Na cama com o exo

A pedra da lua

 Kyungsoo sabia exatamente para onde ia, era óbvio, por isso apenas o segui morro acima, um pouco curiosa de onde exatamente ele pretendia chegar. A mansão ficava cada vez mais longe e abaixo, nada havia montanha acima, além de floresta, ou seja, o que ele procurava?

Em determinado momento ele parou e fechou os olhos sorrindo suave e ainda que não pudesse vê-lo direito, usávamos duas lanternas grandes na noite estrelada e sem lua, mas não eram tão potentes, eu vi exatamente aquele sorriso de prazer quase secreto e aquilo me atingiu com um impacto desconcertante.

— Quando vim aqui pela primeira vez era como voltar para casa, ainda que nunca tivesse vindo para esses lados antes. É estranho como tem lugares que nos dão essa sensação, não é?

Ele abriu os olhos e se voltou para mim, eu sorri pequeno sabendo exatamente do que ele falava, aquilo ao menos eu compreendia, afinal tinha sentido algo parecido alguns anos antes.

— Meu pai é um executivo de uma multinacional famosa em meu país e viajávamos bastante quando eu era pequena, talvez essa ansiedade de vida nômade que tenho venha daí, não sei – Eu disse me sentindo pela primeira vez cômoda em falar sobre aquilo. Aquele homem evocava uma sensação estranha em mim. Voltamos a caminhar dessa vez em clima amigável - Certo dia ele foi convidado a conhecer a filial de Hiderabade, uma cidade da índia central, que foi um estado principesco da Índia britânica no século dezoito até o século vinte. A cidade é bem bonita. Eu tinha dez anos e logo que pisei em solo indiano eu tive esse sentimento. De lar... Mas é claro que era coisa da minha cabeça infantil, embora seja um dos locais mais lindos que visitei até hoje. O principado era muito exótico, pelo o que as pessoas diziam... E ainda tem essa aura misteriosa, sabe.

— Agora você me deixou curioso – ele disse ainda sorridente e por fim saímos da trilha na floresta para uma imensa pedra achatada que tinha uma vista linda da vila quase no horizonte e o céu, claro, pontilhado de inúmeras estrelas magnificas.

— Uau.

Eu ofeguei surpresa, ele me puxou suave até mais próximo da beira que tinha uma pequena cerca rústica e artesanal e ali se sentou, colocando a mochila de lado e respirando fundo:

— Sim, uau, se chama pedra da lua, foi por essa vista, mais do que pela casa que Junm comprou a propriedade. Eu fiquei louco para vir ver, nos faz pensar na vida, não faz?

— Sim, faz sim.

Eu me sentei ao lado dele e curti a vista por um longo momento. Minha mente viajou pela beleza da paisagem e quase levei um susto quando a voz dele rompeu o silêncio confortável:

— Eu sei que tudo isso é complicado para você também, mas é para nós e ainda assim queremos tentar. Aceite o pedido do Xing, Clara, é a forma mais segura de protegermos o nosso bebê e você também. A Coréia nisso é mais rigorosa e preconceituosa que a China e Yixing tem mais poder do que nós. Ser esposa dele vai assegurar seu futuro e da criança, pense nisso.

— Vou ser esposa dele e viver aqui?

— Por enquanto. Yixing tem seus meios para justificar isso, você não pertence ao mundo idol, é um ponto a favor. E aqui podemos todos vir visitá-la e é um bom lugar para ter uma gravidez, certo? A médica que vai cuidar de você está vindo, ela deve chegar até semana que vem. Tudo vai dar certo, eu juro.

Não respondi, para mim ainda não fazia sentido nada daquilo, era um torvelinho do qual eu não queria perder o controle, mas eles pareciam tão certos, com tanta logica ainda que a situação fosse louca que eu... Titubeei. E fiquei brava com isso.

— Eu aceitei vir aqui para pensar, mas não quero ter vocês me pressionado!

Desabafei um pouco nervosa. Ele me olhou de canto e por fim assentiu: