Rumo à Verdade

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  A noite estava fria e tinha muita névoa, típica noite de filme de terror, e justamente a que eu escolhi para ir investigar uma casa abandonada. Como todas as portas estavam trancadas, decidi quebrar a janela da cozinha. Lá dentro tudo era muito velho e estava muito enferrujado pela ação do tempo, porém nada de estranho.
  Só faltava o porão para investigar. A princípio era um porão normal, cadeiras velhas, roupas jogadas que já não serviam mais, ratos e baratas por toda a parte e muito mofo. Porém atrás de um monte de coisas inúteis se encontrava uma porta. Deveria ter uns 2 metros de altura e era de um tipo de metal muito forte. Tentei abrir com toda a minha força, mas a porta não cedeu, precisaria de um pé de cabra.
  Estava atravessando a rua quando senti algo estranho, como se alguém estivesse me observando por detrás das árvores, porém era umas 10 horas da noite e a rua estava completamente deserta. Ignorei esse sentimento e continuei rumo à minha casa, provavelmente teria algum pé de cabra na armário do sótão.
  Quando voltei para o porão, já era umas 22:30, porém parecia que o tempo não tinha passado, parecia que o tempo não importava naquele cubículo esquecido.
Depois de muito tempo, consegui finalmente abrir a porta, que surpreendentemente dava para uma escadaria estreita e suja, mas essa não era a pior parte.
  Aquilo parecia um pesadelo, eu estava em um porão com um cheiro muito forte de podre, com uma gaiola minúscula e uma maca de hospital ensanguentada à sua frente. Ao lado havia uma mesa enorme cheia de materiais cirúrgicos tão bizarros que poderiam facilmente ser confundidos com instrumentos de tortura medieval, mais a frente tinha outra porta, essa, simples, de madeira revestida. Era um quarto longo com vários manequins revestidos com pele humana podre pelo tempo. Os olhos amarelados davam um aspecto ainda mais assustador e as bocas, quase pretas pelo sangue acumulado, costuradas com cabelos oleosos de suas próprias vítimas. Ao lado da porta se encontrava uma pequena mesa com várias agendas e anotações, provavelmente do monstro responsável por esse pesadelo. Logo resolvi pegá-las e dar o fora daquele lugar, talvez em casa eu conseguisse digerir tudo que acabara de ver.
  Os diários tinham detalhes de como ele escolhia as vítimas: mulheres novas de aproximadamente 21 anos. Ele as levava para lá uma a uma e as torturava física e psicologicamente 24 horas por dia. As paredes eram fortificadas, para que ninguém ouvisse seus gritos. Os olhos, costurados para que não chorassem e suas unhas, arrancadas, para seu próprio divertimento. Depois que elas já não aguentavam mais, as matava com sedativos e usava sua pele para revestir seus "prêmios", como formas de sempre lembrar de cada uma delas.
  Os diários também tinham o nome de cada mulher, e todas as suas informações médicas, mas nada sobre o assassino.
  Evidentemente a pessoa tinha conhecimentos cirúrgicos, então eu teria que investigar o hospital, mas como? Fácil, mamãe estava lá fazia apenas 2 dias, e ficaria muito mais, com certeza conseguiria extrair alguma informação.

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