"Vá a cidade, faça algo divertido, quero uma história quando eu chegar "

Era Simples, não era romântico, não forçava a barra, era Theodore e por mais que fosse arrogante, era simples

Ela voltou para a cozinha e comeu cereal em silêncio, não havia fritado os ovos, apenas porque nunca na vida precisou pegar uma panela, e não queria fazer isso na frente de alguém que estava sempre disposto a rir dela.

Ela caminhou até a cidade,  foi apenas 15 minutos, precisava de uma bicicleta, assim faria o trajeto bem rápido,  a cidade não era tão pequena e as pessoas estavam sempre tranquilas, ariel passeou por lojas,   comeu algumas iguarias na loja de conveniência, sorriu para estranhos, e foi ao cinema sozinha, sentou no banco da lanchonete que sempre ia com theodore, por volta das 18h da tarde, a senhora que sempre os atendia sorriu para ela
"Cadê o garoto? " ela perguntou  enquanto os cachos caiam sobre o rosto
" treinando para salvar a pátria " ariel debochou
" ele realmente  é um garoto muito bom"
" quero um milk shake "  ariel respondeu cortando a conversa ao meio, não queria falar sobre theodore,  mandou uma mensagem para jace Onde dizia que estava bem,  e olhou pela janela,   do outro lado da rua, uma livraria  chamou sua atençao, tomou o milk shake rápido demais e saiu quase correndo para o outro lado, a senhora riu enquanto ela fazia isso, mas ariel não se importou,  ela procurava por um livro que pudesse a ajudar a cozinhar algo, mas nenhum a convencia de que ela conseguiria,  comprou dois livros, e se acreditasse em Deus teria pedido sua ajuda para fazer algo, voltou para casa sem pressa alguma, andando pela estrada vazia enquanto um crepúsculo alaranjado banhava o céu, nao se podia ver algo tão lindo em nova york ela admitiu, entrou  em casa sorridente, e guardou os livros no quarto, em baixo da cama para que ele não os visse, ele ainda não estava em casa, ela assistiu um pouco de TV e se perguntou o que uma dona de casa faria, então foi ate a cozinha e lavou a louça do café da manhã,  a primeira vez que ela lavava a louça,  geralmente sua mae nem se quer deixava ela entrar na cozinha, se sentiu orgulhosa e voltou para o quarto

Já estava muito escuro,  tarde da noite, ariel escutava o barulho dos animais na floresta que nao ficava longe, ja que o chalé era entre as árvores quase na saida da cidade,  ela também nao ascendeu nenhuma luz, apenas esperou, e esperou, foi para o banho, ascendeu apenas a luz do banheiro, deixou a porta encostada, quase aberta, e deitou sobre a agua quente cheia de espuma e sais de banho,  a banheira era muito antiga, e linda,  era o que ela mais gostava na casa,   e tão grande que ela podia deitar, e deitou prendendo a respiração,  totalmente  envolta na água, com os olhos fechados, sem pensar em nada, e talvez por isso não tenha ouvido quando  a camionete estacionou, ou quando ele entrou, ela sentou na banheira, os seios cobertos por espuma, apenas os ombros de fora, era tao pequena

