-Você é mesmo um anjo?-sussurrou ela.- Vai me proteger, minha mãe ouviu minhas preces!

Ele entrou no quarto.

-Onde você está minha pequen...

-Estou aqui!-falei.

A menina apertou seu corpo contra o meu as minhas costas, ele estava com os olhos esbugalhados.

-Não é possível!-disse ele.- você é um fantasma?

-Talvez!

Dei um passo em sua direção e ele estendeu a mão para tocar meu rosto e a menina disse:-Ela é um anjo!-Um centímetro antes da mão dele pousar em meu rosto eu peguei seu pulso e apertei até seus ossos estalarem, ele quis gritar e eu sussurrei em seu ouvido.- Ela esqueceu de mencionar que sou má!- apertei mais um pouco e ele grunhiu. -Shishishi, não grite, seja forte! -falei com escárnio.

-Vei me matar?!-gruniu ele.

-Não!-sorri.-A morte seria um presente pra você, eu vim pra te castigar mesmo!

Ele tentou me dar um soco com a outra mão e segurei seu outro pulso, ele me olhou apavorado e senti o cheiro do medo saindo dele.

-Você fede a medo!-falei.

-Me solta sua...

-Tem certeza de que vai me xingar? -O joguei contra a parede onde ele bateu a minha cabeça algumas vezes, me virei para a menina e me abaixei.

-Qual seu nome meu amor?

-É Maia!

-Onde está sua mãe?

-Morta!-disse ela enchendo os olhos de lágrimas.

Sentia todos os movimentos dele, ele veio por minhas costas e eu me virei rápido o pegando pelo pescoço, ele até que tentou tirar minha mão, eu o joguei em cima da cama que quebrou com o impacto.

-Adam!-falei.

Em um piscar de olhos da menina Adam estava do meu lado.

-Maia, Adam cuidará de você por uns minutos está bem?!

-Ele também é um anjo?

-Ele será seu anjo pôr um tempo, este homem mau precisa ser castigado!

-Ele me machucava!

-Eu sei meu amor, eu sei, mas te prometo que ele nunca mais vai te machucar!

Ela me abraçou e tentei apenas encostar os braços de leve com medo de machuca-la, Adam se abaixou.

-Não vou conseguir voar pois perdi minhas asas, mas sei fazer uns truques legais, quer ver?

Maia assentiu, ele a pegou no colo e desapareceu em um segundo, me levantei e olhei para o homem que me olhava com raiva e medo, puxei uma cadeira e me sentei de frente pra ele.

-Tire o cinto! -falei.

Ele não me obedeceu, então o hipnotizei.

-Tire. o. cinto!- ele me obedeceu.-Fique de pé!

Ele ficou a um metro de mim mais ou menos.

-Quero que fale a verdade a partir de agora!

Puxei a cadeira para um pouquinho mais longe dele, virei a cadeira e me sentei com os braços calçados nas costas da cadeira.

-Foi você que matou minha mãe?

-Sim e Não!

-O que você fez com a minha mãe?

-Cortei o freio do carro dela!

-Puna-se usando o cinto com toda a sua força!

Ele se deu uma chicotada em suas próprias costas e deu um grito.

-Silêncio! -falei colocando o dedo na boca como ele fazia comigo- Quer chamar a atenção dos vizinhos!

Lágrimas de medo escorreram, eu estava sendo o pesadelo dele.

-Você alguma vez judiou da minha mãe?

-Uma vez!

-Puna-se novamente em silêncio!

Ele o fez.

-O que fez com a mãe de Maia?

-Eu a matei!

-Como?

-A enforquei e fingi que ela tinha se suicidado!

-Onde está o resto da família de Maia?

-Ela não tem, ela é como você.

-Quantas crianças você estuprou?

-13!

-Puna-se 13 vezes com toda a sua força e em silêncio!

Eu estava fazendo aquilo, mas eu estava vazia, ainda não era o suficiente.

-Por que faz isso com crianças?

-Porque gosto, elas me dão prazer e são indefesas!

-Puna-se até eu mandar parar e em silêncio!

Fiquei olhando-o dar-se cintadas em suas costas, quando me cansei de ver, me levantei e o peguei pelo colarinho, olhando em seus olhos continuei o hipnotizando:

-Toda a vez que uma criança passar por você, você vai sentir medo e vai fugir dela, nunca mais conseguira usar seu pau pra nada, você vai ser broxa até seu último suspiro, vai vender tudo o que tem e doar para um orfanato, depois vai ir até uma delegacia e vai contar tudo o que fez com todos os detalhes, e nunca mais vai conseguir mentir, o medo vai fazer parte da sua vida o tempo todo, entendeu?

Ele balançou a cabeça.

Antes de sair dali peguei o cinto e chicoteei suas coxas como ele fez da última vez comigo, ele se ajoelhou com a dor, grunhindo, o chicotaço cortou sua calça e sua pele,  joguei o cinto por cima dele.

-Viu como isso doí?!

Dei as costas para sair e dei volta o olhando nos olhos enquanto ele passava as mãos nas pernas e chorava.

-Ah ia me esquecendo, Joana morreu!

Respirei fundo e sai daquela casa, eu sou má, sou realmente uma pessoa má, eu não estou me sentindo feliz como pensei que ficaria depois de me vingar, até porque acho que essa vingança foi pouca, ele merece coisas piores. Ao sair respirei o ar da noite tentando rastrear o cheiro de Adam.

meu anjo mauOnde as histórias ganham vida. Descobre agora