Mudança

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Era 21 de agosto, eu tinha acabado de arquivar um caso de um homicídio que tinha mais sido uma furada do que um real assassinato, entrei em minha sala quando meu chefe escancara a porta:
- Alícia Benger... é a sua mãe...
Eu nasci em Bordeaux, uma pequena região da França, mas moro em Paris desde os meus 23 anos, e, desde aquela época minha vida andou muito bagunçada por conta da minha vida corrida de delegada. Felizmente, na medida do possível, eu e minha mãe sempre fomos muito próximas, já que ela me criou sozinha, pois nunca conheci meu pai. Naquela época as coisas eram muito difíceis financeiramente, mas eu e minha mãe não deixávamos isso nos abalar.
Naquele momento eu tinha acabado de receber a notícia que, durante a noite, minha mãe tinha passado mal e estava no hospital. Logo saí correndo até meu carro, avisando meu chefe de que iria ter que passar um tempo em minha cidade natal.
Toda a preocupação e estresse não me deixavam pensar no que seria o meu segundo maior problema: trabalho. Eu ganhava bem, e tinha com certeza um trabalho de grande prestígio social, mas, apesar de que a estação de polícia daquela cidade fosse "ligeiramente" menor do que a de Paris, contanto que eu estivesse ao alcance da minha mãe, não precisava de mais nada. E foi com essa conclusão que parti em rumo ao que seria minha nova vida.
Cheguei na cidade às três da madrugada de uma quarta- feira, exausta porém persistente. Fui direto ao hospital onde minha mãe se encontrava enferma em uma cama fria de um quarto opaco e sem vida, estava tão fraca que sua pele poderia ser facilmente confundida com pó de arroz. Um tempo depois falei com o médico sobre a situação na qual ela se encontrava:
  - A condição dela é complicada, sua mãe teve um AVC no meio da noite e foi trazida pra cá em uma situação crítica. A causa do derrame foi decorrida por conta do mal fornecimento de sangue ao cérebro e pelo sistema imunológico dela já não ser tão resistente por conta da idade. Nós da equipe médica não conseguiremos fazer nada para amenizar esse acidente vascular, a não ser um tratamento.
  Me encontrava desnorteada...
  Cheguei na casa da minha mãe depois de ter passado horas ininterruptas no hospital. A casa parecia mais velha e, a medida que avançava adentrando a mesma, os calafrios iam se alastrando por todo o meu corpo. Fui direito tomar um banho e dormir, porém logo que cheguei em meu quarto e olhei pela janela, me deparei com uma memória muito presente em toda a minha infância: na frente da casa de minha mãe havia um casarão abandonado há uns 10 anos. Era aquelas famosas casas que quando você é criança morria de medo mas também de curiosidade de entrar lá.
  Não dei muita bola pra casa no começo, afinal era só uma lembrança,mal sabia eu que no futuro, a mesma iria ter muita influência no meu destino.

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