Capítulo 4

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- Fala, cara! – Os amigos chegaram e o estavam cumprimentando na porta.

- E aí? – O Caio falou para eles. – Podem entrar.

O sofá da sala onde eu estava sentada ficava de costas para a porta de entrada e eu não me virei para olhar os amigos dele, mas não demorou muito para que os três novos colegas aparecessem no meu campo de visão.

- E aí? – Um deles falou para mim, me olhando da cabeça aos pés.

- Não sabia que tu namorava, cara! – Um outro falou.

- E aí? – Respondi para o primeiro tentando imitar a mesma forma que ele tinha falado e olhei para o segundo, dizendo: - Não, ele não namora e duvido muito que isso aconteça algum dia! – Olhei rapidamente para o terceiro que até então só estava me encarando e voltei a olhar para a televisão.

- Essa pessoa simpática é a minha irmã. – O Caio falou um pouco contrariado.

- Sério?! Você não falou que tinha uma irmã! – O que me confundiu com a namorada falou isso.

- E é irmã mais nova? – A pergunta foi feita pelo que disse "e aí?" e, apesar de ter feito a pergunta olhando para mim, eu não me dei ao trabalho de responder.

- Que diferença faz? – O Caio perguntou parecendo irritado.

- Nada, cara! Só perguntei!

- Sei! – O Caio falou sério, encarando ele. Virando para mim, ele perguntou: - Que horas você vai pro seu quarto?

- Primeiro eu vou assistir ao episódio da minha série favorita que você não me deixou ver ontem, depois eu vou pensar no que fazer! – Olhei para ele rápido, mas ouvi que a série estava começando. – Shhh. Agora me deixa ver!

- Legal, vamos ver essa série, então! – Quem falou foi o colega do "e aí" e, como eu estava sentada no meio do sofá de três lugares, ele sentou de um lado meu e o outro colega que também tinha falado, sentou do meu outro lado. O que estava mudo, continuou mudo e em pé.

- Agora chega! – O Caio estava bem irritado. - Vamos parar com essa palhaçada! Levanta agora! – Ele se colocou na minha frente.

- Não mesmo! – Falei desviando dele para olhar para a televisão.

- Eu não vou repetir.

- Que bom, porque eu quero ouvir o que eles estão falando. – Olhei para ele.

- Se você não for sozinha, eu vou te carregar pro quarto!

- Tenta! – Eu sempre gostava de desafiar o meu irmão quando ele queria agir como um pai.

- Você não me dá outra escolha. – Ele veio na minha direção e me pegou, me colocando em cima do ombro dele.

- Caio, me solta! – Falei no ouvido dele.

- Eu te avisei! – Ele estava me ajeitando para começar a andar em direção ao quarto.

- Você não pode fazer isso! Você vai se arrepender!

- Já tô fazendo! – Ele começou a andar.

Quando ele começou a dar uma de superprotetor eu já sabia que ele podia fazer essa cena mais uma vez, então eu já fiquei preparada: fiquei com o controle remoto na mão e, assim que ele começou a andar, eu comecei a me mexer e bati com o máximo de força que pude na cabeça dele com o controle. Como eu estava com o corpo jogado para trás, eu não conseguia chegar direito a cabeça dele, mas apesar de não ter pego de jeito, doeu, e ele começou a brigar comigo e a xingar alto. Não demorou muito, os meus pais apareceram na sala perguntando o que estava acontecendo.

O colega do meu irmãoOnde histórias criam vida. Descubra agora