-Vou à casa de banho, até já. - sorri para a Jane, Jack e para o meu pai. 

-Volta rápido gatinha. - o Jack piscou-me o olho (han?). 

                                                                                                     *

A casa de banho das mulheres estava fechada por causa de uma avaria qualquer então tive que ir à dos homens o que não era nada de especial, ainda por cima estão limpinhas.

Estava a lavar as mãos calmamente quando olhei para o espelho e vi uma silhueta forte encostada à parede lateral.

Como não estava nada à espera, primeiro porque estava silêncio e segundo porque não tinha ligado as luzes (bastava a luz da lua que entrava pela pequena janela) assustei-me e soltei um pequeno grito. 

Quase adivinhando o que eu ia fazer, ele chegou-se à frente e mostrou a quem pertencia o misterioso corpo. 

-Assustada pequenina? Pensei que já sentisses a minha presença, na verdade, fico até ofendido. - as palavras eram engraçadas, mas o tom era amargo.

-Não podes aparecer assim do nada no escuro e em silêncio! É rude. - retribuí no mesmo tom. 

-Como se eu não fosse rude naturalmente. - um riso irónico escapou-lhe pela boca. 

-Foste tu que o disseste. Agora se me dás licença quero voltar para o jantar. - o corpo dele continuava posicionado à minha frente, ele era tão alto...

-Dizes isso como se eu tivesse vindo à tua procura - ele diz uma coisa e parece outra 

-E não vieste? - revirei os olhos.

-Isto é a casa de banho dos homens não é? Hm então talvez tu (aponta para mim) tenhas vindo à minha procura. 

-Isso não faz sentido, eu vim primeiro! - que mania que ele tem de me provocar.

-Já que estás aqui porquê é que não nos divertimos e temos uma sessão quente de beijos em cima do lavatório? - estava escuro o suficiente para ele não perceber a minha cara vermelha, graças a Deus. 

-É só nisso que pensas não é? - cheguei-me à frente e ele mais uma vez impediu-me.

-Não é Alice. - agora soava sério.

Os nossos rostos estão perto e a única coisa que impedia as nossas cabeças de se tocarem era a pequena voz na minha cabeça a gritar "Sai  daí Alice, sai dá!" e porra eu devia dar-lhe ouvidos mais vezes. 

-O que é que te aconteceu? - levei involuntariamente a minha mão ao rosto dele e segui o corte. 

Ele respirou fundo. 

-Andei à pancada não é óbvio? - de novo o modo sarcástico, perfeito.

-Isso é óbvio agora quero saber com quem e porquê? 

-Estás muito convencida que eu te vou contar. - ele riu. 

-Se não queres não contes, mas se vieste cá hoje é porque se calhar queres falar sobre o que aconteceu. - bingo.

-Foi com uns conhecidos nas ruas, eu estava fodidamente irritado ontem à noite e precisava de descarregar em alguém. Acredita eles ficaram bem pior.

-Isso não faz sentido nenhum, bateres em pessoas inocentes para descarregares a tua raiva que segundo a tua mãe é contra o teu pai e o Harry. O que é que eles te fizeram afinal? 

-A minha mãe contou-te caralho? - ele estava chateado.

-Sim e também foi ela que me pediu para te chamar... mas eu

-Ok Alice esquece. - ele estava a ir para a porta quando eu puxo por ele. 

-Brandon por favor. - eu precisava de saber, este rapaz está completamente perdido e eu tenho que perceber porquê. 

-Porque o meu pai é um filho da mãe e o teu Harryzinho... não interessa. Admira-me que eles não estejam cá hoje, provavelmente tiveram alguma merda no hospital para fazer, como sempre deixam a minha mãe sozinha. 

Não era muito, mas era qualquer coisa e fiquei mesmo orgulhosa dele por se abrir um pouco com ele. 

Fiquei tão orgulhosa que o abracei como uma menina abraça os peluches de infância, forte e com carinho. 

Ele estranhou o meu ato mas rapidamente retribuí o abraço até ficar completamente perdida no corpo dele, muito maior que o meu. 

Sentia-me segura, o que era totalmente irónico porque ele é o rapaz menos seguro que existe, é o rapaz que eu passei uma semana a dizer que nunca mais o queria ver à frente. Estou tão tramada!

-Obrigada Brand. - sorri no meio dos braços musculados (sem exageros) e tatuados dele. 

-Obrigada eu Alice. - a voz estava rouca - mas tu também pertences ao mundo deles. 

Como assim? Ele está me a comparar ao Harry? 

Saí do abraço e ele não fez questão de me parar. 

-Han? - perguntei confusa. 

-Não percebo o teu joguinho, foges de mim durante uma semana inteira e agora tentas resolver os meus problemas familiares? Tudo o que não preciso neste momento é uma rapariga a pensar que consegue salvar o meu lado bom e tal. Não há, acorda Alice isto não é país das maravilhas!

Como é que eu não senti antes aquele cheiro tão nauseante, ele cheirava a vodka e a outra coisa qualquer, maconha? 

Oh ele não está bêbedo, ainda, mas isto não pode acabar bem. 

Isto não vai acabar bem.

                                                                       *

Olá, tudo bem?

Adorei escrever este capítulo e nem sei ao certo porquê, no início quando abri a página não sabia ao certo o que iria sair daqui, mas aqui está! O que é que acharam? 

Eles andam realmente no jogo do rato e do gato, quando um anda 2 passos o outro recua 3 e assim sucessivamente.

Mas o amor não é um jogo bom para se jogar, principalmente quando um deles é uma bomba relógio prestes a rebentar, fácil de adivinhar qual deles não é? 

Bem até ao próximo capítulo!

Beijocas queridas leitoras ❤❤

P.S não se esqueçam de votar e comentar!!

Choque frontalWhere stories live. Discover now