O Alfa

Sebastian Cock saiu do banheiro com a toalha enrolada na cintura, firme para não escorregar. Ele gostava de sair pelado do banho, para que seu corpo se secasse naturalmente, mas dividir a casa com outros cinco caras e, especialmente quando esses caras estão em casa, limitava seus impulsos selvagens.

Assim que saiu do banheiro, Brady Ghost deslizou para dentro.

Pelo menos no seu quarto, Sebastian teria um pouco de privacidade. Passou pela porta e trancou com a chave. Não era um aposento muito grande, uma cama de casal ficava no centro, com uma janela aberta do lado esquerdo e do outro lado um pequeno armário para suas roupas, sapatos, perfumes e tudo que queria esconder dos amigos. Tudo era organizado no seu devido lugar. Não havia uma meia fora da gaveta ou poeira debaixo da cama.

De frente para a cama, o rapaz mandou que se instasse um espelho com três metros de altura e dois de comprimento. Cock deixou a tolha num gancho da parede e ficou na frente do espelho.

Sebastian tinha 21 anos, era um rapaz branco até demais da conta, com veias visíveis em algumas partes do seu corpo. Pesava 70 quilos, que eram distribuídos em 1,65 de altura. O seu cabelo era do tipo liso escorrido, e para não parecer um idiota com os fios sobre os olhos, Sebastian penteava o cabelo para o lado, formando assim um pequeno topete na frente. As sobrancelhas eram negras como o cabelo, o nariz com a ponta arredondada e lábios rosados. Os olhos tinham uma coloração verde-musgo.

Para aquela noite, o rapaz havia depilado todo o seu corpo, da barba até o pau, o pequeno queixo liso de tudo. Além do cuidado com os pelos, ele também gostava de se cuidar, gostava muito. Quando não estava trabalhando na reserva, passava todo o seu tempo fazendo exercícios, correndo, levantando peso, abdominais. Isso deixou o seu corpo dentro do padrão "trincado". E bota trincado nisso. Seus bíceps duros como pedras e grandes como melões. O peitoral, agora liso, estufado para a frente. A barriga desenhada com gominhos salientes. Sobre o bíceps esquerdo, havia uma tatuagem formada por duas faixas negras, a primeira delas, em cima, tinha cinco centímetros, a debaixo era um pouco menor, com dois centímetros.

— É hoje, bonitão — disse Sebastian para o reflexo. Com suas habituais exibições, ficava claro porque precisava de um espelho tão grande. — É hoje que vamos foder um cu até que ele sangre — levou a mão até o pau, desprovido de pentelhos e o balançou na frente do corpo, com um sorriso bestial. Com dois sacolejos, o menino acordou para a noite, a cabeça ficou avermelhada e cresceu um pouco. — Nossa, como você é gostoso. Quer casar comigo? — para provocar-se, mordeu os lábios, com os olhos contraídos e o rosto corado.

Sebastian ficou de costas, examinando sua bunda. Sem estrilas, durinha e empinada, o que mais um gostoso como ele poderia desejar?

Para não se apaixonar ainda mais, Cock deixou o espelho e foi se trocar.

Iriam para o bar onde ele e os amigos frequentavam nos finais de semana. Era lei passarem o sábado lá, e, se não encontrassem ninguém para foder no domingo, voltavam no bar para dar mais uma oportunidade ao mundo. Essa noite ele escolheu uma cueca boxer branca, nova, subiu a peça pelas coxas tonificadas e empalou o pau meio duro para que não ficasse de mal jeito. Escolheu uma calça jeans preta e uma jaqueta também preta, com uma regata branca por baixo.

Estava terminando de colocar o tênis quando Pietro Black tentou abrir a porta, sem conseguir entrar, deu três murros na madeira.

— Porra, seu idiota — gritou do lado de fora. — Sabe que odeio quando faz isso!

Primeiro Sebastian terminou de amarrar o cadarço, só depois foi abrir a porta para o melhor amigo. Odiava deixar as coisas pela metade.

— Tá pronto? — Sebastian perguntou olhando o visual do amigo: uma camiseta com estampa do deserto, calça jeans desbotada e com furos, e um tênis marrom. Pietro tinha 1,70 de altura, esses míseros cinco centímetros de diferença eram o motivo de sua felicidade. Negro, com olhos grandes e lábios carnudos, usava o cabelo black power com bastante volume. No que se referia ao corpo, não perdia em nada para Sebastian, tinha o mesmo peso, os mesmos gominhos na barriga. A única diferença era a ausência da tatuagem de duas faixas.