Quando Hoseok retornou, estava vestindo shorts e regata esportivas. Kihyun tirou as primeiras fotos e mostrou a Changkyun e ambos começaram a palpitar sobre ângulos e enquadramentos. Hoseok trocou de roupa algumas vezes e enquanto observava as imagens, Changkyun chegou a conclusão de que aquele clima também combinava com um conceito primavera-verão, ou uma daquelas matérias de capa "10 fatos sobre seu idol preferido". Wonho ficava bem de qualquer jeito.

— Ainda temos que esperar Jooheon – Changkyun disse, esticando os braços depois da quarta troca de roupa – Podemos tentar lá em cima.

Kihyun olhou surpreso para Changkyun e depois para Wonho, que não parecia nada abalado, mas mesmo assim...

— Eu acho melhor não – Yoo disse, tentando não soar grosseiro – Já é o bastante.

— Mas o sol está quase se pondo e logo Jooheon vai chegar. Seriam só algumas fotos lá de cima.

— Changkyun...

— Ah, vamos, Ki – Wonho interrompeu – Kyunnie acha que vai ficar bonito, então vamos.

— Mas você...

— Estou bem – ele sorriu, daquele jeito bonito e infantil outra vez.

Changkyun não entendeu muito bem qual era o problema e porque Kihyun parecia tão relutante, mas viu quando o garoto de cabelos cor de rosa suspirou, resignado quando o braço de Wonho passou ao redor de seus ombros e os três seguiram para a entrada do farol.

Intimamente, Kihyun torceu para que a porta estivesse trancada, mas o cadeado estava aberto e enferrujado. Provável que mais gente fosse até ali e forçasse a entrada para ficarem de bobeira lá em cima. Não importava muito o motivo, a questão era que o caminho estava livre e este caminho era pra cima, apenas.

Os lances de escada continuavam por mais ou menos seis andares até chegarem ao topo. Changkyun foi o primeiro a passar pela única saída e abriu a boca ao contemplar a vista. Era simplesmente incrível ver tudo lá de cima, podia enxergar ao longe até o campus da universidade. Um sorriso surgiu em seu rosto ao notar que, céus, Wonho ficaria lindo naquele cenário de entardecer.

Ao olhar para trás, no entanto, percebeu Lee paralisado na porta. Kihyun olhava para ele, um tanto preocupado e estendeu a mão para que ele a pegasse e saísse de uma vez. Wonho forçou um sorriso e Changkyun percebeu de primeira.

Tinha algo errado ali.

— Onde você quer fazer as fotos, Kyunnie? – a voz tremeu de leve, mas Changkyun notou.

— Ahn... – relutante, desviou o olhar para o lugar ao redor e apontou – Encostado ali, a iluminação vai ficar incrível. O que você acha, hyung?

A pergunta era para Kihyun, mas ele parecia um tanto distraído, ainda prestando atenção em Wonho.

— Eu... Acho que vai.

Hoseok deu passos incertos e curtos até a grade de proteção e engoliu a seco de forma tão visível que Changkyun franziu o cenho. Notou quando ele segurou a barra de proteção tão forte que os nós de seus dedos ficaram brancos e então aconteceu.

Wonho não conseguiu manter seu olhar no horizonte, desviando-o para baixo e foi como se todo o ar tivesse escapado de seus pulmões. As pernas perderam as forças e se flexionaram até que ele caísse de joelhos. A queda pareceu deixá-lo ainda pior, os músculos formigaram e tentou puxar o ar com força, mas a vertigem tirava sua atenção da tarefa. As coisas iam perdendo o foco ao seu redor e tudo que restava era a altura que existia entre ele e a areia lá embaixo.

Não conseguia levantar para se afastar, não conseguia ouvir a voz de Kihyun berrando desesperado, pedindo-o para se acalmar.

Droga, Droga, Droga!

SEVENTHWhere stories live. Discover now