Cap 17

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Era uma dor estranha. Era uma dor que não se podia sentir na pele. Não era uma dor carnal, era uma dor interna estranha. Era uma dor estranhamente sentida, que eu não podia sentir. Mas que doía o meu peito, e me causava náuseas e uma súbita vontade de chorar. Havia uma tristeza penetrada nos meus olhos, e um vazio assolante dentro de mim, que não me permitia respirar muito bem. Eu sentia vontade de ficar sozinha, e de escrever as minhas dores, porém, eu não sabia mais o que fazer...

Eu amava o meu quarto, amava aquela montanha de livros empilhados, amava o cheiro das rosas que eu colhia ao longo do caminho, e colocava num vaso para não secar, eu amava todos os prêmios que eu havia ganhado, e todas aquelas fotos, de todos aqueles anos. Mas eu me sentia só. Eu estava incompleta. E eu nunca havia sentindo isso.

Comecei a pensar em toda a minha trajetória, e talvez ela tenha sido trágica. Fui abandonada pelo meu pai, e nunca tive uma vida como as outras garotas, nunca tive um amor paterno, nem dinheiro a vontade pra gastar. Claro, não me fez tanta falta, porque fui bem educada pela minha mãe, que sempre fez tudo por mim. Mas mesmo assim, faltava algo. Sempre faltava. Mas não era em minha casa, era em mim. A casa que habita no centro do meu peito, estava vazia, e ela sentia necessidade se ser preenchida.

Eu tenho extrema consciência, de que cometi muitos erros ao longo da minha vida, que muitas vezes fui falha, e que não dei o meu suficiente. Sei que já não fui quem eu deveria ser, pra muitas pessoas. Sei que mudei, e dei valor a quem não merecia. Sei que dei tudo de mim, pra quem estava ao meu lado, sei que magoei mas.. a vida é assim. Nos somos humanos, e os erros são uma consequência do que somos. Nem sempre vamos acertar, e nem sempre vamos suportar o que nus é inposto. Porque, desistir também é ser forte. Ter a decisão de dizer, "eu desisto" pra aquilo que você deu tudo de si, e não podendo suportar mais, dizer "eu desisto" é um ato forte. E renunciar, é algo mais forte ainda. Renunciar, é deixar pra trás uma história, uma vida, uma lembrança, e muitas vezes não é por orgulho, não é por opção. É porque ficar doi muito mais do que ir. E talvez eu tenha que renunciar a muitas coisas.

Tudo era confuso. Tudo era confuso, porque eu não queria acreditar nele. Eu sabia que não podia. Eu sabia que estava criando pensamentos insanos. Eu sabia quem ele era. Sabia o que ele queria comigo. O que na verdade não era "nada." Talvez, ele tenha feito e falado comigo, o que fez e falou com a jenny e outras milhões de garotas. E como eu, essas milhões pensaram que eram as únicas. Mas não são. Eu não sou.

E nem eu mesma entendo porque estou assim. Ele não me prometeu nada. Não me disse nada. E desse nada, eu estou criando historinhas na minha cabeça. Não vai ser um romance como Jonh Gree criou em seu livro, quando escreveu a culpa é das estrelas. Não haverá um amor pra toda vida, não haverá palavras bonitas e um fim emocionante. Porque não terá conheço. Se eu me entregar, saberei o fim.

E faltava algo em mim. Sim, faltava. Mas se Park Jimin entrasse na minha vida, não iria ficar. Com certeza só iria fazer estragos, e levar mais do que já tem aqui. Ia fazer um buraco bem maior, do que tem. Então NÃO!
Eu não posso dar mole pra esse cara. Eu não posso me entregar assim. Eu não posso ser tão idiota, a ponto de entregar o meu coração, a minha confiança, e poucos minutos depois, tudo ir por água a baixo. Dóia ter que fugir.. dóia ter que evitar, dóia ter que  limitar as minhas vontades, mas ou era isso, ou talvez eu estaria no poço sem fundo, buscando um grande talvez, que nunca vai acontecer.

O céu explica tudo - Park Jimin -Onde as histórias ganham vida. Descobre agora