Um suave grilhão

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Mada REAL to IDEAL no hazama ni ite
(Mesmo que eu ainda esteja no vale entre o real e o ideal)
Gisei no kase ni ashi wo toreratemo
(e meus pés estejam presos por correntes de sacrifícios)
Ahureru shou dou wo osae kirenai
(Minhas inundações de impulsos não foram totalmente reprimidas.)
Tsuioku motomeru kokoro ga arukara
(Porque eu tenho um coração que pulsa fervorosamente)


Draco trincou os dentes sentindo a face arder de humilhação. Não sabia o que fazer: continuar com a farsa e passar a noite fingindo que era Submisso de Potter ou mandar a missão à merda e voltar para a segurança da Mansão...

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Então lembranças fortes inundaram sua mente. Imagens de sua mãe, deitada naquela cama, de onde nunca se levantaria, porque trocara a própria vida pela sua. Devia isso a ela. Sabia que Narcisa não pensaria duas vezes antes de fazer qualquer sacrifício pelo filho que tanto amava. Nem mesmo humilhar-se diante de Severus. Ou do Lorde das Trevas.

Draco devia aquilo à ela. Não podia estragar a última chance. Por sua mãe.

Só precisaria esquecer a humilhação, e tentar ignorar o fato de que teria que andar com aquela... Aquela... Coisa em seu pescoço. Tinha que admitir que a Coleira era feita de um material extremamente macio, e ele mal a sentia em contato com a pele... Porém mesmo assim, era difícil! Era mais do que humilhante. Faria Potter pagar caro por aquilo.

O faria pagar por aquilo mais tarde, quando a noite acabasse. Porque naquele momento era prioridade seguir com a missão. Mesmo que significasse bancar o cachorrinho do Cicatriz por algumas horas.

Fazendo um esforço sobre humano, o ex-Slytherin colocou a antiga máscara de indiferença no rosto, e ignorou Torrance e seu sarcasmo divertido. Os olhos cinzentos fixaram-se em Harry com mal disfarçada hostilidade.

— O que está esperando? Não tenh... Temos a noite toda.

Harry devolveu o olhar de uma maneira penetrante. Por um segundo o moreno pareceu ficar em dúvida, mas a mesma logo se dissipou e Harry seguiu em frente, depois de acenar para Al Torrance.

O grandalhão passou a língua pelos dentes incisivos várias vezes, enquanto observava os dois adentrarem o pub. Assim que a porta se fechou, Al guardou sua varinha e voltou lentamente para o posto de observação nas sombras do Libertinus.

— Eu acho que já sei o fim dessa história... - murmurou com tristeza antes de ser engolido pela escuridão, sem se dar conta de que falara em voz alta.

HPDM

Draco piscou várias vezes para se acostumar com a penumbra. De fora, o pub parecia mais iluminado do que realmente era. Eles estavam em um espaço relativamente pequeno, clareado por quatro tochas dispostas nos quatro cantos. Havia duas portas, uma negra e branca. Ambas fechadas. Pouca coisa se podia dizer do pub tendo somente aquela visão.

— Este é o hall de entrada. - Harry esclareceu com ares de quem sabe tudo. - Libertinus tem vários ambientes, mas ainda não consegui acesso a todos nesse tempo em que o freqüento.

O loiro olhou surpreso para Harry. Havia muita coisa que gostaria de perguntar. Era uma descoberta atrás da outra. Ah, se o Mundo Bruxo soubesse que o Garoto Que Venceu freqüentava um lugar suspeito de ser o cenário de mortes misteriosas...

Vendo que Draco ia começar a interrogá-lo, Harry ergueu uma mão e meneou a cabeça.

— Aqui não, Draco. Os freqüentadores não devem começar por aqui - a afirmação veio seguida de um olhar significativo. Draco entendeu: a sala devia ser monitorada por feitiços especiais. Claro. Só por isso não reclamou por Potter continuar usando seu primeiro nome. - Venha comigo.

Crawling - DrarryOnde histórias criam vida. Descubra agora