É hoje o jantar que Denise comentou... Será que eu devo aparecer por lá...? Não, né? Seria muita intromissão. Por mais que eu quisesse fazer uma cena e ajudar Denise, seria errado.

Preciso pensar em outro jeito...

Será que Castiel realmente não considerou nem sequer uma palavra que eu disse a ele? Não se importa nem um pouco sobre não poder mais ver Denise? Hm... Será que eu devo tentar falar com ele de novo? Pelo menos uma última vez... O tempo está acabando e esse pedido de casamento está cada vez mais próximo.

Ai, Deus, o que eu faço? Estou completamente perdida...

Eu sei que não deveria me meter em mais nada além da minha missão principal, mas... Não tem como ficar parada vendo isso.

Decidi que tentaria falar com Castiel uma última vez. Iria até sua casa depois das seis ou sete, talvez ele já tenha saído da padaria esse horário.

Arrumei o quarto para matar o tempo, pensei um pouco sobre Nathaniel para não perder o costume, fiquei um bom tempo fantasiando sobre um possível relacionamento, e quando vi a hora, levantei. Eram seis e meia.

Respirei fundo, juntando coragem para enfrentar o mau-humor de Castiel e sai do quarto. Desci até o térreo, e assim que pisei no corredor, vi Armand entrando.

— Boa noite, senhorita Dumas. — Ele sorriu, simpaticamente.

— Boa noite, senhor Burnier. — Parei no lugar, nem um pouco ansiosa para falar com Castiel. — Tudo bem?

— Tudo ótimo, e a senhorita? Está indo jantar?

— Ah... Sim, tudo bem, e não, ainda não.

— Que pena, iria chamá-la para se juntar a mim. Pelo jeito o jantar de hoje será bem agradável.

Fiquei um pouco surpresa com aquilo e tentei focar em outra coisa. — Por que mais agradável?

— Colocaram um piano no salão. Imagino que alguém tocará enquanto os hóspedes jantam. Acho uma atitude admirável.

— É mesmo?

— Sim, pois sempre havia música nos jantares de minha família. É nostálgico, para mim.

— Que bonito. Me parece que te traz ótimas lembranças.

— De fato. — Deu um sorriso. — Bom, já que a senhorita ainda não poderá aceitar meu convite, me abstenho em lhe desejar uma boa noite.

Poxa, ele foi tão legal comigo e eu faço isso... — Quem sabe outro dia em que eu não esteja ocupada e mal-educada? — Tentei brincar e ele riu. — Me perdoe por isso.

— Não há porque lhe perdoar, nem sempre estamos livres, não é mesmo? Não se preocupe, lembrarei de sua proposta outro dia.

— Então tudo bem. Boa noite e bom jantar. — Ele acenou cordialmente e virou o corredor, indo para o salão de refeições.

Fiquei parada ali, olhando de uma ponta a outra do corredor. Eu não estava com um pingo de vontade de ir falar com Castiel, ainda mais sabendo que ele era alguém que, após um dia de trabalho, voltava para casa estressado. De repente, vi Diane, mãe de Kentin e Oliver, virando o corredor, andando rápido para o pátio com uma travessa na mão.

Tive uma sensação estranha na boca do estômago e, sem pensar, a segui, mantendo muita distância para que ela não me percebesse. Ela seguiu para a casa, e eu fui logo atrás. Assim que entrou na cozinha, me aproximei tentando não fazer barulho e fiquei debaixo da janela.

— Denise, querida, deixe que eu cuide disso. Por que não volta à sala?

— Eu não quero ficar lá mais do que o necessário, tia — respondeu Denise com pesar na voz. — René não para de falar sobre como é habilidoso em convencer as pessoas a fazerem seguros de vida.

À Procura de Adeline LegrandWo Geschichten leben. Entdecke jetzt