Like a Raven

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Após o início das aulas, Damian havia se sentado em sua carteira habitual imaginando em qual planeta seu pai gostaria que fosse 'legal' com o projeto de Superman. Primeiramente não entendia o porquê da transferência do menino Clark ser justamente para sua escola. Além disso, o menino era mais novo. Possivelmente mais irritante e incrivelmente deslumbrado com os próprios poderes.
 
O mais intrigante era o fato de Bruce Wayne tê-lo acompanhado até à escola apenas para uma notícia, um pedido, tão desagradável. Quase como se os próprios Clark fossem algo tão relevante que o Batman arranjaria tempo para levar seu filho à escola.
 
Damian bufou, irritado. Estava parecendo uma criança mimada e este pensamento agravou o seu mal-humor.
 
De qualquer forma ele só teria de lidar com o garoto se caso se encontrassem por aí, o que era bem improvável em uma escola tão grande  e movimentada. Ele estava seguro, embora soubesse que estaria desobedecendo um pedido de seu pai. Entretanto, ser legal não necessariamente implicava que ambos se falassem.
 
Ele concordou internamente com o próprio argumento e voltou a focar na  aula, embora já houvesse estudado todo o conteúdo com o seu mordomo.

'Constantemente' era a palavra correta ao se dirigir à frequência com que Damian desejava treinar. Ele sabia da importância em sua integração à sociedade e dos motivos de ter de frequentar a escola, mas a cada exercício de álgebra perfeitamente concluído, ele se dava conta do quão inútil a escola era. Treinar era seu verdadeiro propósito. Ele sabia que era bom, mas ainda mantinha o bom senso de que não era o melhor. Ele queria ser o Robin. Essa era a identidade que havia adotado pra si, lutar ao lado do pai e morrer caso necessário. Não porque o amava incondicionalmente, mas porque sentia prazer naquilo a qual tinha nascido para fazer.

As vezes Batman deixava que ele fosse junto.
 
Embora por mais insistência do que por vontade própria, o homem morcego e ele combatiam o crime como uma equipe. Damian não diria isso em voz alta, mas ficara mais feliz naquelas vielas escuras combatendo crimes banais, do que em seus próprios aniversários.
 
Ele precisava daquilo. De que seu pai soubesse que ele tinha potencial suficiente e não estava perdendo tempo.

E ele iria provar.

Não se importava em voltar para casa sem nenhum colega como companhia. Em silêncio ele podia pensar.
 
Em silêncio ninguém podia vê-lo.

SupermatesWhere stories live. Discover now