Leaving is harder than you possibly know

Depuis le début
                                    

Lembro-me de quando era criança e dormir na casa de colegas de classe não fazia parte da minha realidade.

Esse pequeno sentimento de vergonha e insegurança sempre esteve cravado em meus ossos.

Até mesmo na época de faculdade, dividir o mesmo cômodo parecia extremamente assustador.

E se eu roncar? Me mexer muito?

Imagina que humilhante ia ser se eu incomodasse tanto meu colega de quarto que ele ou me expulsasse ou pedisse na diretoria para ser trocado?

Para minha sorte, Michael mostrou ser alguém muito gentil e na dele.

Conversávamos de vez em quando se não estivéssemos ocupados com alguma tarefa da universidade e tínhamos senso o suficiente para criarmos certas regras que não precisavam ser faladas para serem de total consenso.

Não levar ninguém lá sempre esteve nas entrelinhas.

Ninguém gosta de saber que as aventuras noturnas de seu colega foram feitas no mesmo ambiente no qual você dorme todo dia, além de também tornar o quarto, de certa forma, indisponível durante esse período de "farra".

Seu namorado Luke, porém, não saia de perto dele, o visitando quase todo dia; sendo ele, diferente do parceiro, extremamente agitado e alegre.

Meu eu rebelde e inconformado com a vida costumava odiar isso.

Recordo-me de ser tão ridículo em certos momentos que chegava a ter esses horríveis pensamentos sobre seu jeito e até mesmo alguns simples detalhes de completa irrelevância na minha vida.

Suas unhas sempre pintadas de uma cor diferente por semana, poderiam ser um exemplo disso.

Felizmente, nunca abri a boca sobre o assunto por medo de irritar o Mike, pois este não pensaria duas vezes antes de se exaltar e defendê-lo, estando indiscutivelmente certo quanto a isso.

Ele sempre foi uma pessoa muito fiel e protetora com aqueles que gostava.

Hoje em dia, sinto vergonha daquilo que eu fazia e pensava nesse meu período de vida conturbado de maneira extrema.

Nada disso tinha alguma razão, eu só gostava de implicar com cada detalhe possível de todo ser humano que tinha o azar de passar pela minha vida.

Principalmente os que, diferente de mim, tinham coragem de mostrar a cara, ser quem eles quisessem ser; sem medo do que as pessoas iriam pensar ou se sofreriam as consequências do preconceito enraizado na sociedade.

Sempre tive e vou ter inveja dessas criaturas. Há uma beleza única em seus pequenos — mas completamente significativos — atos.

Como se eles estivessem escolhendo aguentar pelos que não eram capazes de fazê-lo, buscando então causar alguma mudança ou só mostrar que existíamos, estávamos ali, fortes, sem medo.

Harry costumava ser um desses que berraria se precisasse sobre este ser ele. Apenas ele.

Único, peculiar, mas também perfeitamente imperfeito.

Se alguém me visse o caracterizando assim, provavelmente assumiria que estou louco.

No entanto, apenas quando você se permite encontrar alguém tão belo — por dentro e também por fora — passa a ser perceptível a forma no qual até mesmo seus defeitos e detalhes não tão sublimes são únicos, partes de quem a pessoa é.

Quando isso ocorre, essas pequenas peculiaridades começam a fazer parte do indivíduo e não dá para só chegar e ignorá-las, pelo contrário, elas parecem ganhar um brilho próprio.

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⏰ Dernière mise à jour : May 24, 2020 ⏰

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