T2 - Capítulo 13

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— Ei, ei! Sabrina?

Henry está estalando os dedos em frente a meus olhos, e eu pisco, saindo do fundo das minhas memórias.

— Onde você estava? — Henry se joga ao meu lado na cama.

Acordamos há menos de meia hora, e eu passei esse tempo todo relembrando meu primeiro encontro com Henry.

— Eu estava lembrando... do nosso primeiro encontro — falo, me aninhando a Henry na cama.

— Qual deles?

Eu rio.

— Aquele depois do lançamento. O primeiro de verdade.

— A gente tem tantos primeiros encontros — observa ele, e eu traço desenhos em sua barriga. Nós nos mantemos calados por um tempo, eu ainda mergulhando em lembranças. Henry deve estar fazendo o mesmo.

— Sabrina... eu amo você.

Sou resgatada de volta ao presente com o maior sorriso que posso dar.

— Eu amo como você me faz sentir. Sabia?

Henry afasta nossos corpos para poder me olhar. Eu adoro a visão que tenho quando estou deitada no peito de Henry e olho para cima; seus olhos me fitando quase fechados, olhando para baixo, e a parte do sorriso que consigo ver é apenas a de cima, com os dentes apontados para mim.

— Agora mesmo, eu estava no banheiro, passei alguns minutos longe de você, mas ao voltar e olhar para você, eu sinto meu coração quente. Sabe? Sinto um negócio que não sei explicar.

— Eu também te amo esse tanto assim — respondo a única coisa que posso dizer agora.

— Tem alguma coisa em você que eu realmente nunca vou conseguir explicar, Sabrina. Essa conexão entre nós dois, essa liberdade que eu sinto quando estou com você. Eu me sinto à vontade.

Tenho uma vontade incontrolável de... me fundir a ele, quase. É o que sinto quando tenho Henry Smythe se declarando para mim, e ninguém pode me culpar por isso.

— O bichinho da declaração te mordeu? — pergunto, me sentando na cama. Henry me derruba para deitar novamente.

— Só estava pensando...

Seguro o rosto dele com o dedão e o polegar, levantando e apertando as bochechas.

— Eu não queria te tirar desse pensamento...

— Hum? — É o que Henry diz com seu vocabulário limitado de bochechas prensadas.

— Vou encontrar com Tommy hoje, na Piazza — digo. Piazza. Nem especifico. Henry sabe que falo da Piazza Navona, que se tornou ponto de parada obrigatório sempre que saímos ou estamos chegando no hotel. Ou sempre que podemos mesmo.

Os olhos de Henry quase se fecham e ele abaixa as sobrancelhas. Ele murmura alguma coisa que eu quase tenho certeza que é "você tinha que falar dele?"

Ignoro, pois sei que só vai gerar conversa sobre ciúmes bobos.

— Você vai comigo?

Ele se debate e eu solto seu rosto.

— Não é como se eu estivesse atarefado, né... — alfineta ele.

Lhe lanço um olhar espichado.

— Eu não entendo o porquê, sabe... eu não sei qual a necessidade, não entendo mesmo o porquê, não sei. Eu não sei, não sei... — está debatendo Henry consigo mesmo, em balbucios. — O que é que tem de mais em esperar? O que esse cara tem?

Henry Smythe I & IIOnde as histórias ganham vida. Descobre agora