Capítulo 13

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Cheguei em casa chorando muito e meus pais, que estavam sentados na sala vendo um programa na televisão, se levantaram preocupados para saber o que tinha acontecido comigo. Eu abracei a minha mãe e não tinha começado a falar quando o Caio entrou em casa.

- O que houve, Caio? – Minha mãe perguntou a ele ainda me abraçando.

- Ela tá chateada comigo... – Ele falou baixo.

- Você é ridículo! – Eu me soltei do abraço da minha mãe e olhei para ele. Eu ainda estava chorando. – Você não podia ter feito aquilo!

- O que você fez, Caio? – Minha mãe perguntou séria.

- Eu só defendi ela, tá? – Ele falou chateado. – Um cara tava agarrando ela!

- O quê? – Meu pai olhou para mim assustado.

- Foi só um beijo! – Eu virei para a minha mãe. – Foi só um beijo, mãe! Na frente de todo mundo! Tinha um monte de gente em volta! Eu não sou maluca! Se acontecesse qualquer coisa, eu podia gritar e um monte de gente ia ouvir...

- Não é bem assim... – O Caio tentou argumentar.

- Não fala mais comigo! – Eu corri para o meu quarto, mas, antes de entrar, ouvi minha mãe falando para ele que eu já tinha dezesseis anos e que já sabia me cuidar, que ele não precisava me proteger tanto assim.

Sentei na poltrona que ficava entre o meu armário e a cama e continuei chorando baixinho. Eu estava triste pelo modo como o meu irmão ainda me tratava e mais incomodada ainda por saber que o Pedro foi um dos amigos que contou para o meu irmão onde eu estava. Fiquei sozinha por mais um tempo até a minha mãe entrar no quarto:

- Filha, eu entendo que você está chateada com o seu irmão, mas tenta entender, ele só quer o seu bem! – Ela sentou na beira da minha cama, perto de onde eu estava.

- Mas ele é grosso, mãe! Ele me trata que nem uma criancinha! Ele puxou o garoto e começou a gritar com a gente! Na frente de todo mundo ainda por cima.

- Eu sei! Ele contou isso pra gente. E tanto eu quanto o seu pai o repreendemos por isso! É muito legal e bonita a proteção que ele tem por você.... Mas, as vezes, ele exagera um pouco! – Ela sorriu.

-Eu entendo e concordo! Também acho legal esse carinho que ele tem por mim! Mas já tá ficando chato! Eu também quero viver a minha vida!

- Você está certa. E foi exatamente sobre isso que conversamos com o Caio agora. Nós dissemos que ele tem que continuar a cuidar de você, sim, mas que ele tem que saber os limites dele! Dá mais uma chance pro seu irmão, ok?

- Ok! – Eu tinha parado de chorar e estava segurando a mão da minha mãe.

- E o que mais aconteceu? – Ela perguntou me encarando.

- Como assim?

- Filha, todos nós sabemos que tem alguma coisa acontecendo! Você não gosta de Carnaval e quis sair para um bloco e lá no bloco você beija um menino que você tinha acabado de conhecer! Você sempre criticou essas coisas... O que aconteceu para te fazer mudar de opinião?

- Eu não mudei de opinião.... Eu só precisava sair, me distrair uma vez.

- E você não quer me contar o que aconteceu? – Ela segurou mais forte a minha mão e eu criei coragem para contar tudo. Desde a primeira vez que vi o Pedro até tudo o que eu disse para ele na praia.

- Parece que você gosta desse menino de verdade, né? – Ela sorriu.

- Acho que sim.... Eu não sei explicar direito... Aconteceu! – Falei em dúvida.

- Normalmente é assim que acontece quando é verdadeiro. – Ela sorriu para mim e eu sorri de volta. – E parece que ele também gosta de você!

- Mas ele ficou com uma outra menina! – Falei triste.

- E ele te viu beijando um outro garoto! – Ela ergueu as sobrancelhas. – E você continua gostando dele, não é?

- Sim...

- Então.... Você sabe como os meninos são! Você tem um irmão e vê o jeito que ele ainda age! Daqui a um tempo, ele vai mudar, ele vai querer uma menina só, ele vai querer ter a certeza de que sempre vai ter uma pessoa só para ele. E cada um chega nessa fase em tempos diferentes. Pode ser que esse Pedro já tenha chegado e tenha se interessado por você! E por isso ele não ficava com nenhuma menina! Só que você conhece o seu irmão e o quanto ele é protetor.... Será que o Pedro não beijou a menina para o seu irmão não desconfiar ainda mais de vocês dois? Eu sei que é complicado de entender, mas será que ele não estava tentando, de um jeito errado, é claro, proteger uma possível relação de vocês dois?

- Mãe, como ele pode estar pensando em ter uma relação comigo se está beijando uma outra pessoa?

- Será que o seu irmão não demonstrou que desconfiava que ele não queria beijar ninguém por causa de você? E você contou que disse olhando para o Pedro que não tinha problema nenhum você beijar alguém se quisesse, não foi? – Eu confirmei com a cabeça. – Então, como você acha que ele se sentiu? Se daqui a um tempo vocês conversarem e você explicar que o beijo não significou nada para você, você vai querer que ele acredite em você?

- Sim! – Respondi na mesma hora.

- E por que você não pode acreditar nele?

- Você acha que eu devia esquecer isso?

- Não! Eu acho que vocês devem conversar e ser sinceros um com o outro. Depois vocês precisam pensar para ter certeza de que acreditaram ou não na versão de cada um. Mas, sem conversar, eu acho que você não pode julgá-lo! É diferente se ele tivesse beijado alguém depois de vocês estarem juntos! Nesse caso eu não perdoaria! Mas vocês nunca chegaram a falar sobre sentimento diretamente um com o outro! Então não tem por que não conversarem!

- Obrigada, mãe!

- Não precisa agradecer, minha filha! – Ele levantou e me deu um abraço. – Vou te deixar um pouco sozinha para poder tomar a sua decisão, ok? Se precisar me chama!

- Obrigada!    

Segunda pessoa que aconselha a Aline a conversar com o Pedro e ouvir primeiro a versão dele da história

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Segunda pessoa que aconselha a Aline a conversar com o Pedro e ouvir primeiro a versão dele da história... Concordam?

O colega do meu irmãoOnde histórias criam vida. Descubra agora