"Você está tomando banho essa hora? Por que não tomou antes?"
A pergunta veio da porta encostada, ele colocou a cabeça pela porta e a viu
"Esta me chamando de porca?" Ela perguntou rindo, mas estava feliz por ele estar em casa
" estou feliz que pelo menos voce toma banho"
" Otário" ela respondeu rindo "  como foi seu treinamento? "
"Puro stress " ele disse  sentando na beira da banheira, ela continuou submersa em espuma,  ela estava nua, dentro da água, ele não parecia ligar, ela muito menos
" tem espuma no seu cabelo " ele riu e fez uma concha com as mãos, então jogou agua sobra o cabelo dela, levando a espuma embora, ariel estremeceu e ele percebeu, recuou um pouco
" eu adoro essa banheira " ela disse para quebrar a tensão
"Eu gosto do chuveiro " ele respondeu
" isso porque voce não cabe na banheira"
"Touché " ele sorriu, o primeiro sorriso que ariel via ele dar em dias
"Está com fome?' Ela perguntou se movendo na água
" na verdade não, só muito cansado"
"Então não vai sair essa noite?"  Ela perguntou se odiando, odiando o próprio tom de voz esperançoso
"Hoje não " respondeu ele levantando as sobrancelhas
" eu trouxe comida da cidade se quiser " ela disse balançando a cabeça
" por que nao disse antes? " Ele perguntou levando a mão ao peito"estou faminto"
" acabou de dizer que não estava" ela deu de ombros
" isso apenas porque eu não quero cozinhar"
"  eu imaginei " ela piscou e ele reparou que a espuma estava prestes a acabar, então levantou  e olhou para ela por um tempo
" hoje de manhã, por que tanta raiva?" Ele perguntou parado na porta
" a flor é linda" ela respondeu e ele saiu


  Ariel colocou o roupão e uma toalha na cabeça, foi até a cozinha onde ele esquentava comida, já era madrugada, ela sentou em cima do balcão, ao lado dele, ele estava no fogão, theodore levantou os olhos apenas para observar a pequena coisa sentada na balcão, tao pequena
" você parece triste " ela disse segurando a flor que ele deixará pela manhã
" agora acha a flor bonita é" ele brincou
" se cada flor vir com 100 dólares, sim" ela respondeu no mesmo tom que ele
" meu treinamento hoje, pouco sucesso"
" por que?"
" eu preciso estudar mais, outros meios táticos "
"  eu não entendo" ela admitiu
" eu sou bom em desarmar, mas não sou bom em fazer o caminho até ela, sou imprudente,  com o tanto de vezes que errei hoje, teria morrido várias e várias vezes se fosse lá, se estivesse valendo"
" ficou nervoso com nosso desentendimento pela manhã? " ela balançou os pés no ar e o perfume dela inebriou a cozinha
" um pouco" ele admitiu mas ela nao pediu desculpas
" desarmar o que?" Ela perguntou e viu os músculos dele ficarem rígidos, ele desligou a boca do fogão e se virou para ela, se virou como um felino, rápido demais, e abraçou, a abraçou forte afundando o nariz em seu pescoço, inspirando seu perfume, ele sentiu a tensão em que ela estava, e passou a mao pela nuca tão nua, alguns pelinhos loiros se levantaram  e ela respirou tao forte, como se o coração fosse sair pela boca
"Não precisa ter medo de mim" ele sussurrou
Ela pensou que a casa cheirava a cordeiro assado que estava na panela, ele só sentia o cheiro dela
"Não tenho medo de você " ela respondeu deixando ele a abraçar, estava entre suas pernas, no balcão, e por baixo do roupão só existia pele, ele sabia disso
" saio toda noite, porque tenho fome"
" aqui tem comida" ela respondeu enquanto observava ele entre suas pernas, em pé no balcão
" É um tipo diferente de fome Ariel " ele suspirou enqunto deixava seu pescoço e ameaçava afastar - se, como se tivesse cometido um erro ao abraça - lá, mas ela não  deixou, ariel passou os dedos pelos fios do cabelo dele, penteando os fios macios para trás
"Aqui tem comida " ela respondeu puxando os cabelos dele para trás com força ao mesmo tempo que mantinha o rosto quase calado ao dele, ela percebeu o brilho estranho nos olhos dele, um brilho que ela jamais havia visto antes, nos olhos de ninguém
Mas ele  se afastou  e voltou a atenção para o fogão, não antes de dar uma olhada para as pernas dela, abertas no balcão, sem nada para cobrir o quanto ela estava nua, ela fechou rapidamente  e se endireitou no balcão,  ele estava a recusando, ela sabia disso, e era um baque, mas não demonstrou na frente dele, desejou boa noite e foi para o quarto, ele não saiu naquela noite.

INÓCUA (REVISÃO)Where stories live. Discover now