once upon a plug {l.s}

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Louis fitou Harry e quase o chamou de perfeição.

Se não fosse talvez a trilha de beijos quentes em seu pescoço, ele teria transmitido seus pensamentos por meio de palavras, mas sabia, no fundo de seu coração, que Harry o compreenderia de qualquer jeito. Enrolando os cachos úmidos de Harry em seus dedos, Louis o puxou de volta para encostarem narizes, e aquele beijo tomou o pódio de mais intenso que já tiveram desde aquele instante.

Seus lábios derretiam-se ao que tomavam direções opostas para facilitar o contato das línguas, era tão quente e tão molhado que ofegavam entre os movimentos, os pelos do rosto de Harry se arrepiando e causando euforia nos de Louis. Suas pernas misturavam-se aos edredons da cama, o travesseiro já no chão e os jeans molhados de Harry pesando o corpo de Louis para baixo – o contato era intenso e, e depois de meses se negando de afeto e carinho e prazer, Louis simplesmente deixou-se levar, a sensação dos pingos de chuva grossos e gélidos caindo em sua pele no terraço e se misturando com o aroma de flores e plantas ainda presente em seu corpo, como um lembrete de que os céus torciam por eles.

A mão firme de Harry desceu de sua cintura até seu joelho, apertando a região e erguendo-a até que os calcanhares de Louis estivessem enrolados na parte de trás de sua perna, abrindo espaço para suas cinturas se fundirem em uma só – ou ao menos tentar. Com um único impulso, o maior rebolou sobre a cintura de Louis, o gemido de ambos rasgando a tensão do beijo.

Louis se via parado encima do muro entre se entregar de corpo e alma e arriscar tudo, apostar cada pingo de esperança e vontade de viver que lhe restava naquele rapaz que o segurava como se fosse feito de pó de estrelas e extrato de baunilha com canela, naquele par de olhos verdes que brilhava de um jeito especial só pra ele e naquelas mãos firmes que o apoiavam como se fosse feito de vidro – delicado porém magnífico, capaz de brilhar em todas as direções com apenas um fecho de luz incidindo em si. Ou recuar, esconder-se e privar das melhores e mais incríveis sensações que um ser humano pode ter: as sensações de amor, felicidade, satisfação, superação, equilíbrio.

E, naquele mesmo instante, afastando qualquer pensamento distante do presente, ao que seus corpos dançavam em um ritmo alucinante que desafiava todas as barreiras de prazer estabelecidas pelo homem, Harry apoiou o punho ao lado da cabeça de Louis e gemeu entre ofegos pesados nos lábios do menor, o corpo inteiro tremendo em êxtase e frenesi. Louis não conseguiu se conter, abriu os olhos e fitou o verde que lentamente tornava-se escuro, as pupilas dilatadas, ele ouvia seu próprio coração bater alarmado em seus ouvidos ao mesmo tempo em que sentia o de Harry tentar desesperadamente atravessar seu peito para encontrar com o seu.

Conectados, Louis sentiu cada medo, cada insegurança, cada desejo, cada esperança e cada incerteza que rodeava o sistema de Harry até aquele momento atravessar os olhos verdes e fundir-se aos azuis, apenas para desaparecer – não por deixarem de existir, mas por serem superados e deixados para trás. Louis pôde visualizar as páginas sendo viradas em sua mente ao que um novo capítulo se iniciava, a página em branco, sem precedentes, pronta para ser explorada.

Louis havia saído de cima do muro e finalmente escolheu o lado que o levaria para frente. Era hora de aproveitar as incertezas do futuro, sem os receios das certezas do passado.

Não importava quem ele havia sido antes – e sim quem ele estava determinado a se tornar a partir de agora. Esse Louis, esses sentimentos, essas histórias, essas companhias, essas esperanças, essas decisões.

E a primeira decisão que o novo Louis tomou foi impulsionar seu corpo para cima até que estivesse sentado sobre a cintura de Harry, os cabelos pendendo para baixo ao que fitava o rosto maravilhado do maior, ambos sorrindo ofegantes e inchados, as mãos de Louis no abdômen definido coberto pelo tecido da jaqueta do time e as mãos de Harry firmes nas coxas do menor – e que primeira decisão. Mal contendo sua felicidade, Louis riu, e riu, e logo foi acompanhado por uma risada estranha ao que Harry erguia seu tronco e unia seus peitorais em um abraço bagunçado e abafado por risadas.