Ele ficou um tempo na cozinha, esperando ela levantar, o que demorou um pouco, fez o que sabia fazer para o cafe da manhã, mas sabia que ela iria escolher o cereal, e saber disso o deixava um pouco orgulhoso, Ariel gostava de misturar vários sabores e depois enche a tigela de leite, ele observou quando ela se arrastou pelo corredor, os cabelos confusos para todos os lados e grudados sobre a testa, as bochechas repletas de marcas dos travesseiros, ela percebeu o sorriso de deboche que ela a lançou e não se importou nem um pouco, ariel pegou um lugar a mesa, e uma xícara para tomar café, theodore apenas pegou o recipiente da cafeteira e a serviu, mas ela levantou os olhos em chamas
"Você é tão arrogante" ela cuspiu as palavras, uma das poucas vezes que ele a ouviu alterada, e isso lhe deu um sinal de alerta, algo em sua cabeça martelava para ficar quieto e nao responder, ele ficou, virou de costas para ela e começou a quebrar ovos em uma frigideira tao nova que ele podia ver o próprio rosto, ele viu quando ela bebericou o café e passou a mao pelos cabelos, estava suada, como se tivesse tido uma noite infernal, mas ele ficou em silencio, o único som era dos ovos fritando, até que ela disse
" se voce tivesse metade do meu dinheiro eu não sei como alguém poderia o suportar, pois em sua insignificância eu já não acho que Eros ou até mesmo Jane ganhariam de você em arrogância "
Ele parou e colocou os ovos sobre o prato branco reluzente, então se virou para olhar para ela com a destreza de um gato
" você está com raiva de alguma coisa?" Ele levantou apenas uma sobrancelha e não pareceu alterado, o que a fez queimar por dentro" acha que eu estou?" Ela perguntou puxando o prato de ovos da mão dele, mas ele o segurou com mais FORÇA e deu uma risada amarga quando ela caiu com a bunda na cadeira
" acha que eu sou seu serviçal? Se quer ovos faça!"
Ela revirou os olhos e vibrou com o deboche das palavras dele
"Estou sem fome" disse ela bebendo o puro café
" é tão orgulhosa assim ao ponto de ficar com fome pra não ter que fritar ovos?" Ele perguntou observando ela olhar para a xícara de café
" eu sabia que não daria certo" ela disse mais para si do que para ele, mas ele largou os ovos e respirou fundo como se estivesse esgotando a pouca paciência que tinha, ariel olhou para ele com raiva
"O que não dará certo ?" Ele cruzou os braços
"Isso, morar com você, convenhamos theodore, eu e você nos víamos poucas horas por dia e alguns dia por semana, e mesmo assim sempre brigamos até por um alfinete, um vez brigamos por uma flor" ela também cruzou os braços
" você disse que a flor era feia só porque ela simples" ele respondeu muito sério
" ela era feia por ser feia" ariel quase gritou
" ela era linda, você so nao queria concordar comigo " ele sorriu e ela o achou um idiota
" você acha tudo lindo porque tem um péssimo gosto"
"Você não pode ficar uma hora com alguem sem insultar, então acredite Ariel "querida" eu sei que vai ser um inferno " ele tinha um veneno tão lascivo ao falar "querida" que ela se desestabilizou, mas não deixou transparecer
"Acredite Theodore, ficar com você não é um mar de rosas"
"Se você queria rosas era só falar" ele piscou e ela ameaçou levantar da mesa, mas ele foi rápido e a segurou pelo braço
" coma algo, não seja estúpida"
" você é um idiota "
"E voce é uma idiota pior ainda" ele apontou para a bancada onde havia deixado caixas de cereais de vários tipos " é tudo seu, tudo aqui é seu, mas não espere que eu lhe de comida na boca" ele soltou o braço dela, e a viu abrir a boca para dizer alguma coisa mas não ficou para ouvir, ariel percebeu que o tinha irritado, e quando ele passou ela reparou, nas calças camufladas, as botas brilhosas, a regata que delineava os músculos do abdômen e o cheiro que ficou para trás. Não demorou muito e ele apareceu com a jaqueta que tinha seu nome e um boné, um uniforme diferente do que ela estava habituado a usar, ela ainda estava parada no mesmo lugar, um pouco envergonhada, ele passou por ela e foi para o corredor, ela o seguiu
" hoje tenho um treinamento diferente, vou demorar pra voltar, tente não morrer de fome"
Ela reparou que o humor na voz dele era agressivo
" o que eu faço o dia todo?" Foi tudo que ela ousou perguntar
" O que você quiser, não sou seu dono"
Foi a resposta muito ignorante que ela recebeu de volta, e antes que pudesse responder, ele já havia saído e baterá a porta, ela ouviu a camionete sair da propriedade e respirou fundo
Não devia ter o provocado pela manhã, mas ela estava tão irritada com ele, já estavam morando juntos há dois dias e ele sumirá todas as noites, voltava cheirando a cerveja, e perfume adocicado, ariel não queria reconhecer mas sentia - se como uma mulher traída. Ariel olhou para a mesa na sala, e percebeu que theodore não esperava uma briga pela manhã, e também entendeu o porque ele ficará irritado, na mesa da sala, um bilhete com uma flor em cima e uma nota de 100 dólares
Respirou fundo, não se sentia arrependida pelo que tinha feito, não tinha feito nada ela disse a si mesma, pegou o bilhete e segurou a flor, a mesma flor do campo que ela dissera que era feia