Sem limites (+18)

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Ele olhava-me de uma maneira tão profunda e se o objectivo fosse magoar-me estava a conseguir mas eu não ia chorar eu sabia que era isso que ele queria e o meu orgulho não o deixava.

Não lhe respondi porque estaria a dar-lhe poder e fui me deitar na cama dele, consciente que ele não me ia deixar sair dali e mesmo que deixasse eu não tinha outra opção. Nem dinheiro tinha trazido para chamar um táxi.

Estava deitada de lado para não ver a cara dele e ouvi-o a sair para o corredor aproveitei e fechei os olhos, talvez quando ele voltasse eu estaria a dormir e assim passava tudo mais rápido.

*

-Alice estás a dormir? Eu sei que estás acordada! Pronto caralho desculpa, fui longe de mais quando falei da tua mãe.

Olhei para ele parecia realmente arrependido por tê-lo dito e então acabei por assentir com a cabeça e voltei-me para o lado. Continuava a querer estar longe mesmo estando terrivelmente perto.

-Tu não vais dormir assim é que não vais mesmo.

-Assim como? - realmente não tinha percebido o que ele queria dizer com isso.

-Bem primeiro estás de ganga isso é desconfortável como o caralho e depois não vais empinar o rabo assim para mim.

Não resisti e ri-me do comentário dele, decidi provocá-lo.

-Não me digas que não gostas? Nunca pensei que jogasses para esse lado!

- Alice se fosse a ti não me provocava. 

 Foi buscar uma t-shirt ao armário e posou ao meu lado.

-Tira isso e veste a t-shirt.

-Tu não me dás ordens!

-Devias respeitar quem te quer bem.

-Como se fosse o teu caso, se me quisesses bem deixavas-me sair e paravas de me irritar e provocar. - revirou os olhos.

-De qualquer forma devias mesmo mudar de roupa, é desconfortável, mas se queres ser teimosa e continuar assim o problema é teu. 

Olhei para a t-shirt dos Linkin Park, era suficientemente grande para não se ver nada do meu corpo.

 Olhei para ele para ver se percebia que estava a mais, tinha razão era mais confortável mudar de roupa.

-Que foi? O quarto é meu. - sorriu de lado.

Revirei os olhos e inclinei-me, ia puxar o cobertor para me enrolar enquanto tirava a roupa, mas ele foi mais rápido e puxou-me para cima do corpo tatuado, virando-me e prendendo-me os braços

-O que é que pensas que estás a fazer? Podia fazer queixa tua, isto é completamente desapropriado. -bati-lhe com força.

Era ridículo continuar a bater-lhe, comparando forças eu perdia miseravelmente e sinceramente quase me perdi quando olhei para o verde dos olhos, eram o paraíso e o inferno ao mesmo tempo.

-Gostava de te ver tentar, mas como é que explicarias que acabaste no meu quarto de livre vontade? Talvez quisesses de facto encontrar-me, talvez não sejas tão inocente como eu julgava.

As palavras ofendiam-me porque eram mentira. 

-Isso não é verdade, foi sem querer. Nunca na minha vida vinha para aqui de propósito, nunca. 

-Nunca é uma palavra muito forte, por exemplo eu nunca na minha vida te beijaria. - o meu rosto corou fortemente. 

Se ele pensa que vai conseguir atingir-me, isto é, mais do que já atingiu está muito enganado, isto é uma espécie de jogo, recuso-me a perder. 

-Isso seria óptimo, realmente deixa-me mais descansada saber que seria impossível ter te tão perto de mim. - sorri - Até porque não retribuía. 

-Achas mesmo que isso é verdade? Podes te enganar a ti própria mas ambos sabemos que reagirias de uma forma completamente diferente. 

-Tu és demasiado convencido. 

-E tu és linda Alice.

Surpreendi-me com a mudança radical, se me quer deixar louca está a resultar porque não consigo pensar racionalmente e ainda estou sob efeito de bebidas alcoólicas o que não ajuda nada.

-Gosto que tenhas atitude mas quando coras dessa forma ainda me dá mais vontade...

Tapei-lhe a boca com a palma da mão, não queria ouvir o resto daquela frase porque sabia que era suja e só me iria deixar mais vermelha. 

Pareceu achar engraçado o meu gesto e levantou as sobrancelhas curioso pelo que faria a seguir, mas sinceramente nem eu sei. 

Tenho que ter cuidado, todos os passos que dou perto dele são altamente perigosos e ele parece saber disso.

-Não quero ouvir, por favor não acabes essa frase. - pedi nervosa. 

As minhas mãos tremiam, assim como todo o meu corpo desajeitadamente encaixado no dele. 

-Há tanta coisa que podíamos fazer os dois juntos. - a voz dele roçou no meu pescoço. - E ninguém saberia de nada Alice.

Abri a boca com intenção de lhe dizer que não era dessas, mas desta vez tapou-a com a mão e beijou-me o pescoço o que me fez delirar. Devia estar a tremer de medo mas estava a tremer de prazer, como é que um simples beijo no pescoço pode provocar tanta coisa?

Amanhã ia arrepender-me tanto disto, mas enquanto a minha cabeça gritava para parar até porque ele já não me estava a prender, o meu corpo pedia por mais. 

Nunca senti nada assim antes.

-Tens todo o poder nas tuas mãos, basta dizeres me o que queres que faça contigo Alice- a voz rouca e os olhos cheios de luxúria acompanham os meus.

-Eu... não sei. 

-Sinto que estás molhadinha Alice. Queres que te foda?

Isto foi o suficiente para acordar o bom senso que ainda me restava.

-Não! Larga-me Brandon. - saí dos braços dele com alguma agressividade.

-Quero que me deixes em paz, quero que me deixes sair daqui! - gritei desesperada. Estava demasiado afectada por ter permitido que ele me tocasse.

-Tu é que entraste no meu quarto e agora a culpa é minha!? Fodasse pensei que quisesses ter alguma coisa, mas também o que é que eu estava a pensar, olha bem para ti.

-Eu não sabia que era teu quarto se não nunca tinha entrado aqui e eu é que não sei o que é que estava a pensar quando pensei que estivesses arrependido e querias ser meu amigo.

-Teu amigo? Eu não tenho amigas Alice e mesmo que tivesse não seria alguém como tu.

-Como assim alguém como eu? - gritei-lhe ofendida. 

-Demasiado perfeita, alguém que pensa que está acima dos outros só porque segue as regras e educada com todos.

Não ia ouvir mais nada daquele idiota ia sair dali a bem ou a mal e acreditem em mim quando digo que ia mesmo sair dali.

Vi-o da janela e gritei por ele...








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