Alguns dias depois

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Alguns dias depois (aproximadamente uma semana e meia) ...
DUDA

Eu realmente estou com saudade dos beijos e toques do Philippe, não sei que sinto, mas é uma angustia muito grande em meu peito. Eu me acostumei com a presença dele, e como resolvemos nos afastar não estamos nem conversando direito, falamos apenas o básico tipo "bom dia" ou "oi".Não está sendo fácil, o pior é tentar não demonstrar o que sinto sem ele.

Hoje é um sábado, segunda embarcamos para a Russia para começarmos os treinos por lá, mas por enquanto só vai a seleção feminina, o masculino ainda tem mais uma semana de treino no Brasil.

Sou tirada de meus pensamentos com Aline me chamando.

- Vai treinar ou vai ficar aí pensando na morte da bezerra?

- Estou indo. - Falo me levantando e deixo a garrafinha fora do campo onde eu estava sentada.

Faltavam uns 30 minutos para acabar o treino, Marcos resolveu colocar o time titular masculino contra o feminino. Estamos muito ferradas, espero que eles peguem leve com as pancadas.

Sou zagueira e ocupo a principal posição da linha de defesa, preciso marcar alguns jogadores que ficam mais próximos do gol, ou seja, vou ter que marcar Coutinho.

O jogo começa e nada demais tinha acontecido até que Jhenifer marca um gol em cima de Alisson. Estávamos ganhando de 1 a 0 até que Jesus marca um gol e empata o jogo.

Já estávamos no fim da partida, Coutinho pega abola e vai em direção a grande área do gol de Aline. Saio correndo e tento tirar a bola dele, mas sem sucesso eu acabo o desequilibrando e faço com que caia em cima de mim com as mãos apoiadas no chão e o braço levemente dobrado, fico observando seu rosto suado e com alguns fios de cabelo grudado na testa, o que o deixava extremamente sexy, sinto sua respiração bater contra minha pele, desvio meu olhar para sua boca e escuto Marcos apitar indicando que o treino havia encerrado.

Philippe sorri e sai de cima de mim, fico setada e ele estica a mão para me ajudar a levantar, assim faço e sorrio para ele indo para fora do campo.

Eu quase o beijei na frente de todos, @Deus me ajuda, não sei o que está acontecendo comigo, eu preciso deste menino, eu preciso sentir sua boca na minha, eu preciso que ele me pegue pela cintura e me puxe para mais próximo, eu preciso dele, não estou mais aguentando essa abstinência de seu beijo.

Entro no vestiário e pego minhas coisas que deixava ali e iria levar para a Russia, subo para meu quarto e começo a arrumar minha mala. Não demora muito e bruna chega já de banho tomado, ela senta na cama e fica me olhando arrumar minhas coisas.

- Ficou um climão entre você e Philippe? - Pergunta ainda prestando atenção em mim.

- De certa forma sim, depois da conversa nós não nos falamos direito como antes.

- Você sente falta dele?

- Sinto. - Falo e suspiro.- Eu tento esquecer os beijos, mas eu não consigo, sempre que vejo ele tenho vontade de beija-lo até seu beiço ficar roxo.

Bruna ri de meu comentário.

- Mas eu não vejo que essa "saudade" tenha te afetado nos treinos.

- Pois é, eu consigo me concentrar nos treinos, ou seja, eu não fico só pensando em Philippe. Não é paixão, é fogo no rabo.

- Não é só fogo. É impossível, vocês não estão nem a 10 dias "separados" e você já está se sentindo assim..

- Vai passar, nós vamos para a Rússia e eu já esqueço tudo isso. - Falo terminando de colocar minhas roupas dentro da mala. - Vou tomar banho.

- Tá bom!

Tomo um banho demorado e relaxante, deixo todo o peso e a pressão que está em mim ir embora junto com a água pelo ralo, saio do banheiro e deito na cama. Espero dar o horário e chamo a Bruna para irmos almoçar, descemos e fomos para o refeitório assim como todos os dias. Nossa rotina era sempre a mesma, sentávamos sempre com as mesmas pessoas na hora do almoço, café e janta.

Estávamos proibidos de comer fora do prédio da CBF, segundo a comissão técnica, podemos contrair alguma infecção alimentar ou alguma comida fazer mal. Podíamos sair para fazer o que a gente quiser, mas sem extrapolar.

Eu realmente estava bastante cansada, então terminei de almoçar e fui para meu quarto descansar. Quando estou prestes a dormir escuto batidas na porta, me levanto para ir atender. Sei que não é Bruna pois a mesma tem a chave, abro a porta um pouco dopada por conta do sono que me consumia e sou surpreendida por alguém me empurrando e me encostando na parede. Não conseguia decifrar quem era até a pessoa encostar seus lábios nos meus e me puxar para mais perto com as mãos em minha cintura. Meu Deus como eu estava com saudade disso.

A filha do treinador - Philippe CoutinhoOnde as histórias ganham vida. Descobre agora