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— Filha da puta!

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— Filha da puta!

Savana me encarava com ódio por não conseguir me finalizar. Eu estava apenas esperando as batidas no meu braço ou no tatame para que eu a soltasse, caso contrário, quebraria o pulso dela sem remorso. Abri um sorriso debochado ao ver que ela não cederia; a lindinha estava esperando um milagre acontecer. Em resposta, inclinei ainda mais o pulso dela, deliciando-me com a visão dela tentando disfarçar uma careta de dor.

Eu estava com a adrenalina a mil. Precisava descarregar toda aquela energia de alguma forma, mas nada parecia adiantar. No colegial, eu sempre procurava brigas, no exército exagerava nos treinos, mas naquele momento, estava no ócio. Mesmo os melhores alunos de Hunter (ou professores) não conseguiam me fazer acalmar.

— Savana... — ouvi X adverti-la, mas ela não cedeu, fazendo-me inclinar ainda mais seu pulso. Ela trincou o maxilar, estreitando os olhos, tentando se soltar da mão de vaca a todo custo, em vão. — Chega! Pode soltar, Leona.

Soltei-a a contragosto imediatamente, ouvindo-a soltar uma respiração aliviada. Saí de cima dela e ajeitei o quimono com um sorriso orgulhoso: um sorriso de quem não levaria bronca. Hunter olhava desgostoso para Savana, que parecia incrédula por ter sido tapeada.

Ela era uma das lutadoras de artes marciais do centro de treinamento. Uma das melhores, segundo Hunter. Ele achou que seria uma boa ideia treinar com alguém do meu peso e que sabia o que estava fazendo — diferente de Skyler, quase o ouvi falar. Savana realmente era muito boa, mas eu tinha anos de prática, não perderia a menos que ela desse algum golpe muito complicado de sair.

— Puta que pariu, Savana, por que não bateu? Leona não tem piedade, ela ia quebrar seu pulso rindo. — Hunter a repreendeu.

— Não imaginei que ela soubesse fazer a mão de vaca tão fechada assim. — Savana tentou se defender, e eu balancei a cabeça. Estava na cara que ela não estava gostando da minha presença ali, mas ela precisava entender algumas coisas.

— Bonitinha, está vendo essa faixa aqui? — agarrei a faixa preta do meu quimono, mostrando a uma emburrada Savana, que colocou as mãos na cintura. — Eu não a conquistei brincando de casinha, então abre o olho, ou vou fazer mais do que quebrar o seu pulso. — avisei, fazendo-a trincar o maxilar.

Era melhor deixarmos algumas coisas claras, para não haver reclamações posteriores. Hunter sorriu e cruzou os braços; ele sabia bem que eu não estava brincando. Nunca fui conhecida por ser paciente ou piedosa. Se ela me provocasse, não importava a circunstância, teria troco.

Depois de despachar a garota, Hunter e eu lutamos um pouco. Desde pequena ele me dava toques que eu deixava passar despercebido depois da aula, e uma sensação gostosa se instalou no meu peito ao perceber que aquilo não tinha mudado entre nós. Eu não tinha percebido que sentia saudades dele até estar ali novamente.

— Nem parece que você passou tanto tempo sem lutar, garota. — bagunçou meus cabelos, com um sorriso orgulhoso. Fui obrigada a desamarrar o rabo de cavalo para refazê-lo. Eu estava puro suor, e só de pensar em mais uma sessão de fisioterapia, queria morrer. — Mas está na nossa hora. Lika já deve estar te esperando.

Leona Castiglione (DEGUSTAÇÃO)Where stories live. Discover now