar a considerar que você corta para os dois lados — falo em meio a gargalhadas.
— Nunca. Tá me estranhando!? — Reclama ele com falsa irritação.
Nos perdemos em uma longa e profunda gargalhada. O Cris é tão legal que parece que o mundo desaparece quando estou com ele.
Novamente sinto aquela coisa leve como plumas fazer cócegas em minha barriga. E a pior parte é que eu estou gostando...
De repente, meu telefone, dentro de minha bolsa, toca. Eu desperto um tanto atrapalhada do sorriso hipnotizador do Cris.
— A Vi me mandou uma mensagem dizendo que está chegando — comunico após ver o telefone. De alguma forma, sinto-me como se os olhos de Cris fossem holofotes, me deixando expostas em luzes brilhantes.
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As Noites nas Baladas [Degustação] Disponível no Amazon.
ChickLitVencedor do prêmio: - Concurso TW - 2º lugar na Categoria Literatura Feminina (2018) - Concurso Rosas e Cravos 1° Edição. 1° Lugar na Categoria Literatura Feminina. (2018) - Concurso Mentes Brilhantes 1º Edição. 1º Lugar na Categoria Literatura Femi...