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Heathville, Londres. Início do inverno de 1935.
Era início de um congelante inverno no mês de dezembro, Amélia saltitava rumo as várias árvores de carvalhos expostas à venda para o tão esperado feriado natalino, o preferido da garota de apenas cinco anos. Corria pelos corredores a céu aberto enquanto os pais seguiam logo atrás, em um ritmo significativamente lento comparado ao de Amélia.
Os pés da criança pararam subitamente ao que seus olhos pousaram nas folhas da cor verde lodo de uma das árvores, ela parecia mal cuidada e sem vida, mas não foi a mal aparência da árvore em si que chamou atenção da pequena Amélia, e sim o formato de uma silhueta por trás dos galhos maltratados, e um grande manto que escorria por grande parte do chão gramado ao lado da raíz.
A menina, como uma boa curiosa que era, aproximou-se da raíz, querendo ver o rosto da pessoa que estava por trás, e quem sabe, fazer uma nova amizade, iria elogiar seu casaco, vermelho era sua cor favorita e tudo que possuía tal tom merecia seu laudatório. Ela era realmente muito boa em conquistar as pessoas, era de se duvidar se algum dia alguém chegaria a ter algum desafeto com a garota, tão simpática e divertida que era a doce Amélia Cooper.
Infelizmente as melhores pessoas são as que se vão mais de pressa. Talvez por que, se houver um Deus olhando-os, pense que esse tipo de pessoa são boas demais para o lugar, já devastado pela maldade humana e desumana existente.
Com passos miúdos e rápidos, Amélia chegou bem próxima da árvore. Enquanto isso seus pais, logo atrás, pararam para conversar com um conhecido que também buscava sua nova decoração de natal.
"Olá?" a capa vermelha se esticava para longe, a pessoa estava correndo para distante da garota, o que só chamou mais atenção da pequena, que com sua inocente cabeça imaginava que o ser desconhecido poderia estar brincando com ela de pega-pega.
Seus cachos ondulados balançavam de acordo com seu saltitar rápido enquanto corria velozmente atrás do tecido escarlate que pintava a grama verde, que logo menos começaria a se encher com pequenos flocos de neve. Amélia mal podera aguentar a ansiedade de usar seu casaco e luvas especiais para o período frio da época.
As bochechas gordas e pálidas da garota começaram a arder de acordo com que ela se movia rápido, ainda tentando alcançar a capa vermelha que a cada segundo mais veloz em comparação aos, já cansados, passos da pequenina.
Ela então desistiu de correr atrás da pessoa que fugira dela, havia se chateado, não estava acostumada com pessoas que não gostassem dela, seus pais diziam que ela era um poço de afeto, Amélia não entendia o significado, porém certamente devia de ser algo com grande mérito.
Amélia parou, apoiando as pequenas mãos nos curtos joelhos, recuperando o fôlego para voltar e correr até seus pais. Ao virar na direção dos adultos, quase cai para trás ao notar que a capa vermelha que buscara estava a sua frente, olhando intensamente para a garota. Não era possível ver o rosto, ou sequer os olhos, apenas um punhado de cabelos laranjas saltavam para fora do capuz, mas ela sentia que estava sendo analisada completamente.
A garota sorriu, devia de ser uma brincadeira de esconde-esconde e ela não havia entendido a princípio.
"Você quer brincar comigo, Amélia?" a voz feminina soou robótica e esquisita para a garota. Deve estar doente coitadinha, pensou a pobre criança, não estranhando a pessoa desconhecida saber seu nome, todos sabiam. "Prometo que se divertirá!" Amélia sentiu a mão fria da mulher escorregar por suas bochechas, o arrepiou na espinha da garota denunciava que coisa boa não viria a partir daquela mulher.
"Quero, quero sim!" com um entusiasmo a garota respondeu batendo as pequenas mãos uma na outra. Resposta essa, que selou seu destino e de todos em sua família.
Mal sabia ela, mas a partir daquele momento o anjo da morte a embrulhara em seu manto e com ele ela seguiria por toda sua miserável existência.
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Oi oi
O que acharam do capítulo? Estou nervosa por essa ser minha primeira experiência escrevendo esse tipo de história, e eu realmente espero q gostem!
