Amortentia

Addicted.

Louis sabia que tinha coisas demais para pensar e que não poderia, de modo algum, se demorar pensando se Harry Styles estava bem ou não. O motivo desses pensamentos – um tanto quanto irritantes – se dava ao fato de que o grifinória passara a ser muito introspectivo desde a última vez que se falaram.

Não gostava de pensar nessas coisas, não gostava de retomar os pensamentos para aquela época da sua vida, mas era inevitável.

Basicamente e, resumindo da forma como podia, Louis havia se afastado por definitivo de Harry depois da última discussão que tiveram. Nas primeiras semanas, ele pensara que não seria capaz de continuar com aquilo, já que era difícil cruzar o olhar com os intensos olhos verdes de Harry sem querer jogar-se aos seus longos e musculosos braços.

Porém, acabou que o grifinório acabou desistindo de Louis depois de algumas semanas de pura frieza. Na verdade, não era bem desistir. Harry sentia falta de Louis mais que tudo, sentia vontade de falar com ele todos os dias e em todos os momentos, mas também sabia que precisava respeitar sua vontade e seu espaço. Harry errara com o sonserino, isso era inegável. Para quem pertencia à Grifinória, Harry agira como um verdadeiro covarde.

As coisas ficaram daquela forma por meses, já atravessavam o mês de maio quando as coisas começaram a parecer quererem voltar ao normal. Faltando apenas dois meses para o fim do ano letivo, Louis e Harry acabaram ficando absortos nos estudos e nas provas finais, então não tinham tempo para lamentar-se pelo que havia passado. Louis recolhia-se com Niall todos os dias para a biblioteca para estudarem quando tinha tempo. Os estudos e os treinos de quadribol tomavam todo o seu tempo. Harry, por sua vez, estava focado em terminar seus trabalhos e estudar para as provas, no tempo livre, ele apenas lia mais e mais até que tudo estivesse na sua cabeça – desde os encantamentos necessários de Feitiços até os textos imensos de História da Magia.

Poções era a aula mais torturante. Louis ainda odiava a matéria e tinha certeza que reprovaria. No ano anterior, conseguira uma nova boa com ajuda de Niall nos NOM's, e, no sexto ano, ele poderia desistir da matéria se assim tivesse vontade. Mas Louis sempre gostara de torturar a si mesmo, e, por isso, resolveu continuar. Bem, na verdade, não era bem assim. Ele decidira continuar, mais precisamente, porque a aula de Poções era feita junto com os alunos irritantes da Grifinória – a casa de seu antigo amor, Harry.

Antigo, pois era passado para Louis. Mesmo que ainda pensasse nele, ele deveria colocar em sua mente que era passado.

Num determinado dia, após Louis terminar seu treino de quadribol por volta das seis horas, o garoto voltava apressado para dentro do castelo quando sentiu alguém dar de frente com ele com força e brutalidade. A pessoa parecia realmente apressada para ir a algum lugar. E, a pessoa era, na realidade, Harry.

– Por Merlim! – Exclamou Louis, massageando seu próprio ombro. – Aonde vai com essa pressa toda?

– Desculpe. – Harry, que havia caído no chão, levantou-se relutante com a ajuda do menor. – Machuquei você?

– Não, está tudo bem.

Harry o olhou preocupado, analisando suas expressões. Por um momento, parecia que iria argumentar.

– Bem, sendo assim, já vou. – Anunciou Harry, pegando algo que deixara cair no chão. – Boa noite, Louis.

– Boa noite, Harry.

Harry deu alguns passos em direção a escada que levava até a torre da Grifinória e depois parou. Louis, que ainda o encarava pelas costas, fingiu desviar o olhar, mas logo o encarou novamente.